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Yoga antigravidade?

Usando um lençol ligado ao teto por argolas, o AntiGravity Yoga é a novidade da hora. Elevados do solo em meio metro, os praticantes mantém o corpo envolto pelo pano e, no transcurso da aula, vão se movimentando pelo espaço, dando formas aos familiares ásanas.

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Anti-gravity Yoga é a mais nova modalidade dos Yogas de marca, surgida há pouco tempo nos Estados Unidos. Praticada em academias de ginástica este tipo de Yoga, já com vídeos disponíveis no YouTube (por exemplo, AntiGravity Yoga Class at Crunch Gym, parece, em um primeiro momento, bem interessante e tem chamado muito a atenção dos que freqüentam as academias americanas.

Consistindo em um pano, talvez do tamanho de um lençol, que é ligado a tiras presas ao teto por meio de argolas a ele parafusadas, o AntiGravity Yoga é a novidade da hora. Elevados do solo cerca de meio metro, os praticantes mantém o corpo envolto pelo pano e conforme o transcurso da aula, vão se movimentando pelo espaço, como se voassem e por vezes até balançam, dando formas aos familiares ásanas do Yoga.

A prática parece ser dinâmica e pelo pouco que se vê nos vídeos disponíveis, o tecido preso ao teto pelas tiras e parafusos e que envolve o corpo do praticante permite que certas posturas sejam executadas com mais facilidade, em especial alguns backbends e invertidas com parada das mãos.

Dizem que além da mobilidade que os praticantes tem durante a prática, parece que não há muita pressão na coluna vertebral. Entusiastas se divertem e se sentem como crianças, no entanto, este tipo de prática parece apenas dar ênfase à execução de asanas feita a alguns centímetros do solo, em que o praticante se utiliza do tecido como apenas mais um suporte criativo à prática, o que foge do real propósito do Yoga tradicional. A aula apenas termina com um leve relaxamento onde os corpos estendidos sob o pano, na verdade, parecem que descansam em uma rede.

Anti-gravity Yoga ou Aerial Yoga, se resume a mais um novo tipo de malhação adotado em academias americanas. Não devemos confundir esta modalidade com o Yoga Gravitacional, desenvolvido no Brasil, que tem o propósito terapéutico definido e específico.

Modalidades do Yoga como estas apresentando até certa criatividade e curiosidade, inevitavelmente surgem ano a ano, mas será que a permanência é longa? Ou simplesmente estes novos tipos de Yoga, aparecem e desaparecem? Não restando no tempo nada da sua essência, apenas sendo comparados a mais um produto no mercado que teve seu lançamento, seu ápice e depois o descarte definitivo.

No entanto, não faz mal algum ao curioso praticante acostumado ao puro Yoga experimentar de vez em quando estes novos tipos que ocasionalmente surgem, pois somente assim poderão tirar suas próprias conclusões e escolher o que realmente estiver de acordo com a intenção da prática. Harih Om!

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Humberto é professor de Yoga em Campinas.
Mantém o excelente blog Yoga em Voga.

subhashita

Subhāshitas, Palavras de Sabedoria

Pedro Kupfer em Conheça, Literatura
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3 respostas para “Yoga antigravidade?”

  1. Sou professora de Aerial Yoga e tenho uma visão diferente. Acredito que, bem conduzida, a pratica de Aerial Yoga não se assemelhe em nada com uma aula acrobática.
    Uso os ensinamentos do yoga e todos os alunos da escola são incentivados a praticar o yoga tradicional. Considero o Aerial Yoga um excelente complemento a pratica convencional, uma vez que proporciona uma nova visão de alguns asanas trazendo muitas vezes uma maior consciência da postura quando praticada sem o auxilio do tecido.
    Costumo falar que o tecido facilita algumas posturas que seriam difíceis de executar ( como as invertidas) e dificulta posturas mais simples.
    De qualquer maneira é uma porta de entrada, pois muitos alunos chegam atraídos pelo tecido sem nem saber o que é yoga e é lindo ver essas pessoas descobrindo este caminho.
    Queridos professores, não estou dizendo que todos que ensinam este método o fazem desta maneira, mas gostaria que não generalizassem pois para mim o yoga é uma forma de ver o mundo e deve ser praticado sempre, principalmente fora do tapetinho ( ou do tecido, ou do kuruntas, ou seja lá qual acessório estejamos usando).
    Abraços!

  2. Quando digo que não acredito que estes novos rótulos de Yoga não sejam de fato Yoga é pela seguinte razão: Gosto de usar um raciocínio simples e embasado na Bhagavad Gita para exemplificar.
    Na verdade, aqui, estou fazendo minhas, as palavras do professor e amigo Ricardo Freitas. Na Gita o ensinamento do Yoga se dá quando Arjuna se encontra no campo de batalha e vê que terá a árdua e ingrata tarefa de aniquilar seus próprios familiares. Neste momento Arjuna se encontra cheio de dúvidas e questionamentos sobre o que deve ser feito.
    Questões que nós nos colocamos todos os dias. Vendo Arjuna naquela situação, Krishna então assume o seu papel de professor e começa o ensinamento do Yoga. Contudo Krishna não diz para Arjuna “vamos voar”, ou qualquer outro tipo de coisa que soe atrativa e que levante rapidamente o seu astral. Mas discursa sobre aquilo que é a ação correta e discernimento.
    Nas palavras do próprio Ricardo, Krishna não salta da carruagem e estende seu tapetinho de borracha para ensinar ásanas para Arjuna. O questionamto colocado no texto, faz uma alusão à necessidade de se criar produtos novos em cima do Yoga para poder atrair o público.
    Os atletas gostam de power yoga. Pode ser que a galera do circo e acrobacia se sinta atraída pelo acroyoga. No fim das contas, qualquer um destes pode até mesmo servir de porta de entrada para algo que seja realmente o Yoga. Mas se ficarmos na superficialdade so “vamos suar, fazer força e sair voando”.
    Realmente não é Yoga.

    1. Novos estilos de práticas atendem a um público que é ávido por novidades, tipo american way of life. Yoga é muito mais que uma prática física, é energética emocional mental espiritual. Se a prática é completa pra mim é Yoga, mas se tem apenas um foco que é o físico não é Yoga no meu entender. Yoga é consciência, respiração, estar presente, auto conhecer- se, muito completa, não se restringe a se enrolar em panos, acho pobre isso diante da riqueza da prática. Sds

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