É muito comum encontrarmos alunos que advertem aos seus professores de Haṭha Yoga que sofrem de “labirintite”, querendo dizer, na verdade, que sofrem de vertigem.
O que é vertigem?
A vertigem é o sintoma cardinal de uma doença vestibular (sistema responsável pelo equilíbrio do corpo). É uma sensação de movimento quando este não existe, ou uma sensação exagerada de movimento em resposta a um dado movimento do corpo.
Vertigem não é apenas uma sensação de rodopio ou giro, mas também uma sensação de movimento pendular lateral ou queda para frente ou para trás, ou ainda de que o chão está rodando abaixo dos pés.
Esta patologia deve ser distinguida do desequilíbrio, da sensação de leveza da cabeça e da síncope (perda abrupta da consciência seguida de queda). A vertigem pode resultar de uma vestibulopatia periférica ou central.
Caso o aluno não venha com um diagnóstico médico, o seu instrutor deve recomendar-lhe a consulta a um especialista (neurologista ou otorrinolaringologista), e também notar se o praticante apresenta nistagmo (movimento involuntário dos olhos), tinitus (zumbidos no ouvido), perda de acuidade auditiva, náuseas ou vômitos
Igualmente, deve observar-se a duração da condição (segundos, horas, dias ou meses), além de perguntar se houve, antes do surgimento do problema, algum trauma craniano, infecção, doença sistêmica, anemia, ansiedade, problemas na coluna cervical (insuficiência vertebrobasilar) ou se usa algum medicamento como antibióticos, anticonvulsivantes, hipnóticos, analgésicos, ansiolíticos ou álcool.
As síndromes da vertigem de origem periférica podem originar-se da hidropsia endolinfática (síndrome de Menière), uma distensão do compartimento endolinfático do ouvido interno em que a pressão da endolinfa aumenta significativamente.
Pode originar-se, também, de uma labirintite, cuja causa é desconhecida, mas que é freqüentemente seguida de uma infecção do trato respiratório alto.
O início da vertigem, nesse caso, é agudo, grave ou contínuo, durando dias, e é acompanhado de tinitus e de perda de audição. Outras causas de vertigem periférica são a neuronite vestibular, a vertigem posicionante e a fístula perilinfática.
As síndromes de vertigem de origem central são em razão de doença vascular ou tumores do tronco encefálico e cerebelo, malformação arteriovenosa, esclerose múltipla, ansiedade, depressão e enxaqueca vertebrobasilar.
O Haṭha Yoga pode oferecer muitos benefícios para quem sofre desta condição, já que a forma mais eficiente de tratá-la é seguir um protocolo de habituação, onde se procura aumentar a habilidade do sistema nervoso central em compensar a disfunção do labirinto.
Técnicas de relaxamento em śāvāsana e em dhyānāsanas, trikoṇāsanas, sarvaṅgāsana, bhastrikā prāṇāyāma, anulomaviloma prāṇāyāma e rotação cervical são as mais indicadas. Consulte o seu professor. Ele está capacitado a ajudá-lo.
Aqui, a professora Adriene nos oferece uma bela aula para nos ajudar a lidar com esta condição:
Extraído da revista O Ātma, de julho de 2000.
Digitado por Cristiano Bezerra.
Olá! Tive um episódio de vertigem posicional, durante o sono, quando me virei para o lado direito na cama. Naquele dia, em torno das 21:00, pratiquei ioga em casa. Sou praticante a 5 anos…. Nunca tive grandes problemas. Sofro de ansiedade e tive um quadro de intoxicação de vitamina D. Será que tudo isso, misturado, foi o causador da minha crise?? Estou faltando as aulas, com medo da vertigem voltar…Eu amo ioga, sempre foi o meu melhor remédio….O que eu faço???
Luiz Mário,
eu fiz a posição invertida sobre a cabeça uma única vez. Um dia após tive tonturas de girar por dois dias. Melhorei porque tomei ginkgo biloba. Será que não posso fazer este tipo de posição?
Namastê
Fui diagnosticada com Disfunção Vestibular Periférica e estou iniciando a prática de Hatha Yoga. Das duas únicas aulas que já fiz, saí me sentindo bastante mal tendo desencadeado meu quadro de vertigem. Gostaria de saber quais são as reais limitações nesse caso para a pratica da Yoga, já que avisei a professora antes das aulas do meu problema e ela disse que eu então não deveria realizar as posturas em que a cabeça fica para baixo e, no entanto, isso não evitou o problema!
Sinto muitas tonturas, já fiz ressonância e graças a Deus não deu nada, todas as coisas que olho vejo movimentando e tremulas, também tenho sentido fraquezas, entrei no site hoje gostei muito, por favor me ajudem nem tenho saído mais prá nada a não ser trabalhar, pq tenho um filha nova que precisa de mim, obrigada.
Vocês estão de parabéns pelo carinho e competência profissional. É muito grafificante encontrar um texto deste porte e confiável. Muito obrigada.
Namastê.
Luiz Mario,
parabens pelos excelentes artigos que você tem colocado neste site. Sou um ex-aluno seu e, atualmente, profissional de Yoga. Este artigos têm ajudado muito no meu trabalho com as pessoa.
Paz e Luz.