De acordo com George Feuerstein: “A palavra mantra (…) deriva da raíz man (“pensar” ou “estar atento”) e o sufixo tra em mantra sugere uma função instrumental. Entretanto de acordo com uma explicação esotérica, ele vem da palavra trâna que significa “acto de salvar”. Portanto o mantra é aquilo que salva a mente de si mesma, ou que conduz à salvação através da mente.”
Permito-me (na minha pequenez), concordar plenamente com esta afirmação, nomeadamente porque na minha prática o mantra tem desempenhado um papel muito importante, ao potenciar a extroversão, ajudar a apurar o sentido auditivo e rítmico, gerar um aumento da auto-confiança, criar sintonia com as respectivas mensagens e com os grandes mestres, auxiliar na introspecção, promover uma melhoria no processo respiratório, a estar mais atenta ao momento presente e gerar alegria quando existe sintonia no grupo.
Como em tudo na vida, ao fazer mantra devemos conhecer o significado e dirigir a atenção para dentro de nós, onde vibra o som, onde se encontra:
Sat – Chit – Ánanda: Existência – Consciência – Plénitude
A repetição de um mantra faz-se para estabilização do pensamento e expansão da consciência, sendo que idealmente os mantra vocalizam-se em múltiplos ou fracções de 108. A sua potência aumenta exponencialmente, com a interiorização, sendo Mânasa a forma mais poderosa. Os mantras podem ser verbalizados de 3 formas, Mânasa ?mentalmente, Upâmshu ? sussurrado e Vâchika – em voz alta.
A vocalização do mantra no início da aula, ajuda-me a estar no momento presente, enquanto que o mantra no final me relembra do propósito de viver sempre em estado de Yoga.
Sou de opinião que o mantra auxilia, desta forma no percurso de dar-mo-nos conta da nossa verdadeira natureza (livre de limitações) e assim vivermos no presente, uma vida íntegra, consciente, simples, tranquila, preenchida, plena e significativa.
Contudo nunca é demais referir que esta é apenas mais uma das disciplinas que concorrem para o objectivo do Yoga, alcançar moksha, a libertação.
São várias as classificações dos mantra:
o Mantra – quando consta dos Vedas
o Sankírtana, kírtana, – quando faz referência à mitologia hindu
o Bíja mantra – para invocar estados de consciência
o Bhajans – cânticos ou hinos de louvor sem muita repetição
o Jápa – repetição de um mantra
Concluíndo, e por experiência pessoal, posso afirmar que “quem mantra seus males espanta”(*).
Namastê!
(*) Felicito o feliz autor da adaptação do velho ditado, Pedro Kupfer.
A referência à mitologia pode ser interpretada como uma forma de aproximação entre o bem/característica que gostaríamos de obter/desenvolver através da entidade que o/a representa).
Bibliografia:
Feuerstein, Georg: A Tradição do Yoga, Pensamento
Kupfer, Pedro: Yoga Prático, Dharma
Isabel Ferreira nasceu e mora em Portugal.
Concluiu o I Módulo do Curso de Formação do Pedro Kupfer em maio de 2008.
E-mail para contato: ismamofe@gmail.com.
Namastê! Para mim os mantras são de uma enorme importância, é uma das formas a qual me liberto, me realizo, me conheço. Sem duvida que quem canta seus males espanta. Parabéns pelo texto, Isa. Canta, canta. Canta e sente até aonde a tua voz alcança. Om Shanti! Claudia Klages Portugal / LR.
Namastê! É sempre muito bom destacarmos a grandiosa importância dos Mantras dentro das práticas de Yoga e principalmente de incorporá-la ao nosso cotidiano. Muito sincero e vivencial seu texto. Shanti Om! Tatiane. Indaiatuba-SP.