Prāṇāyāma, Pratique

10 Características da Respiração do Yoga

Em quase todos os casos, excetuando-se alguns exercícios específicos, a respiração durante o pranayama precisa manter sempre certas qualidades

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Em quase todos os casos, excetuando-se alguns exercícios específicos, a Respiração durante o prāṇāyāma precisa manter sempre certas qualidades.

Ela deve ser profunda, completa, consciente, ritmada, controlada, uniforme, lenta, silenciosa, nasal e com a mínima projeção do ar. Veremos separadamente cada uma destas particularidades.

10 características da respiração do Yoga

1) Profunda. A Respiração yogika é ampla, utilizando a totalidade da capacidade pulmonar. Respirar profundamente significa usar a estrutura ósseo-muscular do tronco para otimizar a assimilação do ar. Ao respirar, toda a musculatura do tronco participa do processo, porém, nunca devemos elevar nem movimentar os ombros.

2) Completa. Isso significa que devemos utilizar as três fases da Respiração em cada exercício que fazemos: abdominal, intercostal e clavicular. Observe sempre que os pulmões devem encher-se primeiramente na parte baixa, logo na parte média e finalmente na parte alta, esvaziando-se de forma inversa. Essa é uma hipótese possível e adequada, mas não à única. Para saber mais sobre o tema, sugerimos esta leitura.

3) Consciente. Durante o prāṇāyāma procure sempre estar presente no exercício que estiver fazendo, observando a cada instante os efeitos que a técnica está desencadeando dentro de si. Sem consciência não há concentração possível.

Respiração

4) Ritmada. Tudo é ritmo na Natureza; nós não somos a exceção. A cadência é extremamente importante, pois é o que nos permite projetar o exercício no tempo. Existe uma estreita relação entre ritmos respiratórios e estados de consciência: mantendo um ritmo cadenciado conseguiremos tirar muito mais proveito dos exercícios.

5) Controlada. Precisamos evitar ficar sem fôlego. Caso sinta que está perdendo o domínio por não conseguir acompanhar a contagem dos tempos estabelecidos, opte por reduzir esses tempos, para conseguir manter o ritmo de acordo com a sua capacidade pulmonar individual.

6) Uniforme. Em nenhum momento devemos permitir que o fluxo de ar se interrompa ou que se altere a sua assimilação progressiva. Em outras palavras, devemos encher os pulmões de forma gradual e constante, sem dar arrancadas bruscas no início da inalação ou fazer força excessiva para expulsar o ar.

7) Lenta. A respiração deve ser tão lenta quanto for possível. Considere que durante o prāṇāyāma ela deve ser ainda mais lenta que a de uma pessoa que dorme. Trabalhe no sentido de torná-la cada vez mais pausada. Com a prática, você perceberá que poderá alterar não apenas o ritmo pulmonar, mas também o ritmo cardíaco à sua vontade.

8) Silenciosa. Também devemos esforçar-nos por manter o ar fluindo da forma mais silenciosa possível. Para ter uma idéia disto, considere que ninguém além de você deve ouvir a sua respiração durante a prática. Atenção obviamente às exceções: bhastrikā, bhramārī e ujjayī.

9) Nasal. Os cílios das narinas filtram as impurezas que estão em suspensão no ar. Ao inspirar pela boca, você permite que elas entrem diretamente nos pulmões, o que pode provocar diversos males. Esta é a pior maneira de respirar. Evite-a sempre que puder. São raros os prāṇāyāmas que a utilizam: apenas śītal e śītkarī, com o único objetivo de aliviar a sensação de calor, cansaço, fome ou sede.

10) Com a mínima projeção do ar. A compreensão do conceito de comprimento do alento é fundamental para atingir a perfeição na respiração yogika. O comprimento do alento é aquela distância à qual podemos perceber o ar que sai pelas fossas nasais.

Coloque a sua mão alguns palmos abaixo das narinas. Se você exalar com força sentirá o sopro chegando nela. Expirando com a mínima projeção do alento o fluxo do ar será imperceptível, mesmo mantendo a mão bem perto do nariz. Quanto menor for essa projeção, maior será o controle do prāṇa. Para sentir mais facilmente o ar na palma da mão, sugerimos umedecê-la.

॥ हरिः ॐ ॥ 

Práticas de prāṇāyāma recomendadas:

1. Ākaśa Prāṇāyāma
2. Ujjāyī prāṇāyāma

3. Bhastrikā prāṇāyāma
4. Nāḍīśodhāna, a respiração alternada
5. Candali Prāṇāyāma

Conheça mais sobre prāṇāyāma aqui e aqui

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Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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