Sankalpa significa construção mental, resolução interior. Dentro da prática de Yoga, ocorre durante o Yoga Nidra, ou Sono do Yoga. Contudo, antes mesmo de abordar como se pratica e elabora essa construção mental, para compreendê-la é preciso descrever o contexto no qual ela se insere.
Nyāsa é uma palavra sânscrita que significa “colocar”, “aplicar” ou “tocar”. Esse termo define uma série ampla de práticas tántricas. Nyāsa consiste em tocar ou colocar os dedos ou as mãos em diferentes lugares do corpo, obedecendo a uma certa seqüência ritual. Através desse passeio sagrado pelo corpo, chamado parikrāma ou pradakṣina, cada uma das partes do corpo é “animada” e “sacralizada” por um mātrikā bīja, uma dos “mães-sementes”, ou sílabas sagradas do alfabeto sânscrito. Isto se faz associando a cada um desses sons um mantra específico.
Este exercício combina mantra, bhrūmadhya dṛṣṭi, visualização e respiração pelo sahāsrara. O efeito sobre a consciência é explosivo, justamente por ter a energia como veículo. Dizem os śāstras que a expansão da consciência, levada pelo prāṇa, é ilimitada.
Este chakra está no centro da testa, acima do ājña. Soma é o néctar lunar, também é chamado amṛta, que significa imortal. Aconselhamos esta meditação para o dia da lua cheia, fazendo antes trātaka sobre o disco lunar, quando está nascendo no horizonte. Não recomendamos esta meditação quando a lua cheia estiver descendo no horizonte, de manhã cedo.
Sinopse: a meditação no sexto chakra começa com kaya sthairyaṁ, segue com ākāśa prāṇāyāma,bhrūmadhya dṛṣṭi, bīja mantra, visualização do yantra e respiração pelo chakra. O ājña corresponde aostattvas manas, buddhi e ahaṁkāra (mente, inteligência e ego). Meditando sobre ele, conseguimos estabelecer o desapego e a não-identificação com dualidades e desejos.
Esta prática de meditação sobre o centro de força da garganta inclui ākāśa prāṇāyāma, bīja mantra e visualização. O viśuddha se vincula ao elemento ākāśa (espaço), à eloqüência e ao dom de interpretação das escrituras. O desenvolvimento deste centro de força permite ao praticante ser mestre de si próprio, desenvolvendo a qualidade da independência.
Coloque a atenção no svādhiṣṭhāna chakra, na raiz dos genitais. Ao mesmo tempo, faça mentalmente o bīja mantra Vaṁ. Repita o mantra de maneira contínua, associado ao ritmo com a respiração.Sinta a vibração do mantra ressoando no chakra. Para revelar seu poder, o bīja mantra precisa fazer-se junto com visualizações.
Completando no presente artigo o tema da meditação na tradição do Yoga, trazemos agora à atenção do amigo leitor uma reflexão sobre a consciência testemunha, chamada sākṣi em sânscrito.
Não tente encontrar Brahman, o Ser, em algum pensamento. Tente, aliás, evitar a tentação de capturar Brahman num pensamento. Ao mesmo tempo, procure observar a presença do invariável em cada um dos pensamentos. Isso é a contemplação do real.
Dando continuidade ao tema da meditação na tradição do Yoga, trazemos agora à apreciação do amigo leitor mais um aspecto desse assunto tão fundamental: algumas considerações práticas sobre a meditação em si, bem como sobre a maneira de aplicar a atitude yogika no cotidiano.
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