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Karma Yoga, a Ação que Liberta

Seres humanos ativos, empreendedores, atuantes no meio, se divinizarem suas ações, no serviço que prestarem, encontrarão a Paz

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sabedoria que liberta

Seres humanos ativos, empreendedores, atuantes no meio, se divinizarem suas ações, no serviço que prestarem, encontrarão a Paz.

A divinização do agir é o que se chama Karma Yoga.

O karma yogin é o atuante lúcido, dentro do dinamismo universal do qual faz parte.

Ele sabe que, segundo a Lei do Karma, nenhuma de suas ações, omissões e expressões deixa de semear causas que se farão colheitas no futuro. Sabe que o hoje colhe o ontem e semeia o amanhã.

Bem e mal, infalivelmente, determinarão suas conseqüências. Quem é bom colherá o bem. Quem é mau, o mal.

Ciente da lei justa, o yogin, sem reclamar, sem relutar, assume as conseqüências dolorosas de dívidas antigas. Ciente da lei justa, como que confecciona seu amanhã, comportando-se convenientemente hoje.

O yogin ama e serve seus semelhantes porque os outros e ele também são manifestações concretas do mesmo Abstrato, são expressões imperfeitas da Perfeição Una.

Ação que Liberta

A ação que liberta

A ação perfeita liberta o yogin porque, tendo ele superado a separatividade, não vendo ele e os outros separados, não vendo Deus perdido nas distâncias que a ilusão semeia, não cria méritos ou deméritos, créditos ou dívidas ao agir, pois já não há um ego desejoso por colher frutos bons das ações boas ou temeroso dos frutos amargos das más ações.

Quando o yogin age não credita a si mesmo os resultados da ação. Credita-os a Deus, pois que se reconhece mero instrumento nas mãos cósmicas do Senhor. Deus é o agente. Ele, a ferramenta. Tudo quando o yogin faz, oferta a Deus e, por isso mesmo, só faz o que possa ser oferenda.

Se o yogin não melhorar sua percepção da Realidade, isto é, se não usar viveka, pode perder-se na viagem.

Ele precisa ficar alerta para evitar que a ação redentora venha a tornar-se a caridade comum, ou seja, a compra de ingresso no céu, mediante a ajuda aos necessitados.

Sem discernimento, o yogin pode, tangido pelo ardor de servir, vir a exaurir-se no trabalho e adoecer ou desequilibrar-se.

Sem discernimento, o yogin imprudente, pensando que está atuando no interesse de Deus, está tentando faturar para o ego. E isso é funesto ao caminhante.

Sem amor não há Karma Yoga. É o amor que falta na caridade vulgar dos ‘chás de caridade’.

Enquanto amamos quem servimos, negligenciamos possíveis desejos de promoção ou afirmação pessoal.

O yogin ama servir e serve amando, e por isso é feliz.

Prece do karma yogin

Pai, já compreendi que, enquanto pensar que acumulo méritos cada vez que ajudo alguém, estou enganado, e, em vez de servir-Te, me estou servindo, eu que aspiro recompensas.

Pai, ajuda-me sempre a lembrar-se de que a mim cabe o esforço, mas que não tenho o direito aos frutos da ação.

Ensina-me, Pai, a aceitar os resultados, mesmo os mais adversos e aparentemente inaceitáveis resultados de minhas ações.

Ensina-me a não mais dizer minhas ações.

Sou apenas um instrumento em Tuas mãos cósmicas. Aciona-me.

Nenhum instrumento age. A ação é de Quem o manuseia.

Perdoa as imperfeições do instrumento que eu tenho sido.

Perdoa algumas vezes que me envaideci de atos que Tu, utilizando-me, executaste.

Ajuda-me a ficar indiferente a elogios, agradecimentos, recompensas… que, como instrumento, não me são devidos.

Pai, estou contra Tua Lei quando recebo proventos de meu trabalho profissional?

Tu bem sabes, meu Deus, que mesmo quando busco servir profissionalmente, estou ligado com a Fonte Alimentadora, que és Tu.

Utiliza-me. Empresta-me Tua Luz e Tua Força.


॥ हरिः ॐ ॥

Extraído da revista Ano Zero, no 32, de dezembro de 1993.
Digitado por Cristiano Bezerra.
Leia aqui mais textos deste brilhante autor.
Visite aqui o site do Professor Hermógenes.

॥ हरिः ॐ ॥

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2 respostas para “Karma Yoga, a Ação que Liberta”

  1. Tudo que fazemos, o façamos com amor, amor pelo divino. Obrigado. Foi um ótimo texto

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