A maneira em que o culto exterior torna-se culto interior é descrita no Gautamīya Tantra. Depois de invocar a imagem da Deusa no lótus do coração, deve-se:
“Oferecer o coração como o assento de lótus do devattā (deidade); oferecer o néctar divino do lótus sahasrāra (centro de energia no topo da cabeça) como a água que lava seus pés.
“Oferecer espaço como suas roupas, o princípio do olfato como seu perfume, a mente como se fosse uma flor, as energias vitais do corpo como sendo o incenso, o princípio da luz como se fosse a lampadina de óleo.
“Oferecer a ela o oceano de néctar como alimento, o inaudível som do coração como o sino, o princípio do ar como o leque ou abanador; oferecer a atividade dos sentidos e as agitações da mente como a dança ritual.
“Para perceber o pensamento divino, oferecer estas dez diferentes flores (do espírito): liberdade da ilusão, do egoísmo, do apego, liberdade da insensibilidade, do orgulho, da arrogância, da hostilidade, da perturbação, da inveja e da voracidade.
“A suprema flor da não-violência, a flor do controle dos sentidos, a da piedade, a do perdão e a do Conhecimento”. Estes são os quinze sentimentos interiores oferecidos na pūjā.
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Philip Rawson, The Art of Tantra, p. 50, traduzido por Alexandre Vieira.