Prāṇāyāma, Pratique

Ākaśa Prāṇāyāma

Para fazer ākaśa prāṇāyāma, você não precisa fazer retenções do ar, nem com os pulmões cheios, nem com eles vazios. Permita que a respiração flua sutilmente desta forma, sem compressão nos pulmões ao inspirar, sem projeção do ar fora das narinas ao expirar. Mantenha o rosto relaxado e centre a atenção nas sensações progressivamente mais e mais sutis que você irá perceber a partir do início das narinas, no intercílio e desde ele até o plexo solar.

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Védica

Ākaśa, o prāṇāyāma do espaço

Sente numa posição confortável, com as costas eretas e as mãos em jñānamudrā. Mantenha os olhos fechados. Inspire e verbalize uma vez o mantra Oṁ ao expirar. Permaneça consciente do corpo. Sinta o seu corpo.

Permaneça consciente do corpo inteiro. Tome consciência da sua espinha dorsal, que está perfeitamente ereta, sustentando o pescoço e a cabeça. Tome consciência da posição equilibrada dos braços e pernas.

Consciência total no corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça. Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão, como se fosse uma árvore.

Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão.

Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como uma árvore grande e forte. Perceba-se crescendo a partir do chão. Fixando-se no chão.

Unindo-se com o chão. Não há diferença entre o corpo e o chão. Você está absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Consciência intensa.

ākaśa

Concientize-se das partes do corpo, começando pela cabeça. Visualize a sua cabeça e mantenha consciência total nela. Faça o mesmo com o pescoço. Visualize o seu pescoço e mantenha consciência total nele.

Faça o mesmo com o ombro direito. O ombro esquerdo. O braço direito. O braço esquerdo. A mão direita. A mão esquerda.

Permaneça consciente. As costas inteiras. O peito. O abdômen. O glúteo direito. O glúteo esquerdo. A perna direita. A perna esquerda.

O pé direito. O pé esquerdo. O corpo inteiro de uma só vez. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, como uma unidade.

Agora visualize o exterior do corpo. Como se você estivesse se vendo num espelho. Veja seu corpo na posição de meditação. Pela frente.

Pelo lado direito. Pelo lado esquerdo. Por trás. Por cima. E depois, de todos os lados ao mesmo tempo. Consciência total no seu corpo inteiro. Seu corpo inteiro, como uma unidade.

Tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.

Faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer absolutamente estável e imóvel durante toda a prática.

Repita mentalmente: “durante toda a prática fico absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e imóvel”.

Fique atento aos sinais de desconforto do corpo. Consciência nos sinais de desconforto: dor, coceira, formigamento, o que for. Permaneça absolutamente firme e imóvel.

Quando você se prepara para permanecer atento e evitar todo e qualquer movimento, o corpo permanece imóvel e quieto como uma estátua.

E você percebe uma sensação de sutileza. Se houver algum movimento inconsciente, tome consciência dele, torne-o consciente.

Consciência total no corpo e na estabilidade.

Consciência total no corpo e na imobilidade. Seu corpo está totalmente estável e imóvel. Absolutamente firme e descontraído. Esta é a forma da sua consciência agora.

Você está preparado para manter esse estado. Consciência total no corpo e na firmeza. Seu corpo está absolutamente rígido e firme.

Rígido e firme, porém, perfeitamente descontraído e relaxado. Absolutamente imóvel. Consciente.

Ao manter a atenção centrada você sente o seu corpo ficar cada vez mais leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai. A consciência do corpo se esvai.

Este é o momento para transferir a atenção para o ritmo natural da sua respiração. Consciência total no ritmo natural da respiração.

Observe a respiração na entrada das narinas, mantendo nasikāgradṛṣṭi, a fixação do olhar na ponta do nariz com os olhos abertos e totalmente relaxados.

Consciência total no ritmo natural da sua respiração, mantendo-a tão silenciosa quanto for possível.

Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo. Atenção total.

Leve a atenção para além do limite das narinas. Observe o movimento de entrada e saída do ar.

Ao exalar, o ar de fora é deslocado pelo ar que sai das narinas. Ao inalar, o ar nos pulmões é comprimido pelo ar novo que entra.

Atenção total no processo respiratório, mantendo a respiração tão silenciosa quanto for possível. Torne a respiração mais sutil.

Prolongue aos poucos a duração da inspiração e da expiração. Não force nada. Respiração leve e sutil.

Agora começa o ākaśa prāṇāyāma: a sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro dos pulmões, e ao exalar, não há deslocamento do ar de fora.

A sua respiração está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia o ākaśa, o princípio do espaço. Mantenha a respiração desta forma por vinte ciclos longos e lentos.

Você não precisa fazer retenções do ar, nem com os pulmões cheios, nem com eles vazios.

Permita que a respiração flua sutilmente desta forma, sem compressão nos pulmões ao inspirar, sem projeção do ar fora das narinas ao expirar.

Mantenha o rosto relaxado e centre a atenção nas sensações progressivamente mais e mais sutis que você irá perceber a partir do início das narinas, no intercílio e desde ele até o plexo solar.

Reduza ao mínimo possível os movimentos da respiração. Ao concluir os vinte ciclos, externalize a atenção devagar, pelos sentidos, em direção ao ambiente.

Observe o efeito desta forma de respirar sobre a sua mente e o seu coração. A prática do ākaśa prāṇāyāma conclu-se aqui.

॥ हरिः ॐ ॥

O ākaśa prāṇāyāma não tem contraindicações de quaisquer tipo. Desfrute dele e boas práticas

॥ हरिः ॐ ॥

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Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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5 respostas para “Ākaśa Prāṇāyāma”

  1. Bom dia Pedro e Angela, sou professor de yoga em Montréal e acompanho vcs a um bom tempo desde quando eu morava no Brasil. Vos esvrevo por que utilisei esta tecnica em uma aula, depois de pratica-la em casa, e a resposta dos alunos foi sensacional. Eu gostaria de saber se eu poderia traduzir o artigo em frances para que meus alunos daqui tenham acesso ao conteudo. Logicamente com a menção e referência do professor Pedro e do yoga.pro.br. Gratidude pelo compartilhamento e ajuda na compreensão deste longo caminho. Obrigado.

    -=-==-=-=-=-

    Pode sim traduzir o artigo, André.

    Fique à vontade.

    Boas práticas!

    ?????? Namaste.

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