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O Yoga da Bhagavad Gita

Segundo a Bhagavad Gita, há somente duas formas de viver, dois estilos de vida: o do karma yogi e o do sannyasin. Moksha é conhecimento. Quando a motivação por moksha é suficientemente intensa, o estilo de vida pode ser o da renúncia, sannyasa, no qual a pessoa abandona tudo para se dedicar a esse propósito.

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Segundo a Bhagavad Gita, há somente duas formas de viver, dois estilos de vida: o do karma yogi e o do sannyasin. Moksha é conhecimento. Quando a motivação por moksha é suficientemente intensa, o estilo de vida pode ser o da renúncia, sannyasa,

no qual a pessoa abandona tudo para se dedicar a esse propósito.

Antigamente, aqui em Rishikesh e Haridwar havia uma maioria de sannyasins. Hoje há mais turistas que yogis. Naquela época, apenas os mosquitos eram mais numerosos que os renunciantes. E malária.

O segundo estilo de vida, o segundo nishtha, é o do grihasta, aquele que, embora buscando o conhecimento, continua realizando seus deveres dhármicos: como pai ou filho, trabalhador, etc., cumprindo suas responsabilidades. Ambos os nishthas têm como objetivo moksha, embora o cumpram de formas diferentes. O sannyasin e o karmayogi, ambos tem bhakti, ambos meditam, ambos fazem rituais.

O karmayogi pode fazer o ritual do fogo. O sannyasin não faz esse ritual, mas pode realizar outros. É por isso que o renunciante é chamado anagni, que aliás, é sinônimo de sannyasin, já que aponta para aquele que renuncia ao ritual do fogo sagrado. Ambos podem fazer asanas e pranayamas. Aliás, todos deveríamos fazer. O problema hoje é que muitos falam, mas poucos praticam.

Eu morava aqui nesta floresta, Purani Jhadi, e ia para o Kailash Ashram para ter minhas aulas. No caminho me encontrava com um yogi em shirshásana. Na volta, mais de uma hora depois, o cara ainda estava lá, ainda pousado sobre a cabeça, na mesma posição, sob o Sol. Isso foi antes da moda. Uma vez, uma inundação levou a cabana dele e não o vi mais.

Então, só há um caminho para moksha. Você escolhe a maneira de andar nele, se pelo caminho do Karma Yoga ou pelo da renúncia. Não há, portanto, diversos caminhos, mas diferentes estilos de vida que se adéquam às diferentes situações de cada um. Quem estiver preparado para usar a música, usa ela. Quem achar que pode ir se dedicar à devoção, pode fazer isso.

Nas sociedades hindu e budista, os sannyasins têm seu lugar. Na sociedade ocidental, eles passariam por desocupados, sem-teto ou anômicos sociais. O primeiro ministro de Myanmar renunciou à política para se dedicar à vida monástica. Nas eleições seguintes ele se candidatou de novo. Assim, ele renunciou à renúncia. Em muitos países, como Tailândia, Laos e Camboja, muita gente se dedica à vida monástica por certo período.

Aqui na Índia, depois de cumprir suas responsabilidades familiares e sociais, muita gente renuncia e se torna sannyasin. Em alguns casos, a pessoa renuncia, mas continua vivendo na casa, porém de forma diferente. Estes são chamados kutichakas, os que moram ainda no próprio lar.

Tanto o sannyasin quanto o karmayogi sabem o que querem. Aliás, voltando ao início, na espiritualidade não há outro caminho: ou você é um sannyasin, ou é um karmayogi. O que faz o bhakta, por exemplo? Realiza ações, não é mesmo? Pois, fazer bhajans, kirtans, puja, etc, isso são karmas. E a meditação, também é um karma. Aliás, sem bhakti, sem devoção, não há Karma Yoga. Bhakti é comum ao sannyasin e ao karmayogi. Ambos são bhaktas, devotos. Ambos são mumukshus, ambos estão no processo de moksha.

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Transcrito e traduzido por Pedro Kupfer, das palavras de Pujya Swamiji num satsang em março de 2010 em Rishikesh, Índia.

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Swāmi Dayānanda Saraswatī (1930-2015) ensinou a sabedoria tradicional do Vedanta por cinco décadas, na Índia e em todo o mundo. Seu sucesso como professor é evidente no sucesso dos seus alunos: mais de 100 deles são agora Swāmis, altamente respeitados como estudiosos e professores.

Dentro da comunidade hindu, ele trabalhou para criar harmonia, fundando o Hindu Dharma Acharya Sabha, onde chefes de diferentes seitas podem se reunir para aprender uns com os outros.

Na comunidade religiosa maior, ele também fez grandes progressos em direção à cooperação, convocando o primeiro Congresso Mundial para a Preservação da Diversidade Religiosa.

No entanto, o trabalho de Swāmi Dayānanda não se limitou à comunidade religiosa. Ele é o fundador e um membro executivo ativo do All India Movement (AIM) for Seva.

Desde 2000, a AIM vem trazendo assistência médica, educação, alimentação e infraestrutura para as pessoas que vivem nas áreas mais remotas da Índia.

Havendo crescido em uma pequena vila rural, ele próprio entendeu os desafios particulares de acessar a ajuda enfrentada por pessoas de fora das cidades. Hoje, o AIM for Seva estima ter ajudado mais de dois milhões de pessoas necessitadas em todo o território indiano.

subhashita

Subhāshitas, Palavras de Sabedoria

Pedro Kupfer em Conheça, Literatura
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2 respostas para “O Yoga da Bhagavad Gita”

  1. Oportunidade que é oferecida aqui me inspira forte gratidão.

    Este site é luz.

    Namastê

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