A cronologia histórica da Índia proposta pela nova geração de estudiosos, baseada em estudos arqueológicos e análise de referências vêdicas e purânicas, poderia ser assim estimada:
- Idade Védica: 7000-4000 a.C.
- Surgimento do proto-Yoga: 7000 a.C.
- Fim do Período do Rāmāyāṇa/Mahabhārata: 3000 a.C.
- Apogeu da civilização do Indus-Sarasvati: 3000-2000 a.C.
- Declínio da civilização do Indus-Sarasvati: 2200-1900 a.C.
- Sistematização do Yoga (Śruti: primeiras Upaniṣads, Ārāyṇakas e Brāhmaṇas): 1900-1500 a.C.
- Período de caos e migração: 1900-1500 a.C.
- Síntese do hinduísmo clássico (Smṛti: Sūtras, Tantras, Darśanas e Épicos): 1400-250 a.C.
Como isto afeta o ponto de vista do Yoga? Os estudiosos Feuerstein, Kak e Frawley respondem:
“Estritamente falando, o modelo da invasão ariana implica que a tradição do Yoga tem uma história fraudulenta: o Yoga teria sido criado pelas culturas nativas e subseqüentemente emprestado ou roubado pelos arianos nômades, que, supostamente tomaram o norte da Índia pela força.”
“Depois, eles teriam apagado todos os traços deste empréstimo, como se eles próprios tivessem sido os criadores originais do Yoga.
“Esta noção não faz sentido, considerando o que sabemos sobre adoções e adaptações culturais.
“Faz menos sentido ainda, levando em consideração as evidências arqueológicas e literárias citadas no presente livro.” In Search of the Cradle of Civilization, p. 172.
Desses indícios podemos concluir que talvez esta civilização tenha sido a primeira e mais avançada do mundo antigo, e que o movimento civilizatório deu-se a partir do sub-continente indiano.
Concomitantemente, o Yoga seria muito mais antigo do que se pensava até agora: poderíamos situar a sua idade, segundo a estimativa mais prudente, em mais de 7000 anos, o que o torna parte do mais antigo patrimônio da Humanidade.
A civilização que deu origem ao Yoga, ensinou-nos igualmente a viver em cidades e a conviver através do comércio e do trabalho industrioso.
Também mostrou-nos como sobreviver às catástrofes naturais do planeta e a reconstruir a existência, afirmando-se na enorme força ancestral das suas convicções que foram postas à prova uma geração após a outra durante milênios.
O que mais admiramos neles é que sua aventura espiritual através do Yoga continua tendo vigência: sua ousadia construtiva é hoje patrimônio de todos.
Concluindo, podemos afirmar que a única importância que a ait teve na interpretação histórica, foi a de distorcê-la e nos desviar dos nossos objetivos.
É preciso deixar de lado essas tolices, para ver quais foram as reais contribuições desta civilização, tão habituada a vencer limites quanto o próprio Yoga.
Uma cultura capaz de resistir a terremotos e cataclismos e que mostra a concepção do mundo que esta possui, permite a seus homens trocar de domicílio mas não de identidade: continuam sendo eles mesmos.
A densidade da literatura surgida durante e após o deslocamento para o vale do Ganges fala de muitos milênios de história espiritual.
A excepcional complexidade da sua linguagem, de seu mundo metafórico e de seus recursos simbólicos continua sendo hermética para nós, porque perdemos a chave para decifrá-la.
Não obstante, este obstáculo não pode servir de pretexto para subestimá-la.
Através do pouco que sabemos da história deste povo, percebe-se a sua força, advinda de uma convicção profunda num modo de ver a vida.
A sua espiritualidade foi posta a prova não pelas catástrofes, mas pela própria experimentação dos seus rishis, os sábios ascetas que compuseram os Vedas.
Esse mundo corresponde a uma realidade metafísica transcendente.
Com o Yoga, eles criaram um canal prático e ousado que não faz senão resumir a trajetória milenar dos rishis, e que lhes permite, de modo nem místico nem religioso, comprovar a veracidade da sua cosmovisão.
A literatura Hindu e a síntese do hinduísmo
Hinduísmo é o termo empregado para designar as instituições culturais, religiosas e sociais da grande maioria da população indiana.
O hinduísmo faz a sua aparição no contexto da cultura védica, durante o alvorecer da civilização indiana.
Embora não exista uma data precisa a partir da qual possa se dizer que surge a civilização hindu, poderíamos localizá-la entre o declínio da civilização vêdico-harappiana (2200-1900 a.C.) e o século vi a.C., a partir do qual possuímos registros escritos.
Não temos evidências históricas para o milênio anterior à época clássica na Índia, mas temos abundante material nos planos filosófico e religioso.
As primeiras escrituras do hinduísmo não possuem uma data precisa, foram compostas e transmitidas oralmente durante um lapso de tempo incerto antes de serem transcritas, embora a tradição oral (paramparā) estivesse largamente desenvolvida.
O termo hinduísmo não deve restringir-se apenas ao âmbito religioso, pois não seria uma religião tal como se concebe no Ocidente: não possui um fundador, nem hierarquia, dogmas, liturgia ou profetas.
Aliás, nem sequer existe uma palavra para designar essa instituição em sânscrito. A que mais se aproximaria é dharma, que se traduz mais precisamente como lei humana ou social. Também não existe um termo para designar Deus.
Distinguimos quatro grandes momentos na formação do hinduísmo clássico:
1) O período vêdico (1400-500 a.C.), que compreende a transcrição para o nágarí de obras de tradição oral que remontam à idade védica (7000-4000 a.C.): Vedas, Brāhmaṇas, Upaniṣads e Āraṇyakas, que formam a base de uma importante porção ulterior da filosofia hindu.
2) A literatura épica: o Mahabhārata, o Rāmāyāṇa e as Purāṇas, epopéias e escritos mitológicos surgidos com anterioridade ao ano 3000 a.C. e transcritos para o nágarí entre os séculos iii a.C. e iv d.C.
3) A grande síntese hindu, momento em que começam a se configurar as seis escolas filosóficas tradicionais (darśana), o dharma, o sistema de castas, o uso do sânscrito como língua sagrada e a diferença entre Revelação (Śruti) e Tradição (Smṛti), de 1400 a.C. até o século v d.C.
4) O Bhakti Yoga ou hinduísmo devocional, que embora tenha raízes antigas, alcançou força considerável entre os séculos vii e xvi d.C.
1) O Período Védico
A) O gênero mais antigo é o dos Vedas, uma coleção de hinos e fórmulas rituais através dos quais o oficiante e harmonizava com as forças naturais.
Embora de temática aparentemente limitada, estes livros revelam-se obras primas do ponto de vista literário, dando-nos uma visão global da cultura, dos valores e da forma de vida do povo védico. Existem quatro Vedas: Ṛg, Sāma, Yajur e Athārvaveda.
O panteão dedico era muito complexo e contraditório, pois os diversos autores inseriram ao longo dos séculos inúmeras concepções diferentes.
Mesmo assim, podemos identificar claramente as diferentes forças da Natureza encarnadas nestes deuses: Sūrya, Viṣṇu e Savitṛ são divindades solares, Agni personifica o fogo; Vāyu relaciona-se com o vento, Rudra-Śiva é o deus terrível, Mitra e Varuṇā são os conservadores da criação e Indra o deus guerreiro.
B) Os Brāhmaṇas são tratados escritos pelos sacerdotes que versam sobre a prática litúrgica e expõem a cosmogonia através do mito genésico do Puruṣaśukta: o nascimento do homem primordial pela ascese (tapasya), que garante a continuidade da criação através da repetição do gesto criador.
C) Já nas Ārāṇyakas (“Livros da Floresta”) e nas Upaniṣads (“ensinamentos ouvidos aos pés de um Mestre”), os hindus passam a aplicar as técnicas contemplativas, havendo uma transferência de interesses do ritual para a meditação.
Questionam o universo, a natureza da Realidade, o porque da existência humana e as relações entre essa Realidade e o ser humano.
Inferiram que a natureza suprema é igual à natureza humana e que é possível alcançar a fusão dessas realidades através das técnicas contemplativas.
Há treze Upaniṣads reveladas (Śruti), das quais quatro tratam especificamente sobre o Yoga e descrevem técnicas de meditação: Svetāśvātāra, Maitrī, Kena e Kaṭha. Todas as outras são posteriores, e pertencem à Tradição (Smṛti).
2) A literatura épica
Ganha popularidade ao mesmo tempo em que se delineiam as principais tendências do hinduísmo: o shivaísmo, o vaishnavismo e o culto de Shaktī nas suas diversas formas. As epopéias mais importantes são o Mahabhārata e o Rāmāyāṇa.
A primeira obra, O Grande (Combate) dos Bhāratas, é um poema épico escrito em 100.000 slokas, estrofes de dois ou quatro versos, oito vezes maior do que a Ilíada e a Odisséia juntas.
Descreve a cruenta batalha renhida entre os Pāṇḍavas e seus primos Kauravas pelo reino de Bhārata.
Essa guerra, embora real, é uma verdadeira alegoria sobre o ser humano e a eterna conflagração de poderes entre o bem e o mal.
Posteriormente será acrescentada à sua estrutura a Bhagavadgītā, poema no qual o avatāra Kṛṣṇa, ensina ao príncipe guerreiro Arjuna os princípios de três tipos de Yoga: Karma, Jñāna e Bhakti Yoga.
O Rāmāyāṇa, ou Feitos de Rāma, que possui numerosas versões, conta as aventuras de Rāma para resgatar a sua amada Sītā do seu raptor, o demônio Rāvaṇa.
É necessário precisar que as datas aqui mencionadas referem-se ao momento em que estas obras, de transmissão oral, foram transcritas para pergaminhos ou folhas de palmeira (puṣtaka).
Existem atualmente estudiosos que situam a origem do Veda e dos épicos na última era glacial, ao redor de 8000 anos atrás.
Paralelamente às epopéias surgem as dezoito Grandes e as dezoito Pequenas Purāṇas, crônicas, mitos e lendas arquetípicos utilizados desde tempos imemoriais como fonte de educação popular.
As Purāṇas e os épicos possuem para a nação hindu o mesmo valor exemplar e a mesma importância que o Ocidente outorga à História.
3) A Síntese Hindu
É o momento em que se definem as grandes instituições e tendências filosóficas, acontece no fim do período upanishâdico.
Neste período perfilam-se as seis grandes escolas de filosofia (darśana) e outras instituições tradicionais: a concepção do sistema de castas (varṇa), os códigos da lei (dharma) e a literatura sânscrita clássica, que inclui textos sobre fonética, gramática, astronomia, matemática e outras ciências.
As epopéias (Mahabhārata, Rāmāyāṇa), Purāṇas (crônicas e mitos populares), Āgamas (manuais de culto), Tantras (tratados filosóficos) e darshanas (pontos de vista filosóficos), constituem a Tradição (Smṛti), oposta e posterior à Revelação (Śruti), que inclui os Vedas, que são constituídos de quatro partes cada um: Saṁhitās, Brāhmaṇas, Ārāṇyakas e Upaniṣads.
Os seis darśanas, pontos de vista ou escolas filosóficas, formam três pares: Sāṅkhya/Yoga, Nyāya/Vaiśeśika e Mīmāṅsā/Vedānta.
O Sāṅkhya (lit., número, discriminação) é uma filosofia que poderíamos chamar emanacionista: os seus 24 princípios (tattva) formam uma estrutura vertical, na qual cada elemento ou grupo de elementos emana dos anteriores, e todos do par original Puruṣa/Prakṛti.
Através dos diferentes tattvas circulam três estados (guṇa) que definem por interação todo o existente: sattva (leveza, equilíbrio), rājas (ação, emoção), e tamas (inércia, escuridão).
O Yoga é um ensinamento que tem como propósito outorgar a liberdade, mokṣa. ele vai sempre acompanhado de uma disciplina prática e um estilo de vida.
O Yoga, bem como o Vedānta, utilizam práticas contemplativas para firmar a visão e aplicar o ensinamento. [Conheça mais sobre a História do Yoga aqui]
O Nyāya e o Vaiśeśika são ramos separados da mesma escola, complementam-se entre si e ficaram virtualmente amalgamados em um único sistema filosófico.
Nyāya (penetrar, compreender) é uma palavra que significa investigação analítica, e foi tomada em um sentido menos amplo como lógica.
Esta é a corrente que mais se aprofundou nos processos e leis do pensamento, e baseia-se em compreensão exata e argumentação correta, estabelece uma clara diferença entre matéria e espírito.
O Vaiśeśika expõe o ponto de vista atomista, explicando a origem, a estrutura e a evolução do Universo.
O mundo material é composto de átomos (anu), unidades especiais, eternas e imutáveis que se caracterizam apenas pela sua particularidade (viśeśa), donde o nome.
O Mīmānsā (exame, forma, regra) ou Pūrva Mīmānsā não é um sistema filosófico propriamente dito, mas um dogmático sistema de interpretação das escrituras vêdicas que versa sobre como devem ser feitos os rituais e as cerimônias religiosas.
O Vedānta (o fim do Veda) é um darśana não-dual (advaita), que tem como objetivo acabar com a ignorância e o sofrimento que nasce dela.
Está baseado na interpretação das Upaniṣads e propõe o discernimento entre o real (Brahman, o Ilimitado) e māyā (o aparente, o que depende do real). Também recebe o nome de Uttāra Mīmānsā.
4) O Hinduísmo devocional
O culto devocional (bhakta) de Śiva, Śakti e Viṣṇu possui os seus próprios textos: os Āgamas e os Tantras. O culto de Shiva e Viṣṇu já aparece nos épicos, sendo de grande importância no sul da península indiana.
Existem diversas correntes do śivaísmo e do śaktismo que integram práticas do Yoga e do Tantra. Nelas reconhecemos formas de culto à Natureza que remetem às populações proto-australóides da Índia pré-histórica.
Cronologia histórica
Sub-continente indiano [1] |
Norte da África e |
Europa |
Ásia, exceto a Índia e Oriente Próximo |
Outras regiões |
10000 final da última glaciação
8000 neolítico pré-cerâmico. Culto da Grande Deusa c. 8215-7215 Mehrgarh, primeira cidade da cultura índica em Baluquistão |
9000-8000 Revolução Neolítica: domesticação de animais e cultivos | c. 9000 caçadores ocupam o continente americano em direção sul | ||
c. 7000 surgimento da cultura vêdica. Presença de símbolos tântricos em toda a Eurásia | c. 7000 fundação de Jericó | |||
c. 6500 presença do shivaísmo e elementos de vários tipos de Yoga (Jñāna, Karma, Mantra) na cultura vêdica. Evidências do Yoga proto-histórico no Ṛgveda | c. 6500 Grécia: início da agricultura, que se estende do Danúbio até o Mediterrâneo
c. 6500 Chipre: culto da Deusa Mãe |
c. 6000-5000 ocupação da planície em Baluqui e Gujarat: uso de implementos em cobre, tijolo cozido, cerâmica pintada, cultivos e domesticação de animais. Registros do Ṛgveda coincidem com achados arqueológicos
c. 4500: assentamentos na área montanhosa do Cholistão precedem a civilização harappiana: início do intercâmbio entre habitantes da montanha e do vale do Sarasvatī |
c. 6000 Anatôlia: fundação de Çatal Hüyük. Trabalhos em lã e cerâmica
c. 5000 Mesopotâmia: colonização da planície aluvial c. 5000 Egito: início da agricultura c. 4000 Oriente Próximo: fundição do bronze |
c. 5600 Chipre: ídolos de pedra
c. 5600 fim de Lascaux e Altamira c. 4500-2500 povos falantes do proto-indo-europeu espalham-se pelo continente eurasiático c. 3800 Malta: monumentos megalíticos |
c. 6000 Tailândia: cultivo do arroz | |
c. 3500 fundação da cidade de Kot Diji, da cultura madura pré-harappiana | ||||
c. 3000 fim do período dos épicos (Mahabhārata e Rāmāyāṇa). Aparece a primeira Purāṇa | c. 3100 Suméria: desenvolvimento de cidades e invenção da escrita pictográfica | c. 3000 Europa: começa o trabalho com cobre | c. 3000 Tailândia: uso do bronze | c. 3000 surgimento da cerâmica na América do Sul |
c. 3000-2000 desenvolvimento da civilização do Indus-Sarasvatī: 2940-2540: Surkotada; 2863-2776: Harappā; 2655-2185: Lothal; 2545-2315: Mohenjodaro |
c. 3100 Egito: unificação sob o rei Menes.
c. 2500 Egito: Quéops constrói as pirâmides de Gizeh |
c. 2800 Creta: apogeu da arte minoense
c. 2700 Chipre: culto do touro c. 2300 Malta: cultos do touro e o falo (tarxiano) |
c. 2500 domesticação do cavalo na Ásia Central | c. 2500 os ancestrais dos maias ocupam a América Central |
c. 2200-1900 declínio da civilização do Indus-Sarasvatī
c. 1900 grande cataclismo: desertificação do vale do Indus-Sarasvatī devido a movimentos tectónicos que alteram o curso dos rios c. 1900-1500 período de caos e migração. Composição dos Brāhmaṇas, Āraṇyakas e as primeiras Upaniṣads. Fim do Śruti (período da literatura revelada) |
c. 1800 fundação do estado assírio
c. 1750 Hamurabi funda o Império Babilônico 1650 Império Hitita na Anatôlia c. 1567 Egito: Novo Império |
c. 2000 Grã Bretanha: megalitos de Stonehenge.
c. 2000 Creta: civilização minóica. c. 2000 Indo-europeus ocupam o Peloponeso c. 1600 Grécia: primórdios da civilização micénica |
c. 2000 hititas invadem a Anatôlia e fundam um império
c. 1800 criação do estado assírio c. 1750 Hamurabi funda o Império Babilônico c. 1600 China: cultura shang (Idade do Bronze) |
c. 2000 trabalhos em metal em Peru
c. 2000 povoamento da Melanésia por imigrantes polinésios |
c. 1500 Fundação de Dvāraka. Inserção da Bhagavadgītā no Mahabhārata. | c. 1500 Anatôlia: escrita cuneiforme | c. 1450 Creta: destruição da civilização minóica | c. 1500 China: escrita ideográfica | |
c. 1400-250 síntese do hinduísmo clássico: início do período Smṛti (‘memória’, tradição): darśanas, Sūtras, Śāstras, lei humana (dharma), Tantras, Āgamas e Saṁhitās. | c. 1200 início da religião judaica | c 1300-1200 Grécia: guerra de Tróia
c. 1200 Grécia: fim da civilização micênica |
c. 1200 queda do império hitita
c. 1200 êxodo dos judeus. Povoação da Palestina |
c. 1300 melanésios ocupam Fidji e a Polinésia Oriental |
c. 1100 os fenícios criam uma escrita alfabética | c. 1150 início da civilização olmeca |
c. 1000 ocupação da planície gangética | c. 1000 chegada dos etruscos à península itálica | c. 1000 China: a dinastia Shang é destronada pelos Chou | ||
814 fundação de Cartago, colônia fenícia
c. 750 Amós, primeiro grande profeta de Israel 721-705 Assíria: apogeu do poderio militar |
776 Grécia: primeiros jogos olímpicos
753 fundação de Roma |
771 China: fim do feudalismo Chou | ||
c. 500-200 Kapila ensina o sistema Sāṅkhya
528 morte de Mahavīra, fundador do jainismo |
671 Assíria conquista o Egito: trabalhos em ferro
c. 586 cativeiro dos judeus na Babilônia 558 Pérsia: Zoroastro inicia sua obra profética |
c. 750 os poetas homéridas compilam a Ilíada e a Odisséia.
c. 750 colônias gregas no Mediterrâneo c. 700 início da arte etrusca |
||
c. 500 surge o sistema de castas | c. 550 Ciro o Grande funda o império persa | 700-400 cultura de Hallstatt: ferro, agricultura mista | c. 650 introdução da tecnologia do ferro na China | |
c. 400 gramática sânscrita de Pāniṇi
486 morte de Siddharta Gautama, fundador do budismo |
521 Dario I, o Grande, reina desde o Nilo até o Indus | 585 Grécia: início da filosofia racionalista
c. 520 Maratona: a Pérsia ataca Atenas e é derrotada |
520 morte de Lao Tsé
479 morte de Confúcio |
c. 500 expansão da tecnologia do ferro pela África subsaariana |
c. 510 fundação da república romana | 403-221 China: período dos estados beligerantes | 500 cultura nok no norte da Nigéria
c. 500 escrita hieroglífica no México |
||
322 Candragupta funda o império Maurya | 334 Alexandre Magno invade a Ásia Menor, conquista o Egito, a Pérsia e alcança a Índia | 479-338 período da cultura clássica grega: Esquilo, Sófocles, Hipócrates, Sócrates, Heródoto | 350-200 China: formação das escolas taoísta e confuciana | |
323 morte de Alexandre: o império se divide | 312 começa a era selêucida: primeiro sistema histórico contínuo de datamento | |||
– 262 Aśoka, imperador Maurya, converte-se ao budismo. Surgimento da escrita brahmī | c. -290 fundação da biblioteca de Alexandria | -206 Roma controla a Península Ibérica | ||
c. -200 Patañjali compõe o Yogasūtra |
-168 Roma derrota a Macedônia | c. -141 poderio Han na Ásia Central | ||
-149 Roma destrói Cartago | -146 queda de Corinto: Grécia sob domínio romano | c. -112 abertura da Rota da Seda, ligando a China ao Ocidente | -100 introdução do uso do camelo no Saara africano | |
-30 morte de Antônio e Cleópatra: Egito sob domínio romano | -49 Júlio César conquista a Gália | |||
c. +100 Īśvarakṛṣṇa compõe o Sāṅkhyasūtra | +27 queda da república romana. O Império inicia | |||
c +30 Jesus de Nazaré, fundador do cristianismo, é crucificado em Jerusalém | ||||
+43 os romanos invadem a Grã Bretanha | +150 bérberes e mandingos dominam o Sudão | |||
+ 117 apogeu do Império Romano | c. +105 começa a utilizar-se o papel na China | |||
+132 diáspora judaica após a rebelião contra Roma | +150 o budismo chega na China | |||
c. +200 conclusão da codificação da lei judaica (Mishnah)
+221 fundação da dinastia Sassânida na Pérsia +276 crucificação de Mani, fundador do maniqueísmo |
313 Édito de Milão: o cristianismo passa a ser tolerado no Império Romano | +184 rebelião dos turbantes amarelos na China
+245 embaixadores chineses visitam Funam (Camboja), no sudeste asiático +271 uso da bússola mangética (China) |
c. +250 Axem (Etiópia) assume o controle do comércio no mar Vermelho
c. 300 civilização maia na América Central (Teotihuacán, Monte Albán, El Tajín) |
|
320 Candragupta funda o Império Gupta, no norte de Índia | c. 350 os hunos invadem a Índia e a Pérsia | 330 a capital do Império Romano é transferida para Constantinopla | 285 o confucionismo chega ao Japão | c. 300 povoamento da Polinésia Oriental |
c. 400-700 eclosão do tantrismo | 370 invasão dos hunos na Europa | |||
413 Kumāragupta: grande período da literatura indiana | 429 reinado vândalo no norte da África | 410 os visigodos saqueiam Roma e ocupam a Espanha | ||
480 queda do Império Gupta | 476 deposto o último imperador romano | |||
520 criação do sistema decimal por Āryabhata e Vāramihāra |
c. 700 surge a escrita nagārī (urbana), utilizada para transcrever o sânscrito, chamada posteriormente (s. xviii) devanāgarī (escrita dos deuses) | 625 o profeta Maomé inicia sua missão | 590 o papa Gregório expande o poder da igreja católica | 624 China une-se sob a dinastia Tang | |
625 morte de Maomé. Expansão árabe | 645 o budismo alcança o Tibete | 665 expansão tibetana no Turquestão | c. 600 apogeu da civilização maia | |
641 os árabes conquistam o Egito e o norte da África | ||||
711 invasão islâmica em Espanha | 701 unificação do Tibete | |||
c. 800 navegantes polinésios chegam à Nova Zelândia e à Ilha da Páscoa | ||||
788 nasce Śrī Ādi Śaṅkarācārya, grande mestre de Vedānta | 760 os árabes adotam os numerais da Índia, a álgebra e a trigonometria, que os indianos usavam 4000 anos antes | 788 grande mesquita de Córdoba
800 início do Santo Império Romano com Carlos Magno |
751 manufatura do papel se estende da China à Europa e ao mundo muçulmano | c. 850 fim da cultura clássica maia |
853 primeiro livro impresso na China | ||||
c. 890 renascimento cultural japonês | ||||
c. 900 Matsyendranātha inicia a linhagem dos Nāthasiddhas, mestres de Haṭhayoga | 935 finalização do texto do Alcorão | 936 estabelecido o califado de Córdoba | 907 China: deposição do último imperador Tang | |
c. 900-1200 Gorakṣanātha codifica o Haṭhayoga e funda a escola Kaula
1000 templos de Kajuraho |
969 os fatímidas conquistam o Egito e fundam Cairo
1037 morte de Avicena (Averroes), filósofo persa |
959 Edgard unifica a Inglaterra
960 Miezsko funda o estado polonês |
979 China reunificada sob a dinastia Sung | c. 990 expansão do Império Inca (Peru)
c. 1000 vikings colonizam a Groenlândia e descobrem a América (Vinland) |
1021 os Cholas invadem Bengala
1175 Muizzudin de Ghazni estabelece o domínio muçulmano na Índia |
1096 Primeira Cruzada dos francos em Anatôlia e Síria
c. 1100 Omar Khayam compõe o Rubayat |
1031 queda do califado de Córdoba
1066 os normandos conquistam a Inglaterra c. 1100 primeiras universidades européias |
||
c. 1300 Svātmarāma compõe a Haṭhayoga Pradīpikā | 1188 Saladin acaba com o domínio franco na Terra Santa | c. 1160 poesia vernâcula européia: El Cid, Chanson de Roland, Tristão e Isolda | 1180 o reino de Angkor (Camboja) alcança seu máximo esplendor
1227 Morte de Gengis Khan |
c. 1200 Império de Mali na África Ocidental |
Nota: Em princípio, todas as cronologias podem estar equivocadas ou conter dados incorretos ou conjecturas sobre o tempo que podem vir a ser refutadas à luz de novas pesquisas.
Não obstante, elas ajudam a nos situar e são necessárias para uma primeira compreensão.
Entretanto, existem pontos de vista diferentes, alguns até mesmo antagônicos entre os historiadores.
Portanto, o autor deixa claro aqui o seu escrúpulo perante as evidentes limitações deste quadro.
As fontes aqui usadas foram o Atlas Histórico, editado pelo New York Times, o Vedic Glossary of Indus Seals, do Dr. Natwar Jha, The Indus-Saraswati Civilization: problems and issues, do Dr. S. P. Gupta, e In Search of the Cradle of Civilization de G. Feuerstein, S. Kak e D. Frawley.
[1] Entende-se por sub-continente indiano aquela área que abrange não apenas a Índia, mas também Paquistão, Bangladesh e Nepal.
॥ हरिः ॐ ॥
Cronologia histórica da Índia. Cronologia histórica do Yoga. Cronologia histori
Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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