Nesta terceira e última parte do livro escrito por Swāmi Dayānanda, The problem is you, The solution is you, “O problema é você, a solução é você”, Swāmiji nos mostra que para todos os tipos de problemas existe uma solução e que a aplicação dela, cabe exclusivamente a você.
PARTE III
A SOLUÇÃO
QUAL É A NATUREZA DO “EU”?
A questão que se pergunta é “Qual é a natureza do “eu”? Qual é a linha divisória entre eu e o mundo?” Eu me sinto limitado pelo mundo que é vasto e vai além de mim. Minha existência é confinada dentro de certos limites: eu ocupo um certo espaço e não mais que isso, e o mundo começa desde aquele limite.
É verdade que o mundo começa onde o “eu” termina, e esta é a minha conclusão de que o “eu” está confinado ao corpo físico. A consciência que faço de mim mesmo se encerra com o corpo físico e então eu concluo que eu sou o corpo – eu sou baixo, alto, gordo, magro, etc.. Além do corpo há o mundo todo consistindo nos cinco aspectos do sentido dos objetos.
Este corpo físico não estava aqui antes de um único momento no tempo. Durante o período de sua existência e ele continua mudando; pois está sujeito ao envelhecimento e à morte. Esta é a natureza do corpo, pois eu concluo que o corpo é o “eu”– eu sou tão bom quanto o corpo – eu estou sujeito a doenças e a morte. Sempre há um medo da morte e eu sou mortal.
O corpo físico tem certas características, certas habilidades e também muitas limitações. Ele é limitado em altura, peso, saúde, etc., e desde que eu sou o corpo físico, estas limitações tornam-se minhas. Então eu sou limitado no tempo, no espaço.
Eu sou limitado, se estou aqui. Eu não posso estar em nenhum lugar mais. Eu sou limitado em gênero, se eu sou do gênero masculino, eu não posso ser do gênero feminino e vive versa. Novamente há limitações. Como se isso não bastasse, temos complexos ligados ao conceito de beleza.
O marketing e a mídia criam conceitos sobre normas de beleza: como os olhos deveriam ser, como as sobrancelhas deveriam ser, que cor deveria ser a pele e assim por diante. Tudo isso produz complexos sobre a feiúra.
Como dissemos antes, a vaca com os chifres tortos não tem complexo sobre feiúra; este é um problema estritamente humano, e uma preocupação desnecessária.
Deus nos deu um corpo que está vivo e é capaz de representar várias funções para mim. É um presente e não há nada mais valiosos do que isso.
Então, com referência aos corpos, há limitações em todos os níveis. Eu sou uma pessoa limitada em todos os sentidos, insegura, com medo o tempo todo e então eu adiciono algumas poucas coisas a mim mesmo para me tornar seguro. Mas, uma pessoa insegura se mantém insegura e adicionando ou retirando algumas poucas coisas continua se mantendo insegura.
Aquisição de algo não faz com que uma pessoa se torne segura nem a renúncia e a desistência de tudo. Uma pessoa pode se tornar um pedinte o que é um problema adicional: formalmente ele estava implorando por felicidade e segurança e agora implora por comida também!
Como o corpo me limita, os órgãos dos sentidos também me limitam. Eu também me sinto limitado pela minha mente. Eu sou uma pessoa limitada de emoções.
Eu quero me manter saudável, mas eu não posso – como eu posso ser feliz com este tipo de corpo? Eu não quero ficar triste, mas me torno triste. Novamente, eu sou limitado, carente de conhecimento e eu vou ser limitado e carente o tempo todo porque sempre haverá alguma coisa que eu não tenho conhecimento.
Quanto mais se conhece, o homem mais se torna consciente que ainda não sabe conhece tudo. Sou limitado de memória – eu nem mesmo não posso me lembrar o que comi ontem!
E há coisas que você quer esquecer – como aquilo que o seu cunhado lhe disse, mas que você não pode tirar da sua cabeça! Você se lembra de todos os acontecimentos tristes e os continua remoendo e remoendo. Na verdade eles continuam voltando mesmo que você queira, goste ou não!
Então você se lembra que é uma pessoa limitada de memória e que também se acha ignorante sobre muitas coisas e isto o frustra. Então, eu chego a conclusão que sou carente e limitado em termos de tempo, em termos de conhecimento, em termos de plenitude. Os Shastras, as escrituras, rejeitam esta conclusão.
Todas as coisas que foram enumeradas acima, em relação ao corpo, aos sentidos, as emoções, o conhecimento, as memórias, a ignorância – são conhecidas por você; você está consciente disso. São todos objetos de seu conhecimento. Estão lá porque você as conhece. Não são autoevidentes. O sol existe, pois você sabe que existe. A esposa existe porque você sabe que ela existe.
O corpo físico existe porque você sabe que ele existe, seja gordo, magro, masculino ou feminino, doente ou saudável. São todos conhecidos, não são? Por você e pelos outros também. Os outros também conhecem este corpo físico e você também o conhece, na verdade você o conhece mais intimamente do que os outros. Então o corpo físico é mais um objeto de seu conhecimento como o nascer e o pôr-do-sol.
Este corpo físico é conhecido por você como os outros corpos físicos também o são. Então, quando você diz. “eu sou alto, ou eu sou baixo”, isto é apenas um ponto de vista – você está se olhando do ponto principal do corpo; então você se torna alto, baixo, escuro, justo etc.
Todas estas são conclusões que provém do ponto de vista do corpo físico. Se você for um pouquinho mais além do corpo físico e se olhar, olhar pra você mesmo, você se torna pai, filho, avô, marido, irmão etc.. Em tudo que você é, o ponto de vista difere.
Examinando outros pontos de vista, tais como dinheiro etc., você tem profundos conceitos sobre ser rico, pobre, etc. Essas são todas as noções, conceitos provindos de diferentes pontos de vista. Não há nenhum prejuízo se você sabe que são pontos de vista. O problema é quando os pontos de vistas se tornam a visão principal do Ser, o conhecimento mais importante do Ser.
Se o corpo físico é um objeto de conhecimento, se o corpo é visto por você como um objeto. Isto não é definitivamente você. Você tem uma associação mais próxima com este corpo, o que não é problema. Não há problema, mesmo que você diga, “Este é meu corpo”.
Então ele é como o seu carro. Quando o carro enguiça, você o leva a oficina para concertar; similarmente, você pode enviar o seu corpo ao hospital quando ele tem um problema, mas a diferença é que você terá que ir junto!
O problema é quando você diz, “eu sou o corpo”. Então, você se torna um mortal.Você pode ser um mortal sob o ponto de vista do corpo. Você pode ser cego ou surdo sob o ponto de vista dos sentidos.
Você pode ser inquieto, agitado, sob o ponto de vista da mente e carente e limitado de conhecimento sobe o ponto de vista do intelecto. Mas do ponto de vista do “eu”, há a consciência do corpo, dos sentidos, das emoções, do conhecimento, das lembranças, da ignorância, o que você é?
Quem você é? O problema é que você se considera mortal, inquieto, ignorante, pecador, etc. Há muitos complexos que surgem quando você se olha sob diferentes pontos de vista.
Olhe-se do ponto de vista do “eu”. O que é este eu? Quando você o olha, você apenas pode dizer, “eu” um ser consciente, uma pessoa ciente, alerta.” “Você precisa provar isso?” Então eu te pergunto. O que é isso?” “ Uma flor”. “Como você sabe?” “ Porque a vejo!”
Então você vê as coisas que existem e não existem. Agora eu te pergunto, “ Você existe ou não existe?” “ Eu?” “ Eu não tenho dúvida que eu existo?” “Como você sabe que você existe?” Você existe, porque você simplesmente existe. Tudo requer que se prove para que exista, mesmo que não peça nenhum tipo de prova.
A existência de tudo é provada porque você existe. Se você precisasse provar a sua existência, você não teria conhecimento. O Eu é autoevidente, é a prova em si mesmo da sua existência, simples, consciente, presente.
A consciência não tem nenhuma forma. Quando você vê a minha mão, a mão está na sua consciência. A mão tem forma, mas a consciência não tem forma. Então, o “eu” o qual o significado é consciência ou ser consciente, caitanya não tem forma – nem altura, nem largura. Isto é o que significa, o que conhecemos por aparicchinnam caitanyam, conhecimento – consciência infinito.
O conhecimento, o ser consciente é infinito respeitando-se o espaço e o tempo. O corpo físico está no tempo e portanto é mortal – surgiu agora, e vai agora. Mas quando o tempo é, conhecimento – consciência é. Quando o tempo se vai, a consciência ainda está – permanece.
Você está consciente do tempo e o tempo é objeto da sua consciência. O tempo é algo que pode desaparecer – não há tempo entre dois pensamentos; não há tempo quando você está em êxtase, não há tempo quando você está dormindo.
Você está consciente do tempo. Você também está consciente do espaço e das coisas no espaço e no tempo. Tudo existe no tempo e no espaço e tempo e espaço existem na consciência. Tudo está incluído na consciência. O conhecimento, viditam e o não conhecimento, aviditam, ambos estão na consciência.
A NOÇÃO QUE TENHO DO “EU” É O PROBLEMA
Está claro que o corpo é limitado, que a mente é limitada e eu acho que eu sou tudo isso.Portanto, se você olhar para trás e examinar a sua própria vida, veja se consegue se recordar de apenas um único dia em que você era purna, isto é, totalmente livre de desejos.
Olhe para trás e veja se realmente existiu algum dia em que você se levantou se sentindo totalmente livre de ser uma pessoa carente e limitada e em busca da realização de desejos, quando todos os seus desejos já foram preenchidos.
Em um dado momento, você perceberá que teve alguns desejos que não foram preenchidos. Ainda criança, você queria comer mais um doce; não. Você não quis ir a escola; não. Você não queria brincar, mas teve que ir. Você quis brincar, não permitiram.
Como criança você teve inúmeros desejos que não foram preenchidos; você era uma pessoa limitada. Como jovem, uma pessoa limitada. Como descasado, limitado. Como uma pessoa casada, limitada. Como uma pessoa mais velha, também limitado: ninguém me ouve, ninguém se comporta direito etc.
Logicamente é impossível para você ser feliz apenas por um momento, por que a todo tempo você é carente, limitado e está querendo mais. A qualquer hora, você é uma pessoa com certos números de desejos que não foram preenchidos ou os quais não podem ser preenchidos.
Sempre haverá um momento, quando você irá ter uma coisa que você não quis ou não teve as coisas as quais queria.
Então, logicamente, não é possível ser feliz mesmo por um breve momento. Mas você se torna feliz ocasionalmente. Esta é a sua experiência –vivência. Você obtém algo que quis e você se torna feliz. Você escuta uma piada e se torna feliz. Você resolve um problema e você se torna feliz. Alguém diz, “você é maravilhoso”, e você se torna feliz.
Então, logicamente, é impossível ser feliz, mas é sempre possível a você ser feliz, de vez em quando. Se isto não ocorresse, o homem cometeria suicídio. São esses momentos que fazem com que a vida continue, momentos esses os quais você se associa não apenas para preencher todos os seus desejos. Você se liga a eles, por causa dos desejos.
O mundo não desaparece quando você está feliz; ele continua lá. O quer que seja que você se depare, o mundo está lá. O mundo pode ser o céu, as estrelas, qualquer objeto sentido, qualquer coisa que você se depare em um dado momento. Sua criança faz uma brilhante observação, você fica surpreso e feliz. Você levanta a criança e naquele momento ela é o tudo para você.
Naquele momento de alegria, o mundo é, os sentidos são, a mente é e eu estou muito presente. Minha vida não mudou e as queixas não se foram. Os problemas estão lá, o teto está pingando, a ferramenta não está funcionando etc. Na verdade, nenhum problema é resolvido, mas eu continuo feliz.
O que isso significa? Isso apenas significa, que a qualquer momento que eu estou feliz, eu não sou um buscador, então eu chego à conclusão que o “eu sou limitado, não realizado, não está lá.”
Tomando-se como referência o mundo, eu sou sempre um buscador. Eu quero que a humanidade seja diferente. Eu quero que o governo seja diferente. Eu quero que as pessoas mais próximas e queridas sejam diferentes. Então, com referência a tudo, eu sou uma pessoa limitada, não realizada, um buscador, que está em busca de mais dinheiro, mais poder, reconhecimento, influência, amizade.
Em todos os papéis que assumo eu sou um buscador. Como uma neta, como uma sogra, como um pai, como um filho, eu sou sempre uma pessoa não realizada, limitada. Eu quero que o mundo com o qual me relaciono seja diferente. A todo tempo eu sou um buscador. O que acontece naqueles momentos de alegria? Eu cesso por um momento de ser um buscador.
Não há nenhuma divisão entre eu e o mundo. Ao buscador, esta divisão desaparece nesse momento. Naquele momento não há julgamento sobre o Ser, do tipo, como sou solitário; como sou inútil, como sou desvalorizado, com sou feio… E assim por diante. Todas essa conclusões são completamente esquecidas; eu esqueci a minha altura, meu peso e de repente eu me torno um com o mundo.
Ambos, eu e o mundo nos completamos no Todo. Isto é chamado purna. Qualquer coisa com que eu me deparo é purna e com quem eu me deparo é purna.
Não bheda, divisão entre eu e o mundo. Eu me torno pūrṇaḥ, por inteiro, por completo, eu sou feliz porque me sinto completo. Este é o eu, a consciência está plena apesar do corpo, dos sentidos, da mente, do mundo.
Nós nunca dizemos que o mundo é duḥkham, cheio de mágoas. Samsara é duḥkham, é o que dizemos. E o samsara traz a idéia de que eu sou um buscador, nascido da ignorância do que eu sou.
No momento de felicidade esta noção não prevalece, não há nenhum aspirante a buscador dual – em duplicidade; mas há preenchimento, plenitude, abundância, a todo tempo, é você.
A plenitude não pertence ao mundo. A plenitude não é um objeto particular. Seu corpo não é plenitude, sua mente não é plenitude – não está preenchido por que tem limitações.
O eu é pleno. No momento de plenitude você se esquece. Qual Ser? A idéia de eu sou e continuo sendo. Aquele que se sente inútil, frustrado é esquecido –ahankara é esquecida e você é feliz por um momento.
Você é toda experiência do Ser que é felicidade, mas você não sabe. Desde que haja experiência, você quer fazer o mesmo novamente e então o que você faz? Você faz preparativos. Você prepara o mundo. Você manipula as coisas para que todas as experiências aconteçam de novo a você.
Mas uma mesma coisa não acontece em uma segunda vez. Nós continuamos tentando manipular o mundo, mas isto não funciona. Deus sabe quando você será feliz de novo. Nos momentos de alegria, quando acontecer, você se sentirá você mesmo, sem qualquer desejo e você não quer que nada mude.
O problema em si, portanto, é a noção que faço do “eu”, para a noção de “eu sou infeliz”, a solução é saber que “eu sou felicidade”. Na verdade, na infelicidade se encontra a solução. A pessoa que é infeliz, tem a solução como aquela solução que o quebra cabeça tem.
Uma vez que as peças se encaixem nos seus lugares, o problema é resolvido. Não vai mais quebrar cabeças. Similarmente, o mundo que é uma ameaça para mim, tem que se ajustar no seu próprio lugar em termos da realidade que se apresenta e eu tenho que me ajustar no meu lugar nos termos da realidade que eu sou.
Quando isso acontece, você acha que não existe mais nada além da solução. Não há mais problema. Somente restam os problemas da fome, sede, etc. que são problemas reais. Mas o problema da vida humana é inteiramente diferente, as aflições não são removidas, mas sim é removida a noção de “Eu sou infeliz”.
Duhkham, dor não é o problema, duhkhitvam “ eu sou triste” é o problema. Limitação não é o problema; “eu sou limitado “ é o problema. Então, você é o problema e você tem que procurar a solução dentro de você mesmo.
VOCÊ É A SOLUÇÃO
Suponha que você esteja em um lugar muito bonito. De beleza incomensurável, na natureza. Há montanhas e verde em abundância a sua volta. O lugar é limpo e as pessoas a sua volta são todas boas. Tudo é lindo e você se vê feliz. Você sabe por quê? Porque você não quer que a montanha seja diferente.
Você não quer que a cor do céu seja diferente, você não quer que o rio seja diferente; você não quer que as pedras a sua volta sejam diferentes; você não quer que seu corpo seja diferente, você não quer que sua percepção seja diferente.
Na verdade, você apenas é. Não é? Você se aceita totalmente, porque você se vê aceitável. O “eu” é apenas consciência. Já está pleno, infinito. Você experiência isso sempre que você estiver feliz.
Se é visayananda, alegria vem da percepção dos objetos, ou yogananda, alegria vem do yoga, ou vidyananda, alegria vem do conhecimento, ou brhmananda, alegria vem debrahman, e é você mesmo sozinho que experimenta isso, você que é a plenitude.
Você é infinito, porque a consciência é infinita, ananta, o que é o mesmo que ananda. Isto é a infinidade, ananda, plenitude do que eu sou, do que eu experiencio em diferentes graus.
Agora, uma coisa importante que eu deveria saber, é que eu sou ananda, infinidade. Que eu sou ilimitado no tempo e, então, que eu não sou mortal.
Que eu sou infinito no tempo e então eu não sou incompleto, mas que eu sou a Consciência que ilumina o conhecimento e a ignorância e então eu não sou o conhecedor nem a ignorância. Então, eu sou as três coisas – livre da morte, do que não é completo e da ignorância – o que eu quero ser. Portanto eu sou a solução.
E este é você. Se você é o problema, você é a solução. Este é o insight, o entendimento, que está em você e que eu lhe presenteio. E isto é algo que você tem de saber muito claramente. Nós não dizemos que você se tornará alguma coisa. Nós dizemos que você é o Todo, o que significa que você apenas precisa de clareza para se compreender dessa maneira.
O problema está centrado no “eu” e a solução está também centrada nele. A realidade é, por momentos, completamente diferente daquilo que você quer que seja. Portanto a solução permanece no próprio problema; não está fora dele. O problema humano é indiferente àquilo que você fizer, você se vê uma pessoa que almeja algo.
A conclusão “eu sou completo” nunca poderá ser deixada de lado, mas pode ser esquecida. É o que as pessoas geralmente fazem, se esquecem delas mesmas. Saem em férias, vão para lugares distantes como o Hawaii, gastando um monte de dinheiro e tempo. Para que? Para esquecerem deles mesmos!
Há muitas coisas que você pode conquistar nesta vida para melhorar a qualidade da sua vida, para a vida se tornar melhor do que é. Mas para ser feliz e livrar-se da sensação de ser infeliz, cabe lembrar que, se você é o problema, você também é a solução. “Eu sou infeliz”, é o problema; “eu estou livre da infelicidade” é a solução. Isto não é uma enganação; é a realidade. A realidade que você deveria vivenciar.
॥ हरिः ॐ ॥
Leia as outras partes deste ensinamento:
O problema é você, a solução é você. Parte I
O problema é você, a solução é você. Parte II
Mais ensinamentos de Swāmi Dayānanda aqui.
Veja aqui o original: The problem is you, The solution is you
॥ हरिः ॐ ॥
Visite aqui Yoga em Voga,
o blog do Humberto
A proposição que aparenta dualidade entre ontologia e cosmologia, “O corpo físico está no tempo e portanto é mortal” é uma afirmação que suscita um passatempo curioso, porque O corpo que se teria sempre por físico estaria por natureza no espaço e, O corpo no seu todo seria infinito por se reportar à constante transformação que o caracteriza, quer dizer, em sentido lato, desde o trigo nos campos até ao forno do padeiro e, passando por cada um dos nossos pequenos físicos nas refeições diárias, até que novamente se reverta em terra e daí se modifique em novos campos de colheita.
Nesta sua qualidade infinita partilharia e reflectiria a sua parcela ilimitada do ser que o vela. Por outro lado, a mente que processa informação originará o tempo para sua própria orientação. A consciência deste factor abstracto eliminaria racionalmente a hipótese de existência da morte.
São epistemologias com desenvolvimento em literatura existente, quer na tradição Vedica – veja-se a noção monista no trabalho de Shankaracharya, na Hellenica – particularmente nas tetralogias da Academia (Parmenides leva nota 10) ou, Budicas – resolvendo paradoxos. Fascinante é ir unindo os pontos dispersos até que a imagem integrada e coesa se revele…
Obrigado pelo espaço de diálogo.
Namaste Pedro, Humberto, Adrian e Maria.
Oi, Adrian:
Obrigado pela atenta observação. É sinal que vc realmente está lendo e compreendendo o texto. A tradução foi feita na raça; não usei qualquer tipo de tradutor eletrônico. Foi erro de digitação mesmo. Onde está escrito imortal, favor considerar MORTAL.
Aqui está em inglês : … The physical body is in time and therefore it is mortal – it comes now, it is gone now. But when time is…. Se achar outro equívoco é só me falar.
Obrigado,
Humberto
PS: Pedro, por favor retifique o texto para constar MORTAL onde constou imortal. Está na parte final de ” Qual é a natureza do EU”.
Prezado Humberto,
Grato por disponibilizar essas traduções das pérolas do Swamijí. Porém há um paragrafo no texto que me deixou com a pulga atrás da orelha:
“O conhecimento, o ser consciente é infinito respeitando-se o espaço e o tempo. O CORPO FÍSICO está no tempo e portanto é IMORTAL ? surgiu agora, e vai agora. Mas quando o tempo é, conhecimento ? consciência é. Quando o tempo se vai, a consciência ainda está?permanece.”
A questão é a seguinte, CORPO FÍSICO = IMORTAL ????? Essa afirmação confronta aquilo que verificamos na experiência da vida, pois o corpo nasce, cresce, amadurece, definha e se apodrece, se acaba, morre…
Poderia clarear isso, corpo físico imortal só o do Highlander… eu nunca ouvi isso, desconfio que foi um erro de digitação/tradução, onde se lê ” imortal” deveria ser “mortal”, ou não? Se não, não entendi essa!
Fico no aguardo de uma explicação. Desde já agradeço.
Harih Om Tat Sat.
Cordialmente,
Adrian.
Parece simples, mas ao mesmo tempo difícil de se sentir. Tudo acontece dentro de nós – o problema a solução.
Tem que se pedir a retirada desse véu de identificação com aquilo que passa para se reconhecer aquilo que não passa.
Essa é a nossa novela, que só se percebe a partir do estado meditativo, não é?
Boa sorte e namastê!