Ākaśa, o prāṇāyāma do espaço
Sente numa posição confortável, com as costas eretas e as mãos em jñānamudrā. Mantenha os olhos fechados. Inspire e verbalize uma vez o mantra Oṁ ao expirar. Permaneça consciente do corpo. Sinta o seu corpo.
Permaneça consciente do corpo inteiro. Tome consciência da sua espinha dorsal, que está perfeitamente ereta, sustentando o pescoço e a cabeça. Tome consciência da posição equilibrada dos braços e pernas.
Consciência total no corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça. Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão, como se fosse uma árvore.
Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão.
Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como uma árvore grande e forte. Perceba-se crescendo a partir do chão. Fixando-se no chão.
Unindo-se com o chão. Não há diferença entre o corpo e o chão. Você está absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Consciência intensa.
Concientize-se das partes do corpo, começando pela cabeça. Visualize a sua cabeça e mantenha consciência total nela. Faça o mesmo com o pescoço. Visualize o seu pescoço e mantenha consciência total nele.
Faça o mesmo com o ombro direito. O ombro esquerdo. O braço direito. O braço esquerdo. A mão direita. A mão esquerda.
Permaneça consciente. As costas inteiras. O peito. O abdômen. O glúteo direito. O glúteo esquerdo. A perna direita. A perna esquerda.
O pé direito. O pé esquerdo. O corpo inteiro de uma só vez. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, como uma unidade.
Agora visualize o exterior do corpo. Como se você estivesse se vendo num espelho. Veja seu corpo na posição de meditação. Pela frente.
Pelo lado direito. Pelo lado esquerdo. Por trás. Por cima. E depois, de todos os lados ao mesmo tempo. Consciência total no seu corpo inteiro. Seu corpo inteiro, como uma unidade.
Tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.
Faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer absolutamente estável e imóvel durante toda a prática.
Repita mentalmente: “durante toda a prática fico absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e imóvel”.
Fique atento aos sinais de desconforto do corpo. Consciência nos sinais de desconforto: dor, coceira, formigamento, o que for. Permaneça absolutamente firme e imóvel.
Quando você se prepara para permanecer atento e evitar todo e qualquer movimento, o corpo permanece imóvel e quieto como uma estátua.
E você percebe uma sensação de sutileza. Se houver algum movimento inconsciente, tome consciência dele, torne-o consciente.
Consciência total no corpo e na estabilidade.
Consciência total no corpo e na imobilidade. Seu corpo está totalmente estável e imóvel. Absolutamente firme e descontraído. Esta é a forma da sua consciência agora.
Você está preparado para manter esse estado. Consciência total no corpo e na firmeza. Seu corpo está absolutamente rígido e firme.
Rígido e firme, porém, perfeitamente descontraído e relaxado. Absolutamente imóvel. Consciente.
Ao manter a atenção centrada você sente o seu corpo ficar cada vez mais leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai. A consciência do corpo se esvai.
Este é o momento para transferir a atenção para o ritmo natural da sua respiração. Consciência total no ritmo natural da respiração.
Observe a respiração na entrada das narinas, mantendo nasikāgradṛṣṭi, a fixação do olhar na ponta do nariz com os olhos abertos e totalmente relaxados.
Consciência total no ritmo natural da sua respiração, mantendo-a tão silenciosa quanto for possível.
Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo. Atenção total.
Leve a atenção para além do limite das narinas. Observe o movimento de entrada e saída do ar.
Ao exalar, o ar de fora é deslocado pelo ar que sai das narinas. Ao inalar, o ar nos pulmões é comprimido pelo ar novo que entra.
Atenção total no processo respiratório, mantendo a respiração tão silenciosa quanto for possível. Torne a respiração mais sutil.
Prolongue aos poucos a duração da inspiração e da expiração. Não force nada. Respiração leve e sutil.
Agora começa o ākaśa prāṇāyāma: a sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro dos pulmões, e ao exalar, não há deslocamento do ar de fora.
A sua respiração está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia o ākaśa, o princípio do espaço. Mantenha a respiração desta forma por vinte ciclos longos e lentos.
Você não precisa fazer retenções do ar, nem com os pulmões cheios, nem com eles vazios.
Permita que a respiração flua sutilmente desta forma, sem compressão nos pulmões ao inspirar, sem projeção do ar fora das narinas ao expirar.
Mantenha o rosto relaxado e centre a atenção nas sensações progressivamente mais e mais sutis que você irá perceber a partir do início das narinas, no intercílio e desde ele até o plexo solar.
Reduza ao mínimo possível os movimentos da respiração. Ao concluir os vinte ciclos, externalize a atenção devagar, pelos sentidos, em direção ao ambiente.
Observe o efeito desta forma de respirar sobre a sua mente e o seu coração. A prática do ākaśa prāṇāyāma conclu-se aqui.
॥ हरिः ॐ ॥
O ākaśa prāṇāyāma não tem contraindicações de quaisquer tipo. Desfrute dele e boas práticas.
॥ हरिः ॐ ॥
+ prāṇāyāma aqui
Pedro nasceu no Uruguai, 56 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
Biografia completa | Artigos
Muito ótimo ter o ponto x da respiração no yoga
Alimentada que o ponto x está na respiração
Muito boa prática, também usei com os alunos, obrigada Pedro e Angela!
Abraços!
Bom dia Pedro e Angela, sou professor de yoga em Montréal e acompanho vcs a um bom tempo desde quando eu morava no Brasil. Vos esvrevo por que utilisei esta tecnica em uma aula, depois de pratica-la em casa, e a resposta dos alunos foi sensacional. Eu gostaria de saber se eu poderia traduzir o artigo em frances para que meus alunos daqui tenham acesso ao conteudo. Logicamente com a menção e referência do professor Pedro e do yoga.pro.br. Gratidude pelo compartilhamento e ajuda na compreensão deste longo caminho. Obrigado.
-=-==-=-=-=-
Pode sim traduzir o artigo, André.
Fique à vontade.
Boas práticas!
?????? Namaste.
maravilhoso. Obrigada