Dr. S. L. Prabhu – A palavra “meditação” tem sido usada na tradução de dhyāna e nididhyāsana. Como o senhor interpreta e traduz esses dois termos?
Swāmi Dayānanda – É verdade que a palavra “meditação” seja usada indiscriminadamente tanto para dhyāna quanto para nididhyāsana.
Isso acontece porque nididhyāsana pode ser chamado dhyāna, mas dhyāna não é nididhyāsana. Ambos são dhyāna, pois são puramente mentais. Porém, nididhyāsana tem como base o já adquirido Ātmavidyā, o Conhecimento do Ser.
Dr. S. L. Prabhu – Todas as formas de upāsana, seja japa, prāṇavīkṣana ou rituais, etc, podem ser chamadas de dhyāna, e nididhyāsana ser reservado para o processo de assimilação consciente do Conhecimento, seguindo svarana (escutar) e manana (refletir)? Nesse sentido, então, nididhyāsana não poderia ser uma forma de dhyāna?
Swāmi Dayānanda – Todos os upāsanas, sendo mentais, podem ser chamados de dhyāna. Qualquer coisa que envolve algo além da mente não é dhyāna.
Por exemplo: prāṇavīkṣana pode ser um degrau para dhyāna, mas é visto como um prāṇāyāma. Por essa razão, āsana e prāṇāyāma são degraus para dhyāna no Aṣṭāṅga Yoga.
Dr. S. L. Prabhu – Algumas pessoas afirmam que durante a meditação o japa silencioso não deve ser ligado à respiração, enquanto outros afirmam que isso deve ser feito (durante a inspiração repete-se uma vez o mantra, e na exalação outra repetição desse mantra).
Por favor, esclareça isso. Eu considero que, na prática, o japa parece inconscientemente vincular-se ao ciclo da respiração. A eficácia se perde quando isso acontece?
Swāmi Dayānanda – Não se deve vincular a respiração ao japa mental. Somente acaba com a absorção que deve ser alcançada com o japa mental.
A razão é óbvia: a mente é extrovertida. Suponhamos que você queira repetir mentalmente o mantra com rapidez ou bem devagar. Você não poderá fazê-lo se o mantra estiver vinculado à respiração.
Portanto, definitivamente, não é aconselhável vincular respiração e repetição mental.
Dr. S. L. Prabhu – Dentro de todo processo de sādhana, aonde poderemos encaixar a invocação, seja a oração ou arcana (a repetição dos nomes de Deus com o oferecimento de flores)?
Não parece estar nas categorias de Karma Yoga e dhyāna. Invocação é um antídoto para mala (impureza da mente) ou vikṣepa (agitação) ou ambos?
Swāmi Dayānanda – Todas as formas de oração, incluindo rituais, cabem dentro de Karma Yoga. Dessa maneira, até mesmo se a meditação estiver na forma de oração deve ser considerada Karma Yoga.
Somente se estiver vinculada ao Conhecimento será diferente. Qualquer forma de oração que não seja puramente mental será para a purificação de mala. Se for mental, pode atingir mala e vikṣepa.
॥ हरिः ॐ ॥
Saiba mais sobre o poder da oração por Swāmi Dayānanda aqui.
Extraído do Informativo Vidyā Mandir de setembro de 1989, do Vidyamandir – Centro de Estudos de Vedanta e Sânscrito, Rio de Janeiro, e digitado por Cristiano Bezerra.
॥ हरिः ॐ ॥