Tristeza, alegria,
São águas da mesma fonte.
Uma amarga e escura, evitada.
Outra doce e cristalina, sempre bem vinda.
Construímos barragens e canais
Para que a tristeza não nos banhe.
Desviamos seu curso, em vão.
Cedo ou tarde sentimos a sua força
Mais áspera e arredia do que antes.
Por outro lado, sedentos
Abrimos dutos e rezamos
Para que caiam sobre nós rios de alegria.
Recebemos cachoeiras como resposta.
Ansiosos, bebemos o tanto que podemos.
Às vezes nem mesmo agradecemos
E, cegos para a sua impermanência,
Choramos ao vê-la por entre os dedos escorrendo.
De imediato tornamos a desejar
Mais uma fonte que venha nos alegrar.
Cansados de viver este ciclo
Aflitos, à mercê do tempo
Alguns negam estar sedentos.
Mergulham num tremendo isolamento
Sem água, sem um pingo de alegria.
E sofrem por não conseguirem perceber
Que a alegria e a tristeza brotam juntas
E deságuam em nossos corações, inevitavelmente.
Cabe a nós apenas contemplar
Seu eterno devir
Como um rio que nunca pára.
E seja ele escuro ou cristalino,
Cada um possui sua beleza.
Belíssimo! Parabéns! Estou enviando para meus queridos alunos!
Prema Om. Linda.