Conheça, Śāstras

A Parábola do Ser e a Carruagem

Imagine o Ser como o senhor de uma carruagem realizando uma jornada. O corpo é a própria carruagem. O discernimento é o cocheiro. A mente, as rédeas. Os sentidos, dizem os sábios, são os cavalos, as estradas que eles percorrem, os labirintos do desejo. Quando o Ser é confundido com o corpo, a mente e os sentidos, ele parece desfrutar o prazer e sofrer a dor.

· 44 segundos de leitura >

Imagine o Ser como o senhor de uma carruagem realizando uma jornada. O corpo é a própria carruagem. O discernimento é o cocheiro. A mente, as rédeas.

Os sentidos, dizem os sábios, são os cavalos, as estradas que eles percorrem, os labirintos do desejo. Quando o Ser é confundido com o corpo, a mente e os sentidos, ele parece desfrutar o prazer e sofrer a dor.

Quando falta ao homem discernimento e à sua mente disciplina, os sentidos disparam e tornam-se incontroláveis, como cavalos selvagens.

Porém, quando o homem possui discernimento e uma mente controlada, seus sentidos, como bem treinados cavalos, facilmente respondem ao freio.

Aquele que não tiver discernimento, que não tiver disciplinado sua mente, que não for puro de coração, não alcançará a meta, ficando preso ao ciclo de mortes e renascimentos sucessivos.

Aquele que tiver discernimento, mente disciplinada e pureza interior, alcançará a meta, e nunca mais irá sofrer nas garras da morte.

Aquele que tiver o discernimento por cocheiro e controlar as rédeas de sua mente, alcançará o fim da jornada, a união com o Ilimitado.


Kaṭha Upaniṣad, parte 1, canto 3. Tradução de Pedro Kupfer.

+ posts
subhashita

Subhāshitas, Palavras de Sabedoria

Pedro Kupfer em Conheça, Literatura
  ·   1 minutos de leitura

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *