A raiva em si não é nem boa nem ruim. Ela precisa ser reconhecida e aceita. E precisa ser processada. O fato de eu ter raiva não me torna especial. Todo o mundo tem raiva
Quando usamos a expressão “fazer as coisas com o coração”, de modo geral nos referimos a agir com a motivação certa, desde uma postura de sinceridade e honestidade. Por outro lado, dizer que alguém tem “o coração frio” aponta para uma situação em que a pessoa totalmente centrada no próprio interesse, ou que não tem sensibilidade, ou que age com frieza e egoísmo, sem levar em conta os demais.
O slackline é uma modalidade esportiva que surgiu entre escaladores de rochas, no tempo ocioso que tinham ao esperar as condições ideais para as escaladas. Apareceu como uma forma de treinar o equilíbrio e aumentar o condicionamento físico. Tudo o que se precisa para praticá-lo e uma corda, esticada entre dois pontos fixos. O desafio é equilibrar-se e caminhar sobre esta fita pelo maior tempo possível.
“Está tudo sob controle”. Costumamos ouvir esta frase, geralmente dita com um grau de orgulho do pronunciante. Orgulho de estar acima do “caos”, do imprevisto e do descontrole. Essa nossa idéia de controle manifesta-se em diferentes âmbitos das nossas vidas, internamente e externamente.
Costumamos perguntar aos outros “oi, tudo bem?”, mais por conveniência que por interesse. Não fazemos a pergunta realmente atentos a ela e à resposta. Mas se atentarmos às repostas, notaremos que as frases mais comuns são: “na correria”, “cheio de coisa”, “na luta”. Essas frases têm um pano de fundo em comum. Por mais que muitas vezes a resposta indique que a pessoa está bem, indica também que ela está sem tempo.
Não há um "fim" no caminho do Yoga, como pode haver, por exemplo, quando você se dedica à tarefa de construir uma casa. Você começa pelo alicerce, segue pelas paredes, termina com o telhado e a pintura e depois pode descansar. Não acontece exatamente desse jeito com o Yoga. Olhar para o Yoga como uma meta a ser atingida pode criar um estado de ansiedade. Já vi pessoas permanentemente tensas por acharem que o Yoga iria lhes dar uma certa experiência de êxtase ou paz, mas isso é uma ilusão.
Diferentes pessoas buscam o Hatha Yoga por razões diversas. Algumas querem um corpo mais sarado, outras querem melhorar o seu rendimento no esporte, umas tantas querem evitar as rugas, e muitas querem se conhecer melhor, querem buscar uma explicação para a vida e para o viver. Todos estão em busca da felicidade. E essa busca é genuína, pois a busca pela felicidade é uma necessidade humana.
Em qualquer observação e reflexão é necessário um observador e um objeto observado. Um sujeito e um objeto. Seja esta uma observação de um fenômeno natural ou uma observação de si mesmo, a relação entre sujeito e objeto está envolvida no processo. É comum em nossas vidas transformarmos coisas exteriores a nós em objetos para analisá-las, conhecê-las e explorá-las, porém a observação de si e a reflexão pessoal é menos estimulada.
A meditação não deve estar separada de uma vida meditativa. No capítulo seis da Bhagavad Gita Krishna apresenta o Yoga como um meio de preparação da mente, como um estilo de vida que conduz ao autoconhecimento. E a meditação faz parte desse estilo de vida. Este artigo pretende refletir sobre o objetivo da meditação e sobre a diferença entre a meditação sentada, como uma ação isolada, e a atitude meditativa, que é uma postura que engloba toda uma vida de Yoga.
Contemplar é ver o que está latente e intocável no contemplado. É ver nele o que percebo e sinto que também está em mim. É aceitar como o visto está envolto e não deixar que o invólucro cegue a visão. O que contemplo vai além do que apenas meus olhos seriam capazes de enxergar. Nas palavras de São Tomás de Aquino: “onde está o amor, aí está o olhar”...
O Yoga é muito mais do que uma prática corporal, é um estilo de vida. E como um estilo de vida, abarca não apenas o âmbito individual, mas o coletivo. Um indivíduo que tenha um comprometimento com uma vida de Yoga tem influência nas pessoas ao seu redor e no ambiente em que está inserido. Vejamos então como a prática de Yoga está vinculada a uma atitude ecologicamente ética e a uma aproximação da natureza.
Todos possuímos desejos. Os desejos não surgem em nós misteriosamente, eles são cultivados. Primeiro surge um pensamento que é desenvolvido, alimentado e, como consequência, torna-se um desejo. Nós cultivamos desejos assim como cultivamos nossas plantas.
Eu amo meu ego. Esta frase pode soar bem estranha quando a dizemos no meio do Yoga, já que alguns praticantes parecem ter um preconceito muito forte em relação a ele. A verdade é que é graças ao ego que estou aqui. Foi através dele que fiz minhas escolhas ao longo da vida. Foi através dele que criei minha identidade enquanto indivíduo e é através dele que posso ser quem sou na sociedade. Portanto, preciso compreender (e gostar!) do meu ego.
O presente texto, baseado numa série de aulas de Swāmi Dayānanda sobre a grande afirmação védica ayamātmā brahma, “este Ātma é Brahman”, da Bṛhadāraṇyakopaniṣad, versa sobre a constatação de que a felicidade não depende de estudar, praticar, fazer ações de algum tipo, acumular informação ou satisfazer desejos.
O setor de emergências de um hospital público de Portugal não parece o melhor lugar para escrever um texto sobre rejuvenescimento. Mas é justamente nesse lugar que comecei a pensar neste artigo, hoje de manhã, enquanto tentava me curar de uma gastroenterite, produto de comer fruta mal lavada. À minha volta, uma série de velhinhas portuguesas, todas vestidas de preto, que certamente haviam sobrevivido aos seus maridos e aguardavam pacientemente comigo para ser atendidas.
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