Meditação, Pratique

As Três Meditações da Gheraṇḍa Saṁhitā (VI:1-17)

“Quando se contempla o Brahman ou Prakṛti como um corpo de luz, isto é meditação jyoti. Quando se contempla o Brahman como um bindu (ponto), e a força kuṇḍalinī, isto se chama contemplação sūkṣma ou sutil.

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Conheça as três contemplações da Gheraṇḍa Saṁhitā

Diz o sexto capítulo da Gheraṇḍa Saṁhitā: “A contemplação é de três tipos, densa, sutil e luminosa. Quando se contempla uma imagem particular, como o mestre ou o seu próprio devatā, chama-se sthūla, ou contemplação densa.

[Devatā ou īśtadevatā é a deidade de culto pessoal, preferida por cada um.]

“Quando se contempla Brahman (o Ser Ilimitado), ou Prakṛti (a Natureza), como um corpo de luz, isto é meditação jyoti.

“Quando se contempla Brahman Ilimitado como o bindu (ponto) e a força kuṇḍalinī (o potencial humano), isto se chama contemplação sūkṣma ou sutil.

1. Meditação densa, sthūla

“Com os olhos fechados, visualizar que há um mar de néctar dentro do coração e que no centro deste mar existe uma ilha de pedras preciosas cuja areia está formada por diamantes e rubis pulverizados.

“Que por todas partes há árvores kaṇḍamba carregados de doces flores, que perto dessas árvores, há uma fileira de árvores em flor (…) e que a fragrância destas flores se esparge em todas as direções. 

“O yogin deve imaginar que no centro deste jardim ergue-se uma bela árvore kampa de quatro ramos que representam os quatro Vedas, cheio de flores e de frutos. Aí revoam os insetos e os pássaros cantam.

“Sob essa árvore deve imaginar-se uma rica plataforma ornamentada com pedras preciosas e sobre esta um fastuoso trono incrustado de pedrarias.

“[O yogin deve visualizar que] sobre o trono senta-se o devatā (arquétipo pessoal) ensinado pelo seu mestre.

“Deve contemplar-se a forma característica, os ornamentos e o veículo deste devatā. A contemplação contínua desta maneira é sthūladhyāna.

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2. Meditação sutil, sūkṣma

“Preste atenção agora à contemplação da luz, por meio da qual o yogin obtêm o triunfo e enxerga seu verdadeiro Eu. No mūlādhāra está kuṇḍalinī, em forma de serpente.

3. Meditação na luz, jyothirdhyāna

Jīvātman, o indivíduo, brilha como a chama de uma lamparina. Contemple essa lamparina como [símbolo do] Ser autoefulgente. Isto é tejodhyāna ou jyothirdhyāna.

“Outro procedimento [do jyothirdhyāna, a meditação na luz]: no intercílio, sobre a mente (manas), está a luz do Oṁ. Contemple essa chama. Este é um método diferente para contemplar a luz”.

Gheraṇḍa Saṁhitā, VI:1-17.

॥ हरिः ॐ ॥

Leia aqui a Gheraṇḍa Saṁhitā
na íntegra

॥ हरिः ॐ ॥

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Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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