Não há um "fim" no caminho do Yoga, como pode haver, por exemplo, quando você se dedica à tarefa de construir uma casa. Você começa pelo alicerce, segue pelas paredes, termina com o telhado e a pintura e depois pode descansar. Não acontece exatamente desse jeito com o Yoga. Olhar para o Yoga como uma meta a ser atingida pode criar um estado de ansiedade. Já vi pessoas permanentemente tensas por acharem que o Yoga iria lhes dar uma certa experiência de êxtase ou paz, mas isso é uma ilusão.
Muito se fala sobre a importância do Yoga para a manutenção da saúde e especialmente para a cura de doenças. Neste artigo irei um pouco além desse discurso. Não falarei dos benefícios específicos do Yoga para a cura de doenças. O desafio deste artigo é mostrar que o Yoga e suas disciplinas afins dão conta de “cuidar do indivíduo” em todos seus aspectos.
O setor de emergências de um hospital público de Portugal não parece o melhor lugar para escrever um texto sobre rejuvenescimento. Mas é justamente nesse lugar que comecei a pensar neste artigo, hoje de manhã, enquanto tentava me curar de uma gastroenterite, produto de comer fruta mal lavada. À minha volta, uma série de velhinhas portuguesas, todas vestidas de preto, que certamente haviam sobrevivido aos seus maridos e aguardavam pacientemente comigo para ser atendidas.
Há muitos anos já vivo fascinado por uma lista de valores que Krishna ensina para Arjuna naquele diálogo essencial sobre Yoga que é a Bhagavadgītā. Essa parte da instrução sobre como aplicar o Yoga na vida através das atitudes ocupa as estrofes oito a 12 do capítulo XIII desse importante texto. Cultivar valores no cotidiano é essencial para se ter uma vida tranquila e feliz.
Atman, o Ser, é definido como sat cit ananda. Na definição destas três palavras, sat é geralmente traduzida como existência, cit como consciência, ananda como plenitude. É óbvio que estas três palavras não são adjetivos de atman, pois atman é revelado pelo shastra através destas três palavras.
Quando você aprecia o céu azul, você é uma pessoa que não exige. Olhe para você mesmo; veja como você é alguém que aprecia/compreende. Uma pessoa que está satisfeita com o Ser, esta é a pessoa que você é, muito atenta, consciente.
Com fazer nossas escolhas, quando defrontados com dilemas aparentemente insolúveis desde o ponto de vista ético? Como conduzir nossas ações para nos manter alinhados com o princípio da não-violência? Como devemos ou podemos viver, de fato, a vida de Yoga?
As palavras conhecidas não podem revelar Brahman, porque todas as palavras conhecidas são as palavras que nós reunimos para descrever as coisas que nós já conhecemos, as quais são de natureza limitada, como um pote, por exemplo. Todas estas palavras conhecidas são as palavras que tratam de gênero ou espécies, atributos, ações e relacionamentos.
É sabido que o objetivo do estudante dos Vedas, assim como o objetivo do Yoga, é mokṣa, a libertação. Isso implica a total eliminação do saṃsāra. A morte do corpo físico não é o fim do saṃsāra pois, após essa morte, há novos nascimentos, mesmo que eles aconteçam noutros planos (lokaḥ).
O dicionário nos diz sobre a palavra tempo: “duração relativa das coisas que cria no ser humano a idéia de presente, passado e futuro; período contínuo e indefinido no qual os eventos se sucedem”. A ideia que surge desta definição, característica de como o ocidente enxerga o tempo, é a de uma progressão linear.
Talvez a virtude de aplicar o conhecimento do Vedānta e as técnicas do Yoga no surf seja justamente que a gente fica relaxado no mar, pois sabe desde o início que não está no controle de nada. Assim, surfo o mais relaxado possível. Mas isso não significa que não sinta medo quando o mar fica grande ou perigoso.
O mantra é um recurso usado não apenas nas práticas meditativas do Yoga, mas também em muitas religiões, tanto orientais como ocidentais. O ser humano descobriu muito tempo atrás o poder transformador do som. A música em geral, e os mantras em particular, têm a potencialidade de levar o psiquismo humano a locais insuspeitados de paz e tranquilidade.
Conhecemos a plenitude? Conhecemos a felicidade? Sabemos o que estamos buscando? Você já experienciou a felicidade, já se sentiu completo, com a sensação de que nada estava faltando? Se você segue o dharma, elimina os conflitos, fica tranquilo e a plenitude se revela. Como sensação, como experiência, a felicidade pode durar mais ou menos. Porém, sendo uma sensação, pensamento ou sentimento, essa felicidade será, forçosamente, limitada: começa num determinado momento, e noutro momento acaba.
Por que os resultados de um mesmo tipo de prática variam de pessoa para pessoa? Por que somos diferentes, por que não existem dois corpos idênticos, ou duas mentes que funcionem da mesma forma. Assim, as práticas podem produzir resultados diferentes em pessoas diferentes.
Preparação para práticas sutis: É necessário estabilizar e clarear a mente antes de sermos capazes de experimentar as meditações sutis ou o samadhi. O treinamento especializado de um atleta olímpico é baseado em uma fundação sólida de preparação física. De modo similar, é necessário o treino generalizado em concentração correta para avançar nas práticas.
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