Āsana, Pratique

Escolhas, meios e fins

A visão equivocada que a sociedade tem do Yoga é fruto da confusão entre meios e fins que acontece em alguns círculos dentro do próprio mundo do Yoga. Muitos instrutores desconsideram a visão da vida e o ensinamento sobre si mesmo, julgando serem mera teoria, e acabam se centrando nas técnicas, que passam a ser vistas como objetivos a serem atingidos.

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O Yoga como exercício.

Todos sabemos que o Yoga lida com o corpo, a mente e as emoções, mas sabemos igualmente que seu objetivo maior é a liberdade, moksha. Não obstante, a percepção que a sociedade tem do Yoga na atualidade é de que este seria uma espécie de exótica ginástica oriental ou exercício anti-estresse. Essa visão equivocada é fruto da confusão entre meios e fins que acontece em alguns círculos dentro do próprio mundo do Yoga. Muitos instrutores desconsideram a visão da vida e o ensinamento sobre si mesmo, julgando serem mera teoria, e acabam se centrando nas técnicas, que passam a ser vistas como objetivos a serem atingidos.

Quando a mídia promove esta confusão, como acontece atualmente, o público recebe a informação de que Yoga é exercício físico para o bem-estar, e mais nada. Com esta distorção na visão dos objetivos do Yoga, confundem-se ferramentas e metas e assim, o cuidado com o corpo, que sempre foi considerado um veículo para alcançar o objetivo maior, moksha, passa a ser considerado um fim em si mesmo. A responsabilidade e o demérito kármico, obviamente, ficam com os professores, que, por opiniões ou ações distorcidas ou até mesmo por omissões (por exemplo, quando um professor diz “não me meto nessas coisas”), iniciam esse processo de confundir meios e fins.

Originalmente, o Haṭha era um dos meios do Yoga. A prática das posturas, por sua vez, era uma pequena parte desse método. Presentemente, vemos que essa parte tornou-se sinônimo de Haṭha, e que este termo, por sua vez, tornou-se sinônimo de Yoga. No caminho, ficaram para trás o código de conduta, o auto-estudo e técnicas fundamentais, como mudrā, prāāyāma, mantra e meditação. A visão do Yoga que temos ao reduzir as coisas desta maneira é que se Yoga é igual a Haṭha, e Haṭha é igual a āsana, então, Yoga é āsana. Isso deixa esta bela e milenar forma de vida reduzida a um simples exercício físico:


Yoga = Ha
ha; Haha = āsana => Yoga = āsana.

Concluir isto é tão precipitado quanto concluir que se Yoga é um conjunto de técnicas, e que o mūla bandha (a contração dos esfíncteres) é uma dessas técnicas, então, qualquer pessoa que contraia os esfíncteres estará praticando Yoga.

Perigos do āsana.

Nessa ordem de coisas, o perigo que correm os praticantes desavisados é o de escolher um professor despreparado. Há na atualidade muitos “métodos” de Yoga diferentes, alguns deles sendo apenas marcas registradas de formas de praticar Haṭha Yoga. Para simplificar, quando falamos em Haṭha Yoga estamos nos referindo àquelas práticas em que o corpo físico tem um papel relevante. A popularidade crescente do Yoga fez surgir muitos novos instrutores que passaram por uma formação superficial e precipitada e infelizmente, não estão prontos para ensinar e transmitir o Yoga de maneira minimamente segura e fidedigna. A eles, se alia ainda a presença de professores que estão há muito tempo ensinando, mas cujos objetivos não são exatamente os de um yogi honesto.

Em primeiro lugar, devemos esclarecer e lembrar que a prática de Yoga, seja com envolvimento de ações do corpo físico, mantras, respiratórios, relaxamento ou meditação, não é um fim em si mesmo. Toda e qualquer prática deve ser abordada como um momento para a reflexão sobre o ensinamento que realmente faz a diferença no Yoga. É por isso que podemos dizer que, em verdade, não importa qual seja a prática “externa” que cada um escolhe, desde que essa prática sirva ao propósito da reflexão, desde que não seja lesiva nem inócua, e desde que o praticante, como recomenda o sábio Patañjali no Yogasūtra, tenha apreço por ela. Infelizmente, não é isso o que testemunhamos na maior parte das salas de Yoga. Em algumas escolas e academias, o que prevalece é a atitude no pain, no gain (“sem dor não há ganho”) o que é, desde a perspectiva da ahisā (o princípio da não-violência que deveria ser a base de toda prática), um atentado à própria auto-preservação.

“Abrir” as articulações? Os mitos da prática mal compreendida.

Outro dia, estava dando um curso intensivo numa cidade ao norte do Rio de Janeiro e um professor “muito experiente”, daqueles que têm muitos alunos, fez um aparte no meio de um treino dizendo: “temos que alongar os ligamentos do joelho no adomukhasvanasana”. Com todo o respeito, dizer isto é um disparate sem tamanho. Porém, na boca de um professor de Yoga, é ainda uma tremenda irresponsabilidade.

Estudando o básico da anatomia humana, ficamos sabendo que ligamentos e tendões não são alongáveis. Essas estruturas, que unem ossos com ossos ou músculos com ossos, são feitas de fibras colágenas alinhadas que simplesmente não podem nem devem ser alongadas. Certos músculos do corpo admitem, sem perigo de lesões, um alongamento de até 100% do tamanho original em repouso. Outros chegam até 130%.

Ligamentos e tendões, no máximo, admitem um alongamento de 4%, ou seja, o grau de elasticidade é praticamente nulo. É por isso que dizemos que eles não podem ser alongados, já que não são estruturas elásticas e, se submetidos a algum tipo de tração, irão provocar a perda da estabilidade das articulações.

Quando professores despreparados ouvem queixas dos alunos em relação a dores ou lesões articulares, eles repetem uma frase pronta, que é mais ou menos assim: “as articulações estão abrindo, e por isso doem. Mas não precisa parar de praticar. Isso passa com o tempo”. Em algumas escolas, tendões e ligamentos lesionados são moeda corrente. Infelizmente, esses mesmos professores têm a crença de que as leis da física e o bom-senso não se aplicam ao método que eles ensinam. Coincidentemente, acreditam que o Yoga funciona apenas pela repetição de técnicas e que o objetivo deste método, seja qual for, se alcança somente por praticar.

A outra crença que condena os alunos destas pessoas à “rota de colesão“ é que a prática que eles ensinam vale para todas as pessoas, de todas as idades, em todos os estados físicos e de todos os biótipos. Uns meses atrás, escrevi um texto para a revista Yoga Journal sobre a importância de não forçar o corpo na prática.

Uma leitora respondeu com uma carta agressiva e insultante, dizendo que propor uma prática baseada na responsabilidade, no bom-senso e no equilíbrio entre esforço e não-violência, era algo “raso”. É bem provável que esta pessoa já esteja lesionada, pois com essa atitude certamente não se vai muito longe no Yoga. Nem na vida.

Mais dois desvios do caminho.

Acredito que o que esteja faltando para praticantes como essa leitora é uma compreensão mais profunda do que seja o Yoga e da forma em que ele funciona. Isso acontece, mormente, por que muitos daqueles que ensinam Yoga acham que sua meta seja uma experiência especial, chamada samādhi. Ora, acontece que o samādhi não é uma experiência, mas um estado de consciência, um atitude que, se estiver presente no praticante, irá permear todas suas experiências e, se não estiver presente, não poderá ser encontrado em nenhuma delas. No entanto, na falsa busca pela emoção suprema, pela experiência máxima, vale tudo.

Nessa trilha, a cada mês surge uma nova prática, um novo “estilo”, uma nova “tradição milenar”. Há um frisson no ar, e igualmente uma curiosidade mórbida pela parte de alguns que olham pasmos enquanto outros inventam as modas, sobre quem irá surgir com a próxima acrobacia, a próxima combinação de Yoga com caviar, Yoga com coreografias, Yoga com champanhe, Yoga com futebol, Yoga com circo, Yoga com molho de tomate, Yoga com disco music, Yoga com banhos de chocolate, Yoga com cachorro, Yoga com axé, Yoga com droga…

Nessa ordem de coisas, chama a atenção a necessidade de misturar ou temperar as práticas com outras experiências. O código de conduta yogika existe para proteger os praticantes, mas infelizmente não é aplicado ou sequer mencionado em muitas das práticas que vemos hoje em dia. Então, vou colocar apenas mais dois exemplos de coisas que acontecem atualmente no mundo do Yoga, mas que não estão alinhadas com o espírito desta nobre escola de vida.

1) O Yoga não promove nem recomenda o consumo de drogas de nenhum tipo, nem maconha, nem santo daime, nem álcool, nem outras “plantas sagradas” ou coisa que o valha. O primeiro princípio ético do Yoga é ahimsa, a não-violência, que inclui evitar a autodestruição por meio de drogas de qualquer tipo. O segundo dos niyamas, shauchan, ensina também que devemos manter um estado de purificação física, emocional e mental, que certamente exclui o consumo de substâncias tóxicas e estupefacientes.

2) O Yoga (dito “tântrico” ou não), não ensina e nunca ensinou que possamos usar ou abusar dos demais ao nosso bel-prazer, nem que exista o direito pela parte do professor a constranger os praticantes com propostas sexuais indecorosas e não consentidas. Nesse sentido, uma sensata interpretação do princípio ético brahmacharya, feita pelo grande erudito Georg Feuerstein, ensina que “Professores de Yoga concordam em evitar qualquer forma de assédio sexual aos alunos. Professores de Yoga farão todo o possível para não tirar proveito da confiança e a da potencial dependência de seus alunos”.

Com isto, não estou querendo me meter na vida privada dos praticantes. O que acontece a portas fechadas, na intimidade de cada um, é algo pessoal, e nem você nem eu temos nada com isso. Tampouco quero dizer que devamos fazer uma coisa na nossa intimidade e afirmar outra diferente em público. Cada um sabe a importância que dá a ser coerente em pensamento, palavra e ação. O que é inadmissível é abusar desse espaço sagrado e ao mesmo tempo público que é a sala de práticas, para realizar as próprias fantasias sexuais ou tornar o convívio com os colegas um palco para experiências psicodélicas, que irão concluir em sofrimento, confusão mental e distorção dos propósitos do Yoga.

Conclusões.

Por que é que não nos podemos simplesmente nos contentar com aquilo que o Yoga tem de bom para nos dar? Por que é que tantos maus professores insistem em misturar Yoga com drogas e sexo? Por que é que não nos damos a oportunidade de apenas fazer um prāāyāma ou um mantra e relaxar nos frutos dessas práticas simples e eficientes? Por que é que não nos damos a oportunidade de nos conhecer um pouco mais através da auto-investigação que o Yoga nos propõe, ao invés de abusar dessas evasões e buscar essas experiências?

Vale lembrar que o que o Yoga propõe não é a busca da felicidade em experiências sensoriais, mas uma mudança de perspectiva em relação a nós mesmos, na qual, da pessoa incompleta que vemos quando nos olhamos no espelho passamos, não a tentar preencher o vazio com vivências ou paraísos artificiais, mas a olhar para nós mesmos como seres completos e felizes, dentro daquilo que somos, segundo o milenar ensinamento das Upanishads.

O problema é que quem vira as costas para estas distorções, dá igualmente seu silencioso aval aos despreparados e mal-intencionados. Na medida em que não fizermos nada para mudar esse panorama, os oportunistas ganharão terreno sobre os honestos praticantes e professores, e continuarão manchando o bom nome do Yoga. Fica aqui a sugestão para o amigo leitor escolher com muito cuidado seus professores, usando o bom-senso e a intuição. Namaste!

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Pedro nasceu no Uruguai, 58 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o site yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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13 respostas para “Escolhas, meios e fins”

  1. Oi, Pedro,
    Eu tenho lido bastante sobre yoga, e tenho começado a praticar. Li algumas coisas, e comecei a perceber um histórico de abusos sexuais cometidos por grandes “mestres” da Krya yoga como Paramahansa Yogananda e Swami Kriyananda (J. Donald Walters).
    Relatos de abusos sexuais por parte de instrutores de yoga são bem comuns, mas não sao amplamente divulgados em língua portuguesa. Há muitos sites com relatos e matérias a esse respeito na internet, na língua inglesa. Até que ponto é interessante se dispor diante de um “mestre yogue” pra obter aprendizado na hatha yoga, ou na krya yoga, em caminho da evolução espiritual?
    Os abusos parecem ser tantos. Há muitos casos de atentado violento ao pudor e estupro. Não seria melhor mulheres serem instruídas apenas por mulheres, por exemplo? Há alguma norma nesse sentido? Desculpe se toquei num assunto indelicado, mas eu, pessoalmente, depois de ter lido relatos de abusos na yoga, pretendo manter minha prática sozinha.
    Agradeço se puder me auxiliar. Bia.
    ====================
    Olá, Bia,
    Obrigado pela sua mensagem. Olha, eu fico tão indignado quanto você ao saber da presença de abusadores, corruptos e desonestos no mundo da espiritualidade. Nunca ouvi, no entanto, falar mal nesse sentido de Swami Yogananda. Creio que ele pode ter sido injustamente acusado de algo que não fez, nesse sentido. Agradeceria se você pudesse me dizer onde viu provas desse suposto abuso por parte dele. Ele tem a minha total confiança nesse ponto, até o presente momento. Já não posso dizer o mesmo do seu discípulo Kriyananda Donald Walters.
    Como não temos uma “polícia do Yoga” que possa nos proteger de abusadores, o que cabe é cada um usar seu próprio bom-senso e se afastar desses falsos gurus. Da nossa parte, colocamos neste website, para alertar os praticantes, uma série bastante ampla de conselhos, testes, recomendações e alertas para que as pessoas possam diferenciar o joio do trigo.
    Namaste!

  2. ola! eu sou estudante do colegial. em minha escola tenho um grupo de relaxamento comrporal. desntro do mesmo estao 10 meninas com o objetivo de alcançar o relaxamento corporal e da mente! por isso pensamos em yoga! só que eu nunca pratiquei e nao sei como o fazer! desconheço tudosobre yoga, por isso estou pedindo ajuda! voce pode me ajudar! estou pesquisando muito! mas nao sei como começar a praticar!
    grata desde já!
    Camilla

  3. Olá Pedro!
    Que bom poder ter os seus textos como fonte de leitura e reflexão. Eu fiz algum comentário um tempo atrás e com o tempo fico feliz em poder usar se é que Eu posso falar assim dos seus textos para que possa ir me aprimorando cada vez mais nessa maravilhosa experiência que é o Yoga.
    Ainda não sou um yogista como gostaria de ser; até mesmo porque Eu tenho algumas práticas que são um tanto desconectada aos ensinamentos. Mas tento refletir no máximo que posso dos textos que leio. gostei muito do artigo. Eu gostaria de poder ter mais minhas dúvidas um pouco mais esclarecidas em relação essa filosofia que de certa forma me encanta e me faz bem.
    Namaste.

  4. Olá,
    Sou um leitor atento dos seus artigos, que sigo com muito interesse. Gostaria de comentar a parte em que refere que ” O primeiro princípio ético do Yoga é ahimsa, a não-violência, que inclui evitar a autodestruição por meio de drogas de qualquer tipo”.
    Queria começar por referir que o meu ponto de vista não é moral, ou seja, se é bom, se é mau usar drogas, até porque a moralidade e os conceitos de bem e mal, mudam de acordo com a época e a civilização.
    Porém é um facto assente as drogas sempre acompanharam a evolução do homem, isto desde a desde a pré-história. Alguns etno-botânicos, como o brilhante Terence Mckenna, acham mesmo que os psicadélicos, em particular os cogumelos, despertaram a criatividade e mesmo a espiritualidade na raça humana. Isto muito antes de darmos o nosso salto para a história.
    Queria também referir um facto que é muitas vezes omitido pelos teóricos do yoga, porque não vai de acordo com as suas opiniões, ou preconceitos, sobre como as pessoas se deveriam comportar, que é a existência da bebida soma.
    Esta uma substância sacramental frequentemente mencionada no Rig Veda, o Livro dos Hinos, o Primeiro Veda e também o mais importante, pois todos os outros derivaram dele. Esta substância é descrita como uma Divindade e também como uma bebida intoxicante, derivada do sumo duma planta. Esta bebida trazia, ou revelava, a imortalidade.
    Ou seja, não muito diferente do que os nativos sul americanos dizem do Ayahuasca, os povos aborígenes do México da psilocibina, Os hindus e os budistas da cannabis, os indios norte americanos do peyote.
    Todas estas substancias foram usadas ritualmente por milénios e faziam parte integrante das culturas A idade moderna, com toda a sua ignorância, violência, consumismo, trouxe as guerra as drogas, destruindo estas culturas e substituindo plantas sagradas por álcool, consumismo, televisão, superficialidade, repressão.
    Tirar estas plantas sagradas, que são um direito de cada homem e mulher neste planeta, foi um factor predominante que permitiu domesticar a raça humana, numa época em que toda a cultura planetária está formatada em torno de valores como a individualidade, o egoísmo, a competitividade, o dinheiro.
    Por isso preocupa-me que homens de conhecimento e de bem, como o Pedro, associem drogas a auto-destruição, rasgando ou ignorando parte dos vedas, simplesmente para estabelecer uma opinião que é subjectiva e estritamemente baseada numa concepção moral. Julgo que existe aqui uma falácia, que me parece importante desmontar.
    Claro que o yoga é não violência. Porém , nada na literatura Védica associa drogas a violência, esta associação foi feita por si e pode levar os leitores a considerar que a sua opinião é sustentada pelos textos sagrados védicos. Não é.
    É certo A sociedade abraça as drogas mais perigosas de todas, o álcool, o tabaco, os antidepressivos e outros farmacêuticos, mas não é por isso que vamos rejeitar algo sagrado, porque abraçamos o profano nesta época civilizacional. Agradeço imenso a oportunidade de partilhar a minha opinião e queria terminar dizendo que sinto o yoga como conhecimento, liberdade, amor, tolerância, paz, e o fim das repressões. Agradecido.
    ============
    Olá João Pedro,

    Agradeço o comentário. Bem, para estabelecer a diferença entre o que possa ser considerado uma droga e o que é uma substância enteógena, como as que mencionas, cabe lembrar da atitude. Este texto não aborda o consuma de enteógenos.

    Quando falei sobre drogas, usei a palavra no sentido que é usada habitualmente: esse termo é usado para se referir a uma série de produtos, nomeadamente a cocaína, a heroína, a anfetamina, os barbitúricos, etc., que são, de facto, utilizados como meio de fuga.

    João Pedro, apenas uma pequena parcela dos praticantes de Yoga do Brasil compreenderia o que estás propondo aqui sem encontrar em tuas palavras uma desculpa para a autoindulgência, o escapismo e a autodestruição.

    Existem neste mesmo website que abordam a questão dos enteógenos, como este, escrito por Sara Rios, professora de Yoga de Portugal: https://www.yoga.pro.br/artigos/966/1/santo-daime-ou-yoga
    Se nós fizessemos de facto um julgamento moral do consumo dessas substâncias, ou se confundíssemos e puséssemos no mesmo saco drogas e enteógenos, este texto não teria sido publicado, concordas?

    Outro texto, escrito por mim, onde coloco um ponto de vista pessoal sobre o consumo de maconha, que pode talvez te ajudar a esclarecer o panorama: https://www.yoga.pro.br/artigos/680/1/o-yoga-e-a-espiritualidade-engajada

    Espero ter contribuído com isto. Se quiseres, podemos continuar o diálogo.

    Namaste!

    1. Caro Pedro,
      obrigado pela sua resposta e também pelo convite para continuarmos o diáogo. Referiu que ” apenas uma pequena parcela dos praticantes de Yoga do Brasil compreenderia o que estás propondo aqui sem encontrar em tuas palavras uma desculpa para a autoindulgência, o escapismo e a autodestruição.”
      Entendo esta sua afirmação. Perfeitamente. Mas contudo, não posso deixar de dizer o que sinto, por medo de poder ser mal interpretado, compreende? Seria uma atitude paternalista, do género, â??eles não estão preparados para issoâ??.
      Julgo que devemos dizer o que sentimos, mesmo que apenas uma pequena percentagem o possa compreender. São as pequenas percentagens que mudam o mundo, não as massas. Sinceramente, nem me parece que os homens precisem de desculpas para abraçar autoindulgência, vivemos numa sociedade que não só não valoriza o espírito humano, como está devotado à sua aniquilação.
      Por isso o yoga é tão precioso e cada vez mais um sinónimo de liberdade de consciência num planeta que nos quer manipular e subjugar. O meu ponto é, tudo tem um potencial para abuso, mesmo as coisas mais sagradas. Mesmo o yoga pode ser interpretado para favorecer agendas sinistras, veja as corporações de yoga, franchisings, com doutrinas associadas a um moralismo fácil e repressor, em detrimento de uma ética universal baseada nos textos sagrados.
      � mais uma prisão para o espírito. O mesmo acontece com as drogas, os enteogénicos, ou seja, tudo tem um potencial para abuso. Isso não nos pode impedir de usar estas ferramentas. Observando todas estas tradições maravilhosas, jugo ser mais aquilo que as une, do que aquilo que as separa. Um grande abraço Pedro, continue a inspirar os nossos corações.

  5. Olá Pedro,
    tudo bem?
    Gostei da sua forma de abordar a prática de yoga: lúcida e sem se distanciar das reais intenções da filosofia. Você conseguiu associar o que existe na essência sem literalmente mitificar (sem a letra “s” mesmo) e deixar o leigo acessar esse universo.
    Isso é importante para trazer mais gente para o Yoga. A pergunta é a seguinte: você pode me indicar profissionais da sua rede de relacionamentos em São Paulo capital que ensinem Yoga à luz do que você comentou no seu post?
    Peço que me responda diretamente no e-mail indicado para evitar dissabores na classe… rs! Só, para finalizar, justamente pela falta de conhecimento de fisiologia e anatomia da maioria dos profissionais que trabalham com Yoga e por causa de algumas linhas que acreditam ser a pedra fundamental da prática e da filosofia, desisti de me inserir neste mundo já tem uns bons anos. De qualquer forma, encontrei no seu post uma luz no fim do túnel.
    Obrigado,
    Wanderlei
    (w.rribeiro@gmail.com)
    ॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐ
    Oi Wanderlei!
    Namaste! Tudo bem? Então, escreva para o Vicente Morisson: info@ nilakantha.com.br.
    Boas práticas e obrigado pelo comentário.
    Pedro.
     

  6. Olá Pedro,
    Eu gostaria muito de praticar, mas tenho Escoliose e sempre tenho medo de me machucar. Eu posso praticar mesmo tendo esse probleminha? Por onde devo começar a ler e estudar?
    E o artigo é muito bom, mas pra quem não tem conhecimento sobre o assunto fica muito a duvida sobre se devo fazer ou não, em toda a parte encontramos professores despreparados, um problema enorme no Brasil.
    Muito obrigada.
     
    ॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐॐ
    Oi Elaine,
    Não há problemas em relação à sua escoliose se a prática for feita com cuidado e com posturas e exercícios selecionados por um professor responsável. Não recomendo que pratique sozinha, mas que busque alguém bem qualificado. Boas práticas!
    Namaste!
    Pedro.

  7. Olá Pedro!
    Namastê.
    Inicialmente quero agradecer a sua contribuição na divulgação verdadeira do que é Yoga. Sou professor de Yoga em Maringá-PR, e sempre comento com meus alunos, que Yoga é um Estado de existência, e que o momento em que estamos lá, praticando, é uma forma de nos conhecermos e melhorarmos, ampliarmos, expandirmos este Estado.
    Fiz dois cursos de formação, aqui mesmo em minha cidade, e felizmente, o professor que ministrou os cursos enfatizou muito a base filosófica do Yoga em sua possível plenitude. Possível, porque acredito que em se tratanto de Yoga, quanto mais praticamos e estudamos, mais aprendemos e evoluimos. Fico muito feliz em saber que existem pessoas que compartilham dessa mesma visão, e que assim como você, divulgam e expressam a essência desta forma de vida tão libertadora que é o Yoga.
    E motivado por seus artigos, conduzo cada vez mais os objetivos das práticas em direção a esta liberdade! Grato pela atenção!
    PAZ!

  8. Namastê!
    Pedro, a leitura de seus artigos é como um bálsamo para minhas duvidas e questionamentos diários. A pergunta que sempre faço é qual a melhor maneira ou a mais correta para interagirmos no todo com nossos alunos. Vejo muitos colegas (professores) perdidos no próprio ego e em acrobacias.
    Esquecendo do fundamental e da simplicidade em que se aplica o Yoga. Agradeço imensamente ao universo por mesmo que virtualmente , ter colocado seu conhecimento em meu caminho. Fico feliz e certa de que realmente cada um exerce e atraí a energia presente em sua alma.
    Parabéns pelo lindo trabalho e pela coragem de não ser omisso a tanto desconhecimento . Abraço fraterno…Continuarei acompanhando pelo seu site, em breve espero participar de seus cursos ou workshops …ficarei muito feliz. Que assim seja, porque assim é e assim será.
    Gratidão,
    Leticia (Sathya Daya).

  9. Concordo plenamente com suas considerações, Pedro. Pratico há, aproximadamente quatro anos e conclui, no final de 2011, minha formação como instrutora.
    Não fiquei satisfeita com essa formação, uma vez que é claro que, para ser um bom instrutor/professor, é necessário um conhecimento bem mais aprofundado sobre anatomia – para ficar nos ásanas – e um estudo disciplinado para a abordagem \\\’mais filosófica\\\’. Situação que ainda não alcancei.
    Acredito que as associações de profissionais do yoga ( como a Aliança do Yoga, por exemplo, entre outras)deveriam ser bem mais rigorosas no que diz respeito à formação de instrutores.
    Hoje, pelo menos aqui em SP, todo e qualquer espaço oferece formação. Será que o primeiro passo não seria controlar com mais rigor aqueles que \\\’formam\\\’ os instrutores/professores?
    Namaste!

  10. Querido Pedro,
    cada vez mais vejo como é delicado ser uma professora de Yoga. De fato há muita confusão entre “escolhas, meios e fins”. Eu sinto que o Yoga se adapta a cada praticante quando bem direcionado.
    Concordo com o seu artigo e vejo alguns equívocos de professores ao querer ser o “guruzinho”, Fico feliz quando um aluno quer entender mais o que está acontecendo com ele., pois com algumas pérolas dos Shastras, falar sobre os Sutras de Patanjali , invocar mantras, praticar pranayamas e meditação, junto com os efeitos fisicos, sutis e causais eles sentem um despertar que naturalmente os levam para um busca sincera e profunda. Incrível como toca as pessoas.
    O lance é estar com bons professores que não “viajem na maionese”. Imediatamente indico e falo do Vidya Mandir, que benção termos a Gloriaji aqui no Rio, no Brasil, em Portugal.
    Direciono eles para site yoga.pro e claro para os seus cursos de formação, que benção também ter você aqui no Brasil pois a sua forma de ensinar é sincero e transparente ao passar adiante o conhecimento.
    E nada melhor que adquirir conhecimento com integridade mon amie. Aguardo o próximo módulo, a próxima viagem com vc e Sundari!
    Harih Om!

  11. Namaste!
    Prezado professor Pedro Kupfer. Este é o motivo pelo qual procuro continuar… quando fui sua aluna, lembro de suas perguntas em relação aos ligamentos, os cuidados, dores e etc… na sua equipe uma Fisioterapeuta explicou e deu um exemplo do que acontece com os ligamentos dos joelhos quando as pantorrilhas são viradas para fora (MANOBRA ERRADA).
    Quem estava ministrando a aula não tinha a sua sabedoria fui vítima e passei por este problema na execução do ásana Postura do Diamante. Parei, fiz tratamentos com ortopedista e fisioterapeuta. Mas o problema persiste… hoje ao executar um ásana paro antes de chegar no ponto onde doi.
    Só tive a consciencia do traumatismo depois que fui sua aluna. Meu comentário foi apenas de parte da matéria. Mas concordo com tudo, procuro seguir seus ensinamentos. Parabéns, foi muito boa e instrutiva.
    Om Shanti.

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