Conheça, Vedānta

Māyā: Realidade Ilusória?

Uma vez, um yogi vivia numa densa floresta com seus discípulos. Ele ensinava o desapego e repetia incessantemente para os estudantes que o mundo manifestado é pura ilusão. Um dia, um elefante furioso e faminto atacou a ermida onde eles moravam.

· 5 minutos de leitura >
Māyā

O elefante irreal

Uma vez, um yogi vivia numa densa floresta com seus discípulos.

Ele ensinava o desapego e repetia incessantemente para os estudantes que o mundo manifestado é “māyā, pura ilusão, que a natureza é uma miragem e que somente o Ser tem existência real.

Um dia, um elefante furioso e faminto atacou a ermida onde eles moravam.

Todos os discípulos, junto com o professor, se refugiaram no alto de uma grande árvore enquanto o elefante se refestelava no estoque de arroz dos ermitãos.

Quando o animal foi embora, um estudante perspicaz perguntou ao mestre:

“Sempre aprendemos de você que o mundo é ilusório e que não tem existência real, mas não pude deixar de observar que, quando fomos atacados pelo elefante, você se refugiou junto conosco no alto da árvore.

“Se de fato o mundo é ilusório, não bastava ter ficado quieto no lugar enquanto a ilusão do elefante passava?”

O mestre, sem perder a pose, respondeu:

“Olha, nós sabemos que o mundo é uma ilusão, mas o elefante não sabe. Por isso, tive que fugir junto com vocês”.

Ouvi esta piada do meu mestre, Swami Dayananda quem, aula sim, aula não, nos lembra: we are reality people. “Somos gente da realidade”.

Ele sempre nos convida para mantermos os olhos bem abertos, para não misturar as coisas e não perder o pé da realidade.

Lembremos que o Yoga é mais sobre compreender a realidade e manter os pés firmes no chão, do que sobre ficar equilibrando-se nas mãos ou na cabeça.

O mundo é uma miragem?

A palavra māyā se traduz freqüentemente como “ilusão”. Porém, é um erro traduzirmos māyā dessa maneira.

Esta palavra nunca foi utilizada nesse sentido pelo grande mestre Ādi Śaṅkarācārya, e nunca apareceu dessa forma nas escrituras.

Os intérpretes do Neovedanta trouxeram esse novo significado que, infelizmente, confunde até hoje muitos praticantes.

Supor que māyā, que é o próprio universo manifestado, possa ser uma ilusão, nos leva a olhar para a vida e todas suas manifestações como algo irreal, o que é uma tremenda equivocação.

Quando alguém me diz que o mundo é ilusório, convido a pessoa para atravessar as paredes de um salto, para me demonstrar que isso é verdade.

Até agora, não encontrei ninguém que pudesse demonstrar que o mundo não tem consistência.

Qualquer tentativa nos leva de volta para a piada do elefante faminto: o mundo é ilusório, mas as pessoas não sabem; o mundo é irreal, mas tem alguns teimosos que afirmam que ele é real.

Significados de māyā

Indo ao dicionário sânscrito, veremos que, em primeiro lugar, māyā significa “sabedoria”, “poder extraordinário”.

Num segundo nível de significado, é também “truque de mágica”, “feitiçaria”, “fantasma”, e designa, ainda, algo falso ou irreal.

Num outro nível ainda, a palavra maya aponta para as manifestações da Deusa.

Misturar níveis de significados ou descontextualizar um significado específico, levando-o para outro contexto, só pode resultar em errar o alvo.

Por exemplo, se formos traduzir a palavra Yoga como “união”, e sūtra  como “barbante”, o nome Yogasūtra poderia ser traduzido como “Os Barbantes da União”.

Ninguém pode negar que essa tradução seja correta. No entanto, se formos nos referir à obra do sábio Patañjali, o certo seria traduzirmos o nome Yogasūtra como “Sūtras do Yoga”.

Ora, bem sabemos da importância que tem no estudo o uso correto da palavra.

Como a palavra é usada para revelar conhecimento, a maneira de manejá-la exclui esse tipo de extravagância cirúrgica, que pode resultar num verdadeiro Frankenstein filosófico.

Podemos usar três diferentes categorias para classificar aquilo que percebemos na realidade:

1) real,
2) falso, e
3) inexistente.

Basicamente tudo aquilo que fazemos na vida está pautado pela compreensão da diferença entre o que é verdadeiro, o que é falso, e o que é inexistente.

Desde o ponto de vista de cada um, existem coisas que são mais importantes e outras menos. Damos obviamente prioridade àquilo que consideramos essencial.

No entanto, pode haver uma confusão entre o que é e o que não é importante. Māyā não é verdadeiro, nem falso, nem inexistente, como veremos a seguir.

Ouro e ornamento: satyammāyā 

Vamos aqui considerar a questão forma-essência refletindo sobre o exemplo clássico do metal e os ornamentos feitos com ele.

Uma pulseira de ouro é essencialmente igual a um colar ou a um anel de ouro, no sentido que todos os ornamentos são somente ouro, sob formas distintas.

Aquilo que chamamos pulseira, colar ou anel, é māyā, o relativo, aquilo que muda. O ouro é a essência imutável, da qual os ornamentos estão feitos.

Chamemos essa essência imutável de satyam, que significa verdadeiro, real.

Objetivamente falando, não existem pulseiras, colares ou anéis, mas somente ouro. Da mesma maneira, ensina Swāmi Dayānanda, é com a realidade.

Māyā não é uma ilusão ou algo irreal: tem existência objetiva. No entanto, a existência de māyā depende da presença do Ser.

Desta forma, tudo o que existe é o Ser, assim como todos os ornamentos são, essencialmente, ouro.

Não podemos afirmar que os ornamentos sejam ilusórios ou inexistentes.

Mas, se precisarmos vender as jóias, o comprador irá nos pagar somente pelo peso do ouro, independentemente da forma que esse ouro tenha.

Portanto, o ouro é a verdade, e a jóia é o relativo. O que é o real, então? O ouro.

O peso de uma pulseira não pode ser separado do peso do ouro com o qual ela está feita. A realidade da pulseira é ser ouro.

A textura da pulseira é a textura do ouro. A pulseira não está no ouro. A pulseira é ouro.

O Ser está em todas as formas e as transcende

Porém, precipitadamente, concluímos que, se a pulseira é ouro, o ouro também será pulseira.

Esse é justamente o problema. E é aí que o conhecimento adequado do Ser pode indicar o sentido das coisas. Ouro é ouro.

Compreendendo a natureza do ouro, constatamos que as eventuais formas que ele possa assumir não fazem parte dessa natureza.

Por isso, somos capazes de reconhecer o ouro, independentemente da forma que este assuma.

O ouro transcende as formas. Compreendendo que o ouro transcende todas as formas, somos capazes de reconhecê-lo sob qualquer forma.

Similarmente, se quisermos nos livrar de algum problema vinculado com as formas, é questão de lembrar que somos essência.

Isso resolve todos os problemas existenciais, emocionais e outros. Há inúmeras formas, mas um único Ser. Não podemos afirmar que as diversas formas da criação não existam.

Entretanto, tampouco podemos dizer que elas sejam verdadeiras (satyam), já que elas dependem da presença do Ser para existir.

A realidade do ornamento é que ele não é satyam. Satyam é o ouro, e somente ele.

O ornamento não é nem verdadeiro, nem falso, nem não-existente. O que é o ornamento? A resposta: maya.

Quando dizemos pulseira de ouro, a palavra ouro torna-se um adjetivo da pulseira. Um adjetivo que o diferencia das demais pulseiras.

Assim surge a dualidade. Existem diferentes pulseiras. O ouro é satyam, é a realidade. A pulseira depende da existência do ouro.

A palavra, assim, revela a nossa compreensão da realidade. A pulseira não é satyam; é māyā.

Para mantermos a clareza, precisamos lembrar que satyam jamais deveria tornar-se um adjetivo.

A palavra satyam cobre aquilo que é; a palavra māyā, aquilo com o que lidamos no mundo das formas.

Māyā é aquilo que possui uma forma, que exerce uma função na criação, que é útil.

Apenas precisamos descartar os erros

Então, este Ser, este satyam, dá origem às miríades de objetos, da mesma forma que do ouro surgem todos os ornamentos.

De uma tonelada de ouro, derivam os diferentes ornamentos. Depois desses ornamentos serem confecionados, quanto ouro existe?

A mesma tonelada. A tonelada de ouro foi reduzida a um milhão de jóias. Antes, havia uma tonelada.

Agora, há uma tonelada. Isso nos remete ao belo mantra Pūrṇaḥmadaḥ, que diz: “tirando-se a Plenitude da Plenitude, somente a Plenitude permanece”.

Reconheçamos a verdade: somos ouro, não ornamentos. O significado das diversas palavras é maya, pois todas elas dependem da Consciência.

Não obstante, o significado da palavra Consciência (desde que não seja usada como adjetivo), é somente satyam.

Felizmente, esta Consciência é auto-revelada. Esse é o significado da palavra você na afirmação védica tat tvam’asi: “você é Isso [a Consciência]”.

O ponto em que a palavra você se resolve, é em Você mesmo: Você é Ilimitado.

Não estamos descartando nem negando mais nada, além das nossas próprias confusões.

Não estamos negando os objetos. Somente os erros. Não precisamos, portanto, negar as coisas do mundo.

Não precisamos negar aquilo que é relativo para compreender o verdadeiro. Não precisamos negar māyā para compreender satyam.

॥ हरिः ॐ ॥

+ Vedānta aqui

॥ हरिः ॐ ॥

Eis uma brilhante aula de
Swāmi Tadātmānanda
sobre māyā aqui

YouTube video

Website | + posts

Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
Biografia completa | Artigos

subhashita

Subhāshitas, Palavras de Sabedoria

Pedro Kupfer em Conheça, Literatura
  ·   1 minutos de leitura

10 respostas para “Māyā: Realidade Ilusória?”

  1. Bem maya para mim é a identificação do ser humano com o mundo externo. Na tentativa de dar sentido a existência o ser humano criou um mundo de “coisas”, “fatos” e físico também para supostamente proteger a si , ou justificar a sua existência, e tudo isso é maya…pois não são a essência do ser humano. É como imaginar que na floresta é o lugar perfeito para meditar , mas isso é o produto do seu pensamento e dos seus condicionamentos . A floresta nunca vai ser o que vc imagina ser . Vc n é a floresta , e também não é a extensão do seu ser autêntico. De modo que todas as projeções humanos no mundo exterior é maya. Não que não exista um prédio e sua altura , mas o uso que se faz do mundo pelo pensamento é maya. O ser humano tem um arsenal de ideias , de coisas concretas e até irreais para justificar sua existência, mas todo essa ação , toda esse controle, todo esse desejo é maya. É como o dinheiro e o Poder vc poder ter os dois , com o dinheiro vc compra tudo até o limite físico do espaço e com o poder vc imagina ter potência que é fruto de suas própria ilusões ou ações . Na vida somos apenas prazo de validade, vai do seu entendimento querer saber a verdade e viver as custas do seu autentico saber ou vai na onda do mundo e das convicções alheias. E nada mas nada nesse mundo é real senão apenas a sua vida , só a percepção de estar vivo é real , pois que morto vc não tem como justificar sua não existência ou morte. Vc poder ser um hindu , um monge budista , um rico , um intelectual, um presidente de pais , um pobre ou qualquel papel que antes de vc nascer já existia ,e vc apenas se encaixou nas condições
    da existência humana , então tudo são coisas reais e não são reais também, pois nessa terra ainda nao foi inventado um modo de vida que seja a essência homem, o que temos é apenas projeções, apegos humanos a vida, que quer significar a existência do ser. Então cada um com suas “loucuras” , e vc só tem alguns anos pra justificar e supostamente legitimar sua vida . Se é real ou não seus esforços ao final n se preocupe nem Napoleão que quis dominar toda Europa n está entre nós , e cada tempo tem suas próprias ilusões. Maya é tudo e nada ao mesmo tempo.

  2. Paulo Bittencourt de Miranda OUVE um pequeno equivoco em sua explanação. ao dizer que tudo é Brahmam Shankara não dizia que a mente fazia parte disso, a capacidade de se ter uma mente é Brahmam mas não as ilusões que a mente cria. desculpem aí essa correção pois não podemos apenas fazer de nossas lucubrações as palavras do maior pensador que o mundo conheceu. addyy shankaracharya, SERIA O MESMO QUE DIZER a galinha bota ovos os ovos chocam nascem os pintinhos um dia uma galo sai do desses ovos fura com sua espora olho de uma criança que dormia na rede infeciona e a criança passa o resto da vida a sofrer, a galinha é Brahmam mas a atitude do galo não é Brahmam. O ouro não é a pulseira mas seu achar que a pulseira é ouro é ignorância que te impede de ver o ouro puro ou o ser. também tente ver ou sentir ou até pensar na realidade unica Brahmam sem sua própria existência,então te pergunto pode BRAHMAM a unica realidade existir sem sua existência que o admite?

  3. Eu achei esse artigo maravilhoso. Acredito que todos que se veem na jornada espiritual, tentando compreender o mundo e a si mesmos chegam nesse impasse entre o que é verdadeiro e o que é falso. Eu mesma me vejo diante disso em diversos momentos da minha vida. E somente com muita necessidade de me manter em paz (por amor àqueles que amo) é que não sucumbi ao desespero, muitas vezes. Acredito, também, que a Verdade, em suma, só pode ser boa. É uma intuição, beirando a convicção, que me faz sempre continuar quando fico muito triste ou confusa.
    Esse artigo é muito esclarecedor. Ele não nega a vivacidade das coisas (que eu ficaria muito triste se não fossem de alguma forma “reais” para mim e para os outros, porque a natureza é belíssima e transmite muito amor), pelo contrário, atesta sua realidade diante das nossas mentes. Por isso que na natureza tudo se transforma! Porque a essência gira por aí… Nesse momento está girando nesse corpo que eu chamo de “meu corpo”, logo estará em outro corpo, com outra forma, bailando…
    E ainda tem a questão da ilusão da separação. Achamos que estamos separados. Que vamos morrer e diremos “adeus”. Mas só existimos em conjunto. Precisamos uns dos outros. Somos parte integrante do Ser Absoluto e não existe nada além dele.
    Namastê, irmão! E obrigada por compartilhar esse belíssimo e instrutivo texto!

  4.  Achei muito bom este texto, pois essa questão da ilusão, quando interpretada no sentido de que o mundo manifesto é ilusório, induz a um “Yoga no mundo da lua”. Só para ilustrar, certa vez fiz estas indagações para alguns amigos: Quem conduz a mente? O (Eu) seria a própria mente? ou seria o senhor da mente? Eu e duas pessoas (que chamei de A e B) em diálogo divergimos exatamente sobre o ponto ilusão: (resposta da pessoa A) – A mente é uma ilusão criada pelo espírito individual, inserido em uma realidade coletiva. (pessoa B) – Em espírito ou não compartilhamos.
    Não existe a distinção matéria e espírito. (pessoa A) – Existe uma tênue distinção: o padrão vibratório. A matéria é um invólucro de energia com freqüência de vibração inferior ao do espírito. Mas ambos advêm da mesma fonte energética. (eu) – Compartilho do mesmo ponto vista. Só não acho que a mente é uma ilusão.
    Acho que é real porém de natureza instável e flutuante, sendo necessária para interação com o meio. A consciência individual (o EU) que permeia o corpo e o cérebro, e que é una com estes e com o todo. O cérebro rege a mente, assim como funções mais refinadas como a inteligência, o ego e a memória. (B) …A questão não é achar mas saber.Observe o seu próprio corpo. Tudo nele troca. O sangue… toda semana. A pele… a cada 28 dias. Os ossos a cada 7 anos. As bainhas de mielina… a cada 16.
    Se tudo troca… a mente tb não é vc. Como consequencia, ela é uma ilusão. Segundo o Vedanta mano-maya-kosha (corpo ilusório feito de pensamento). Como vc disse e está previsto nos textos tântricos, existem inúmeras funções (ou envoltórios) dos mais grosseiros até os mais sútis. (eu) – Concordo com o fundamental que é não identificar o (Ser) como sendo somente a mente e/ou corpo.
    A divergência que faço é em relação a definir a mente como ilusão. Ao ler os aforismas 2 e 3 dos Sutras do Yoga: 2). O yoga é o recolhimento (desidentificação) [niroðha] dos meios de expressão[vqttis] da mente [citta]; 3). Então aquele que vê [drastr, o percebedor] se manifesta em sua natureza mais autêntica.
    Entendo que quando o texto diz “em sua natureza mais autêntica”, o Ser (descrito como “aquele que vê” ou consciência individual – chamado de Purusha, que é atemporal e incorpório, sendo manifestação e uno a Prakrti ou Consciência universal, segundo o Samkhya) se manifesta mais claramente quando há o recolhimento da mente.
    Mas isto não tira a autenticidade da mente como parte do “chamado involucro”, que é real. Ao tirar a autenticidade da mente (algo que é perfeito em sua utilidade de tornarmos seres interativos), o aforisma 2 (que postula o Yoga) seria falso, pois veja: O yoga é o recolhimento dos meios de expressão da mente (que é uma ilusão??!!!, fica sem sentido ao meu ver).
    A mente e o corpo, ao meu ver, são partes do involucro (mano-maya-kosha que é o ser biológico-energético e mental), que é em ultima analise uma uma manifestação da Consciência Universal, ou seja parte de tudo que há, porém perecível, flutuante e instável, ao contrário da consciência individual “alma ” (que é plena e que se dissolve no absoluto quando o corpo se desintegra).
    Portanto não é uma ilusão, pois tudo que existe, inclusive a mente, é advinda da Consciência Universal. (tudo que há é consciência “Brahman”).
    Namastê.

  5. Me parece que esta discussão filosófica a respeito do que é real e oque não é no mundo em que vivemos,e até onde nossos instrumentos de percepção próprios de nossa natureza e da nossa condição humana podem nos esclarecer sobre quem somos no âmago, é um fenômeno relativamente recente na busca da humanidade pelo sagrado e pela intimidade com o supremo.
    Porque se dermos uma vasculhada em culturas do mundo antigo,bem antigo, incluindo- se ai uma leitura por exemplo do Rigveda, eu posso estar enganado porque não conheço tanto tais culturas e do Rigveda dei uma olhada em um pequeno trecho apenas, mas a impressão que se tem é que o ser humano sequer cogitava a idéia que este mundo imenso e misterioso fosse uma ilusão.
    Integralismo eu vejo sempre em Shiva que ama e afirma a vida em todas as suas esferas,impregna sua mortalidade de imortalidade, brinca a vontade com as coisas da natureza sem deixar nunca de participar disso o equilibrio, o discernimento, a responsabilidade que vem do mental superior, a compaixão e intenção benigna que vem do coração e a expanção trancendente do espirito.
    Em um mundo onde o valor da vida fosse a rotina, a natureza bastaria a todos nós,encontrariamos todas as ciencias nela incluindo a ciencia do que a transcende. Valeu o texto e o tema para se pensar, Pedro.

  6. Muito obrigada pelo texto. Gostaria de ter lido muito tempo antes, teria me poupado muita confusão existencial. Mas vou acreditar que veio na hora certa 🙂

  7. A palavra ilusão em português, segundo o Dicionário Aurélio, significa
    1. Engano dos sentidos ou da mente, que faz tomar uma coisa por outra.
    2. Sonho, devaneio.
    Neste sentido, o mundo não é uma ilusão, mas o compreendemos como uma ilusão, pois estamos identificados com o que vêm através dos nossos sentidos e pensamentos.
    A identificação sim é a ilusão, não o mundo. Não sabia que o termo maya, não era utlizada por Shankaracharya como ilusão, como sempre li a respeito. E não concordava e não concordo ainda, com a afirmação de que o mundo não é real. Sempre vi o termo “mundo ilusório” como uma fuga de responsabilidade, uma forma de colocarmos a responsabilidade além de nós.
    Como resolver este problema se a “ilusão” não está em nós? Acho que a ilusão de que o vedanta fala está mais na nossa identifcação das coisas do mundo que são filtradas pelos nossos sentidos do que no mundo em si.
    Lendo este artigo, vejo que eu não estava errado e a cada dia me aproximo mais do Vedanta através dos ensinamentos do mestre Dayananda. Excelente texto. Muito obrigado, Pedro.

  8. Questoes resolvidas em volta de anos a origem tras o retorno daquele tempo onde a forma eh diversa. Por exemplo os modelos de funçoes adjetivas que trasformam palavras em paisagens vivas, mudam a visão daquele ser que pensa pensa e tenta compreender o pequeno, o grande , ou até sendo o relativo na origem de alguma paisagem nao permanece a miragem daquela lembraça, logo nao podemos ser a propria paisagem entao recortarei e arquivei …pq achei legal recordar , arquivar, as imagens na paisagem imaginativa da palavra de um texto com um dialogo de origem vedica. As origens sao como o berço de um feto em formação.. hahah kpz.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *