Eu amo meu ego. Esta frase pode soar bem estranha quando a dizemos no meio do Yoga, já que alguns praticantes parecem ter um preconceito muito forte em relação a ele. A verdade é que é graças ao ego que estou aqui. Foi através dele que fiz minhas escolhas ao longo da vida. Foi através dele que criei minha identidade enquanto indivíduo e é através dele que posso ser quem sou na sociedade. Portanto, preciso compreender (e gostar!) do meu ego.
O Tattvabodhaḥ de Śri Śaṅkarācārya é uma obra interessante para aqueles que desejam aprofundar seus estudos. O texto é bem simples, na forma de um diálogo entre um professor e seu discípulo que busca o entendimento sobre si próprio. O grande ganho que temos ao estudá-lo é a familiarização que passamos a ter com palavras carregadas de significados que serão posteriormente vistas em praticamente todas as Upaniṣads.
Para muitos praticantes, o Yogasūtra, obra seminal de Patañjali, é visto como um dos textos mais importantes dentro desta tradição. Porém, a bem da verdade, devemos lembrar que este tratado não contém ideias originais: suas bases estão firmemente fincadas na tradição védica. Muitos pensam que Patañjali tenha “inventado” este sistema quando de fato, ele apenas reúne este corpo de conhecimento e o coloca como um sistema prático.
Entre os stotrams compostos por Adi Shankaracarya, Sri Daksinamurti Stotram é um dos menores e ainda o mais rico. Com grande maestria, Shankara debate os argumentos daqueles que se sustentam numa visão dual do universo e estabelece a sua visão não dual. Iniciando com uma visão plural da nossa percepção em relação ao mundo, o stotram revela que esta visão está sustentada por uma realidade, livre de limitações. E esta verdade deve ser revelada com a ajuda de um professor adequado.
É sabido que o objetivo do estudante dos Vedas, assim como o objetivo do Yoga, é mokṣa, a libertação. Isso implica a total eliminação do saṃsāra. A morte do corpo físico não é o fim do saṃsāra pois, após essa morte, há novos nascimentos, mesmo que eles aconteçam noutros planos (lokaḥ).
Um dia destes, uma pessoa me perguntou sobre o nosso mestre: “Será que ele é iluminado?”. A pergunta é bastante subjetiva, e revela a maneira em que muita gente olha para os mestres. Não há um teste que possa ser aplicado para determinar se alguém é iluminado ou não. De qualquer maneira, antes de responder à pergunta, teríamos que ver o que significa ser “iluminado” para a pessoa que coloca a questão.
Esta semana fui surpreendido por uma cena não muito comum em uma prática que estava guiando aqui no Rio. Os alunos já haviam chegado e se sentado. Já havíamos fechado os olhos e então, eu colocava o assunto sobre a qual a prática seria baseada, guinado as pessoas em uma breve reflexão.
Uma vez ouvi Swami Dayananda dizendo para fugirmos daqueles que nos apresentam o Yoga ou outras filosofias como formas de controlar corpo e mente
Hoje em dia, a ansiedade no mundo do yoga por usar rótulos chegou ao extremo. Aspirantes a 'guru' precisam ganhar uma fatia do mercado e se debruçam sobre o dicionário de sânscrito em busca de um novo nome, uma etiqueta essencial para ter sucesso