Utilidade pública: eis um punhado de boas desculpas que você pode dar ao diretor do espaço onde ensina Yoga quando não estiver com vontade de trabalhar: "perdi a minha lente de contato do terceiro olho e não pude sair de casa..."
Vemos com alguma freqüência entrepreneurs que, olhando para a popularidade que o Yoga está vivendo atualmente, decidem abrir seus próprios “negócios” vinculados a ele. Coloco a palavra negócio entre aspas, pois até hoje me choca essa associação do Yoga com uma empresa que objetiva apenas o lucro.
Certa vez, na escola onde trabalho como professora de educação física, ensinei aos alunos alguns asanas durante a aula. Foi, além de uma atividade significativa para os jovens, muito divertido e pensei em repetir a dose. Mas para minha surpresa algumas mães não gostaram e uma delas foi até a escola reclamar comigo. O que ela alegava era que sua religião não permitia que a filha praticasse nada relacionado ao yoga e que não gostaria que eu a ensinasse mais nas minhas aulas.
Esta entrevista sobre o novo momento que o Yoga está vivendo em nossa sociedade fez parte do trabalho de pesquisa da jornalista Marcela Buscato, da revista Época. Compartilhamos aqui com nossos amigos e leitores seções da mesma que não foram publicadas nesse semanário, esperando que gostem e desfrutem.
O fim da picada: mistura de Yoga e pornografia promovida pela revista Playboy para vender seus hipersexualizados “produtos”. Essa iniciativa visa, assim como as ações das outras multinacionais que tentam associar sua imagem ao Yoga, o claro e excuso objetivo de lucrar com nosso estilo de vida.
Desde tempos imemoriais, o Yoga esteve vinculado à busca da liberdade. Por paradoxal que possa ser buscar algo que nós somos (uma vez que o Yoga ensina que aquilo que buscamos é o que de fato já somos), esse é o objetivo, e todo o esforço do praticante está centrado na completude desse processo de crescimento interior
Existe uma crença, bastante disseminada no mundo do Yoga que diz que a iluminação é uma experiência a ser alcançada. Isso é chamado samādhi ou nirvāṇa. Existem de fato vários tipos de samādhi, estados de clareza, organização e tranquilidade dos pensamentos, da mente, a abstração em relação aos nomes e formas, o que não significa que eles sejam experiências.
O uso da ayahuasca e a prática do Yoga são duas tradições ancestrais, duas vias para o conhecimento e o encontro com o Ser. São dois caminhos para a libertação e ainda, se quisermos, dois meios para entender a vida e a Consciência como algo que existe, existiu e existirá no aqui e agora.
Se eu, como jornalista, achar que Yoga é ginástica, o que possa escrever ou dizer sobre ele estará permeado por essa ideia. Não acho que a mídia como um todo esteja equivocada, nem que esse erro seja proposital: ela está apenas amplificando um erro de visão que é lugar comum na nossa sociedade.
Você é do Power Yoga, do Yoga Nu, do Yoga do Riso, do Yoga Cristão ou do Contemporâneo? Ou talvez, você prefira o "puro" Ashtanga Vinyasa? Se seu estilo de Yoga preferido está entre os aqui mencionados, você poderá estar do lado errado na tentativa de definir o que constitui a milenar disciplina física e mental que é o Yoga. O governo indiano, na tarefa de proteger a rica herança do país da medicina e prática começou a filmar centenas de ásanas na tentativa de tornar o sistema mais rígido.
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