Tapas é o terceiro preceito de conduta dos niyamas, o segundo grupo de recomendações dadas pelo sábio Patañjali no Yoga Sutra. Embora possamos de fato traduzir tapas corretamente como disciplina ou austeridade, uma tradução mais exata seria “esforço sobre si mesmo”.
O que nos faz dizer “eu sou eu”? O neurocientista Francisco Varela comparou o Eu com um tornado: “Tente definir um tornado: algumas partículas de pó, por um fenômeno da física entram em coerência transitória. Não posso atribuir ao tornado uma existência substancial, mas tampouco posso dizer que não exista, pois é evidente a destruição que deixa ”.
A tradição védica afirma que não há causa real nem razão suficiente para aceitarmos o sofrimento humano como algo natural e para não nos estabelecermos nessa felicidade com as três características que mencionamos acima. Para isso, precisaremos resolver um problema que está vinculado com a ideia que temos sobre nós mesmos.
"Saúdo Ādi Śaṅkarāchārya, o repositório do Śrutiḥ, o Smṛtiḥ e as Purāṇas, aquele que é o lar da compaixão, que traz felicidade ao mundo e que é digno de reverência".
A meditação não deve estar separada de uma vida meditativa. No capítulo seis da Bhagavad Gita Krishna apresenta o Yoga como um meio de preparação da mente, como um estilo de vida que conduz ao autoconhecimento. E a meditação faz parte desse estilo de vida. Este artigo pretende refletir sobre o objetivo da meditação e sobre a diferença entre a meditação sentada, como uma ação isolada, e a atitude meditativa, que é uma postura que engloba toda uma vida de Yoga.
O setor de emergências de um hospital público de Portugal não parece o melhor lugar para escrever um texto sobre rejuvenescimento. Mas é justamente nesse lugar que comecei a pensar neste artigo, hoje de manhã, enquanto tentava me curar de uma gastroenterite, produto de comer fruta mal lavada. À minha volta, uma série de velhinhas portuguesas, todas vestidas de preto, que certamente haviam sobrevivido aos seus maridos e aguardavam pacientemente comigo para ser atendidas.
Vemos com alguma freqüência entrepreneurs que, olhando para a popularidade que o Yoga está vivendo atualmente, decidem abrir seus próprios “negócios” vinculados a ele. Coloco a palavra negócio entre aspas, pois até hoje me choca essa associação do Yoga com uma empresa que objetiva apenas o lucro.
Para muitos praticantes, o Yogasūtra, obra seminal de Patañjali, é visto como um dos textos mais importantes dentro desta tradição. Porém, a bem da verdade, devemos lembrar que este tratado não contém ideias originais: suas bases estão firmemente fincadas na tradição védica. Muitos pensam que Patañjali tenha “inventado” este sistema quando de fato, ele apenas reúne este corpo de conhecimento e o coloca como um sistema prático.
Quando você representa um papel, lembra sempre da sua identidade, porque o conhecimento do ator já está presente em você. Este conhecimento permanece mesmo quando você se identifica com o papel que representa. Você não precisa lembrar de si mesmo, porque conhecimento não é memória.
Você está andando numa rua escura. Virando uma esquina, vê um homem batendo numa mulher. O que você faz? Passa ao longo fingindo que nada viu ou intercede em favor da vítima? Possuo a firme convicção de que a postura do yogi perante o mundo (bem como o lugar que ele ocupa em nossa sociedade), deve ser embasada na correta compreensão dos ensinamentos que a nossa bela tradição nos legou.
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