Eis algumas palavras importantes para a compreensão da visão do Yoga e esclarecimento de dúvidas relativas ao estudo.
Vishnu, o todo penetrante, é, na mitologia purânica, o deus conservador e sustentador da criação. É um deus basicamente benigno, embora não lhe faltem os aspectos terríveis. Ostenta quatro atributos: o disco de arremessar (chakra), arma de guerra e símbolo de poder, a flor de lótus (padma), a trompa de concha (shankha) e o bordão (gada).
Darshana é o nome genérico das seis escolas filosóficas do hinduísmo, que explicam o sentido da existência do ser humano e do Cosmos. Os darshanas estudam os diferentes aspectos da realidade, tendo como objetivo comum libertar o homem da ignorância, atingir a emancipação dos condicionamentos.
Uma vez, um ladrão quis aprender Yoga. Foi visitar um mestre e disse-lhe que queria praticar, mas que era ladrão, bêbado e mentiroso. O mestre falou dos yamas e niyamas, e disse que, para começar, deveria escolher um yama ou um niyama e ater-se a ele. O ladrão pensou: "minha profissão é roubar. É o que sustenta a minha família, portanto, fora de questão seguir asteya. A bebida é a minha única fonte de prazer, e tampouco vou largá-la. Ou seja, que nem shauchan nem tapas. Mas, deixar de mentir não vai me custar tanto. Vou seguir satya." E assim foi que ele decidiu falar somente a verdade.
Hinduísmo é o termo empregado hoje em dia para designar as instituições culturais, religiosas e sociais da grande maioria da população indiana. O hinduísmo faz sua aparição no contexto da civilização vêdica, durante o alvorecer da nação indiana.
Se dá o nome de Pátañjali ao mítico codificador do Yoga Clássico, autor do Yoga Sútra. Tudo sobre esta figura histórica é um verdadeiro mistério.
O múládhára chakra governa o instinto de sobrevivência, o sentido do olfato e o elemento prithiví (terra). Esta prática inclui ákásh pránáyáma, naságra drishti, múla bandha, o bíja mantra e a descrição completa do chakra segundo a iconografia tântrica. Esta meditação nos ajuda a viver em harmonia com as leis que governam o nosso corpo.
Coloquemos a nossa zoom no Aṣṭāṅgayoga, sistema organizado pelo sábio Patañjali. Ele tem oito partes: yama, niyama, āsana, prāṇāyāma, pratyāhāra, dhāraṇā, dhyāna e samādhi.
É árdua tarefa acompanhar o Yoga ao longo do tempo, já que é certamente muito mais antigo que todos os registros que dele se conhecem. Falar sobre as suas origens é tão difícil quanto tentar explicar a origem do próprio homem.
Qual é o lugar que o Yoga ocupa dentro da filosofia hindu? Se diz que o Yoga é um darshana, um 'ponto de vista' sobre o homem e o universo. Entretanto, não é exatamente assim.
Estas "pérolas de rara beleza", como dizem os próprios Shastras, são uma compilação parcial das escrituras do Yoga. Coisas que foram escritas ao longo dos milênios por seres humanos iguais a nós, que se dedicaram a explorar a alma humana usando o Yoga como ferramenta. Elas são fruto da visão e da intuição dos rishis, que eram sábios, ascetas, cientistas, yogis e poetas da antiguidade. Tudo ao mesmo tempo.
O Yoga é para seres humanos. E está ao alcance de todos. O que se precisa para praticá-lo? Um bom par de pulmões e a cabeça no lugar. Todos temos mente e pulmões. O resto é acessório.
Desde os tempos mais remotos, o verdadeiro Yoga tem se mantido como um conhecimento reservado, secreto, acessível apenas àqueles que estavam preparados para compreender esta forma até hoje revolucionária de ver o ser humano.
A palavra Yoga deriva da raiz sânscrita yuj, que significa literalmente unir, integrar, totalizar, lier ensemble. Yoga é unir, mas unir o que com o quê?
Este extenso artigo, extraído do livro História do Yoga, de Pedro Kupfer, explica o como e o porque da teoria da invasão ariana da Índia
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