Recebi recentemente uma interessante mensagem de um praticante fazendo, em nome do Yoga tântrico, uma série da categóricas afirmações sobre o grande sábio Patañjali e a sua obra, o Yogasūtra. Dentre outras coisas, afirmava o colega que essa obra, seminal na tradição do Yoga, não menciona prāṇa, cakras, nāḍīs nem kuṇḍalinī.
Estes três sūtras abordam, no meio do primeiro capítulo do Yogasūtra, os inevitáveis desafios que toda yogiṇī e todo yogin encontram cedo ou tarde no caminho. Patañjali os lista, descreve e oferece uma linda solução no final.
O samādhi um estado-conhecimento, não uma experiência. Não há, portanto, lembranças a ser carregadas desde essa absorção, de volta para as demais experiências.
O que são os siddhis, exatamente? Segundo é narrado em textos clássicos como o Yogasūtra, como resultado das primeiras formas do samādhi, o praticante adquire algumas habilidades, chamadas siddhis ou "perfeições".
Estamos acostumados a ouvir e aceitar sem maiores questionamentos que o Haṭhayoga, de origem tántrica, é bem mais recente e está completamente separado dos sistemas anteriores a ele, como o Yoga de Patañjali, o Jñānayoga, o Karmayoga, o Mantrayoga, etc.
Este extenso artigo é um comentário do sūtra I:17, no qual o sábio Patañjali explica as modalidades de samādhi, a absorção meditativa do Yoga.
Yoga é estar livre de distrações. Uma mente livre de distrações nos alivia do medo, da raiva e das outras emoções que poluem a paisagem interior.
A habilidade de interromper a identificação com os pensamentos é necessária para o samādhi, a profunda meditação. O samādhi, por sua vez, não é um fim em si mesmo mas uma preparação prévia, chamada purificação psíquica, para a libertação.
A palavra que abre o Yogas?tra, atha, significa “agora”. Pode parecer estranho começar um texto deste porte por um advérbio tão lacônico, mas o que se percebe claramente aqui é que o Yogas?tra não é um livro para iniciantes. Alguma coisa foi ensinada previamente, e “agora”, começa o ensinamento do Yoga.
O sábio Patañjali nos ensina que o natural (svarūpa) do ser humano é o próprio Yoga. A palavra svarūpa, que significa “sua própria forma”, define o reconhecimento de si mesmo como alguém livre de limitações. Lembremos que Yoga não é um estado de consciência mas uma atitude.
Este texto é a continuação do nosso artigo "Sua prática de Haṭha Yoga". O tema da texto anterior foi a construção do sādhana pessoal. Dentro desse tema ainda, este artigo versa sobre a importância de mantermos o foco no objetivo dessa prática individual e, ao mesmo tempo, aponta alguns caminhos para relacionar-se da melhor maneira com essas técnicas.
Este texto tem como propósito trazer uma reflexão sobre a maneira em que os yogisolhamos para o nosso texto seminal, o Yoga Sutra. Levando em conta que nosso ponto de partida é reconsiderar a definição de Yoga neste importante śāstra, devemos, desde já, adiantar que o assunto pode suscitar uma polêmica, já que questiona alguns dogmas sustentados por uma expressiva parcela da nação yogika.
Para muitos praticantes, o Yogasūtra, obra seminal de Patañjali, é visto como um dos textos mais importantes dentro desta tradição. Porém, a bem da verdade, devemos lembrar que este tratado não contém ideias originais: suas bases estão firmemente fincadas na tradição védica. Muitos pensam que Patañjali tenha “inventado” este sistema quando de fato, ele apenas reúne este corpo de conhecimento e o coloca como um sistema prático.
Você está andando numa rua escura. Virando uma esquina, vê um homem batendo numa mulher. O que você faz? Passa ao longo fingindo que nada viu ou intercede em favor da vítima? Possuo a firme convicção de que a postura do yogi perante o mundo (bem como o lugar que ele ocupa em nossa sociedade), deve ser embasada na correta compreensão dos ensinamentos que a nossa bela tradição nos legou.
Assim como o arroz sem descascar e sem preparar pode germinar mas não consegue faze-lo quando é descascado e torrado, da mesma forma o karmāśaya, quando baseado nos kleśas, é capaz de produzir conseqüências, mas não produz nenhum efeito quando esses kleśas são removidos através da adquisição do conhecimento verdadeiro.
Categorias