Não havia então não-existência nem existência;
não havia o reino do ar nem o firmamento por trás dele.
O que protegia e onde? E o que dava abrigo?
Estava ali a água, a desmedida profundidade da água?
Não havia morte então, nem havia algo imortal;
não havia sinal ali, o divisor do dia e da noite.
A Massa Unitária, sem vida, vivia por sua própria natureza;
além dela nada mais havia.
As trevas lá estavam; a princípio escondido nas trevas
Tudo era um caos indiscriminado.
Tudo que existia então era vazio e informe.
Mas pelo grande poder do Calor nasceu aquela Unidade.
A seguir, surgiu o Desejo no começo, o Desejo,
a semente e o germe primordial do Espírito.
Os sábios que buscavam com o pensamento de seus corações
descobriram o parentesco do existente no não-existente.
Transversalmente estava estendida uma linha de separação:
o que, então, havia acima e abaixo dela?
Havia progenitores, havia forças poderosas,
ali havia ação livre e energia mais além.
Quem verdadeiramente conhece e quem pode aqui
declarar de onde nasceu e de onde veio essa criação?
Os deuses são posteriores a essa produção do mundo.
Quem sabe então como se originou?
Ele, a primeira origem da criação,
formou tudo ou não formou.
Na verdade, Ele, cujo olho vela pelo mundo nos altos céus,
sabe, ou talvez não saiba…
Rigveda X:129
Traduzido de The hymns of Rig Veda, de R. T. H. Griffith.
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