Ética, Pratique

A imprensa e o Yoga

Que devemos fazer para mostrar às pessoas que o Yoga não é vaidade, não é competição, que não fere, que não visa o subjugo alheio e o lucro desmedido?

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Na semana que passou (a terceira de novembro de 2008), o mundo do Yoga foi surpreendido com uma notícia amplamente divulgada pela a imprensa: algumas pessoas não se sentiram bem em um retiro e foram hospitalizadas.

O papel do jornalismo impresso, televisivo e até mesmo digital é divulgar fatos e acontecimentos com a finalidade de informar a opinião pública sobre determinado assunto. Mas, qual é a melhor maneira dos meios de comunicação transmitirem a mensagem sem que a imagem do Yoga seja denegrida? Devem os jornalistas dirigirem o foco do leitor e do expectador somente aos pontos negativos que a notícia traz?

Diante do fato ocorrido, a opinião pública de um modo geral anda achando que o Yoga é aquilo que foi exposto nas reportagens tanto escrita quanto televisiva. Muitos leigos e até mesmo familiares de alunos- praticantes questionaram-se sobre o ocorrido: muitos concluíram que praticamos um Yoga que desequilibra, machuca e que faz mal à saúde. Porém, sabemos que isso não é verdade.

Salvo algumas exceções, não praticamos um Yoga que nos faz mal. Executamos asanas com o devido cuidado e atenção, objetivando moksha, a libertação.

Na contramão, é natural encontrarmos por esse nosso Brasil e pelo mundo alguns professores/instrutores de Yoga que modificam a finalidade da filosofia, ocasionando transtornos àqueles que têm sob o jugo e a eles mesmos. Você pode estar se perguntando, se no caso em voga, a imprensa nada mais fez do que realmente deveria ter sido feito, não é? Ou seja, informar a opinião pública sobre o ocorrido para acabar de vez com aquela situação desconfortante.

Analisando pela órbita dos comunicadores, as matérias trouxeram a realidade do fato, mas, como uma faca de dois gumes, a imagem do Yoga ficou maculada. Então, o que devemos fazer para clarear esse cenário para mostrar às pessoas que o Yoga não é vaidade, não é competição, que não fere, que não visa o subjugo alheio e o lucro desmedido?

Ora,a resposta é simples: aos professores e praticantes que se dedicam com seriedade ao estudo e à prática do Yoga, cabe passar aos leigos o que realmente o Yoga é, qual é sua finalidade, quais os benefícios que o ser humano conquista com o estudo e a prática, não permitindo que o acontecimento que veio a tona desvirtue essa bela filosofia.

O que aconteceu, nada mais foi do que um revés, que pode também ocorrer em outras as áreas. Hoje em dia, a política, o meio artístico e desportivo estão cheios de acontecimentos desconfortantes que na maioria das vezes são um prato cheio para a imprensa, tais quais são divulgados aos estrondos e mais tarde caem no esquecimento, o que não os exime de serem apurados.

Mesmo que alguns possam achar que tenham se enganado com o Yoga transmitido em um dado momento da vida, ‘os Deuses escrevem certo por linhas tortas’, e quando o(a) praticante realmente estiver preparado(a) para o estudo e a prática do puro Yoga, encontrará a senda e as pessoas verdadeiramente certas para ajudá-lo no crescimento.

O Yoga está presente em todos os lugares, em todos os cantos do planeta e mesmo assim, a prática continua.

Harih Om!

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Humberto é professor de Yoga em Campinas.
Mantém o excelente blog Yoga em Voga.

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16 respostas para “A imprensa e o Yoga”

  1. Estimado Paulo:

    Big K = Big* Karma**
    * grande em inglês
    ** inexorável princípio de ação/reação

    Permaneço anônimo para refrear maiores exaltações do meu próprio ego, não?
    Ainda assim ele adora brincar de esconde-esconde 🙂

    Muita Paz para você!

  2. Concordo com as opiniões presentes no texto.
    O ocidente ainda encara o Yoga de maneira bastante distorcida e a imprensa auxilia nessa distorção, bem como auxilia em outras tantas distorções nos mais variados campos (ciência, política, arte).
    A cumplicidade “yoga/estudo” nos leva,então, a tomar a decisão proposta por Humberto Meneghin de, como praticantes ou instrutores, transmitir a quem solicite uma idéia verdadeira do que realmente é a prática, como todas sua parte física, filosófica. ॐ

    nʌmʌsˈte नमस्ते

  3. Por favor, Sr anônimo.

    Poderia me explicar o que vem a ser Big K…? e por qual motivo se esconde atrás do anonimato? Será que você é o Falso G…, considerado o Mago N… na Índia? Ou será o próprio Guru d. D.?

  4. Novamente, obrigado pelos longos “posts” complementares, incluisive do(a) anônimo(a) que eu até posso imaginar quem talvez possa ser. Mesmo que alguns de vcs tenham apreciado apenas alguns pontos do artigo e outros não, o texto foi um bom “starter” para trazer este assunto ao parlatório.

    Mais uma vez, agradeço seus válidos comentários, pois cada um teve uma visão diferente ao expor seus pontos de vistas, o que trouxe maiores esclarecimentos ao tema.

  5. Pedro:
    Também acho a regulamentação uma chatice sem fim. Por isso disse “infelizmente”, porém espero que o incidente sirva como um alerta vermelho para as práticas/instrutores muito “radicais”… Namaste!

  6. Om Namo Narayanaya!

    Querido amigo Pedro:

    Dentro do meu não-encorajamento a uma posição belicosa em relação ao episódio que ecoou na imprensa recentemente, gostaria de acrescentar (ou reajustar) um quesito.

    Em Yoga,não é pela via da passividade ignorante (tamas) que chegaremos a verdade, assim nos ensinam a Bhagavad Gita e tantos outros textos.

    Portanto a ação (quando justa) deve ser direcionada e quem sabe até mesmo silenciosa (sattwa), causando um tipo de benefício que não reclama atenção para si próprio (rajas), o que sabemos ser o mais natural dentro da natureza humana.

    Utilizando o princípio do sat-sankalpa, podemos neutralizar um pensamento bastante
    negativo através de outro que irradie positividade.

    Quem sabe então, ao invés de por exemplo comprar uma briga com a imprensa, buscando explicar aquilo que o Yoga não é de forma agressiva e provocadora, não se poderia enviar informações que cheguem ao público ressoando a essência vital desta tradição?

    Ao meu ver, esta mensagem positiva já está circulando pela simples postura íntegra
    de tantos professores (a começar por você) e praticantes, nos quais o fato de serem fiéis ao Dharma (no sentido amplo) possibilita que os ensinamentos realmente transformem a vida de muitos, para melhor.

    Finalmente, já não se fala mais neste assunto na mídia. Leigos que leram ou assistiram a tal história já esqueceram o que,quem,quando e como.

    O fuxico ainda circula nas rodas do Yoga, uma boa reflexão mas em nada uma
    solução ao problema.

    Infelizmente as vítimas ficarão sequeladas até poderem recomeçar o seu Sadhana de uma forma tranquila ou confiante.

    Aí sim, elas precisarão de orientadores responsáveis e fidedignos, e não de contestadores inflamados que passam de yogues a “terapeutas” num piscar de olhos, recomeçando todo aquele mesmo processo anterior de “abdução” sob nova batuta…

    Colhemos as consequências de cada pensamento, palavra ou ato proferidos, melhor respirar profundamente antes mesmo de pensar em disparar as flechas, afinal elas voltam na forma de bumerangues, sempre.

    Até hoje ninguém foi imune ao Big K…

    Um grande abraço.

    Om Shanti!

  7. Caro Pedro,

    Como sempre sua intervenção foi esclarecedora e apaziguadora. Fizemos, eu e o Ricardo, uma interpretação extensiva do texto, ou seja, lemos mais do que foi escrito. O Humberto, por outro lado, parece ter escrito menos do que deveria, daí sua interpretação restritiva. Você, por outro lado, fez a sua interpretação literal e, não obstante, complementou o texto com fatos novos.

    A expressão “guru da diarréia” foi extremamente feliz e oportuna. Primeiro porque me fez rir um bocado; segundo porque desmoralizou o falso professor (toda vez que o vir vou lembrar da expressão e começar a rir); terceiro porque satiriza a reportagem; e quarto porque chama a atenção dos praticantes para terem mais cuidado ao escolherem seus professores.

    Nada como rir da situação. Estou em paz agora e satisfeito com o debate. Agradeço ao Humberto pela iniciativa, ao Ricardo por estender a interpretação e a você por elucidar a questão com o bom humor de sempre.

    Namastê!

    “Guru da diarréia” foi ótimo!

  8. Caros Paulo e Ricardo,

    Me tomo a liberdade de fazer uma colocação sobre o comentário do Ricardo, sobre o qual o Paulo elabora: creio que o propósito do Humberto com este texto foi questionar o papel da mídia no que respeita aos possíveis perigos de expor fatos de maneira parcial. Nada mais.

    Analisando a maneira em que foi colocado o referido incidente, temos a impressão de que as práticas de “purificação” com chá de sene fariam parte do Yoga. Nem a Veja nem os outros órgaões de imprensa esclareceram ao leitor ou telespectador que o chá de sene não veio da Índia e nunca foi usado com o propósito de purificar nada no contexto do Yoga.

    Portanto, o foco do texto não está em nenhuma da longa série de perguntas do Ricardo, mas no próprio título que o autor escolheu para o artigo. Pode sim haver faltado um pouco de ênfase na questão de que o Yoga, praticado de maneira responsável, não machuca, não manda ninguém para o hospital, não oferece perigos à população, não tem nada a ver com assédio sexual, nem com manipulação ou tortura psicológica, nem com lavagem cerebral.

    Porém, já que esta é uma discussão entre praticantes e/ou professores, esses assuntos não deveriam estar mais do que claros para nós? Não seria por acaso chover sobre o molhado, repetir de maneira mais explícita o que o próprio Humberto coloca no texto? Vejam só o que ele disse: “muitos concluíram que praticamos um Yoga que desequilibra, machuca e que faz mal à saúde. Porém, sabemos que isso não é verdade”.

    Agora, sobre a questão da regulamentação no Yoga que o Ricardo propõe como solução para evitar que esse tipo de situação de repita, permito-me discordar. Maus profissionais existem em todas as áreas. As únicas, no entanto, que deveriam ter uma regulamentação interna são o Direito, a Medicina e a Construção Civil. O resto das instituições regulamentadoras é perfeitamente inútil e funciona na prática como uma reserva de mercado. Veja o caso da Ordem dos Músicos do Brasil, do Conselho Federal de Carregadores de Malas Aeroportuários, o Conselho Federal de Astrologia e outras não menos ridículas.

    Com muito bom-senso, desde a administração FHC, e continuando na atual, a tendência tem sido rejeitar todos os projetos de lei que, sob o disfarce da defesa dos interesses da população ou de alguma categoria profissional, criam apenas monopólios, entraves, impostos e cerceam a liberdade de agir do cidadão.

    Como perfeitamente sabemos, a existência da OAB não consegue, sozinha, impedir o mal exercício da profissão de advocacia, nem elimina advogados desonestos. O Conselho Federal de Medicina não consegue evitar que charlatães exerçam ilegalmente a profissão ou sequer que médicos deixem de cometer erros. Pela mesma conta, a existência de uma “Polícia do Yoga” não iria eliminar a presença de professores incompetentes ou mal-intencionados.

    Esse é o motivo pelo qual, pessoalmente, tenho mantido distância da idéia da regulamentação. Ela cria mais problemas dos que resolve. A sociedade civil já tem seus mecanismos de defesa perante estelionatários e outros. Se por exemplo uma praticante tiver sido explorada sexualmente pelo seu professor, a lei brasileira lhe garante a defesa nos tribunais e o devido castigo ao criminoso. Não precisamos de uma polícia interna no Yoga para fazer isso. Pensem com carinho nisso, por favor.
    O Yoga continua!

    Pedro.

  9. Caro Paulo, namaste! Penso que o valor deste texto do Humberto esteja justamente na ponderação. Não vejo o autor querendo defender especificamente algum indivíduo , mas a essência do Yoga. Desde a minha percepção, no incidente dos praticantes hospitalizados, faltou a mídia avisar que essas práticas exóticas nunca fizeram parte do currículo tradicional do Yoga.
    Posso estar redondamente enganado, mas creio que uma das missões da mídia seja reportar fatos, mas outra não menos importante, seja esclarecer a sociedade para que haja uma melhor compreensão do contexto em que os fatos se dão.

    Pessoalmente, fui duramente criticado por alguns colegas quando enviei uns dias atrás um email pedindo que os professores contactassem a mídia para justamente esclarecer que focinho de porco não é tomada, já que quando as coisas não se explicitam, fica o dito pelo não dito e quem perde é o Yoga como um todo, uma vez que se deteriora a imagem que a sociedade tem da filosofia de vida que nós professamos.

    Alguns colegas (bem poucos, devo dizer) responderam dizendo que a melhor atitude seria a indiferença, já que a mídia não é digna de crédito. Na minha modesta opinião, essa atitude passiva não combina com a defesa dos valores essenciais que o próprio Yoga ensina. Por isso, apesar das críticas, continuo achando que uma parte da missão do professor de Yoga seja ter um posicionamento firme perante as distorções e equívocos, sejam patrocinados por professores desonestos, sejam patrocinados pela própria mídia.

    Outros colegas me fizeram uma crítica dizendo que peguei pesado ao usar a expressão “guru da diarréia”. Concordo com eles, mas mesmo assim acho necessário apontar os erros em que nós mesmos possamos incorrer. Auto-crítica é algo super necessário para que a comunidade de praticantes e professores possa continuar crescendo. Não vai ser ignorando os fatos que iremos resolvé-los.

    Escrevi para a Veja, mas a minha carta não foi publicada. Talvez por ter assinado em nome da Aliança do Yoga, que presido atualmente, talvez porque esteja mal escrita mesmo ou não acrescente nada à discussão. Coloco ela aqui para que você fáca seu próprio julgamento:

    Profissionais incompetentes ou trapaceiros existem em todas as áreas da atuação humana. Infelizmente, o Yoga não foge à regra, como ilustra a reportagem “Guru do laxante”. A Aliança do Yoga, entidade que representa muitos dos honestos professores de Yoga no Brasil, posiciona-se frontalmente contra os atropelos do guru da diarréia. Cabe dizer que as técnicas “purificatórias” irresponsáveis e exóticas descritas no texto nunca fizeram parte do currículo tradicional das práticas do Yoga. Muito menos, o assédio sexual ou a lavagem cerebral. Pedro Kupfer.

    Bom, o diálogo continua. Bom dia para todos!

    Om Shantih!
    Pedro.

  10. Querido Humberto.
    A imprensa fez exatamente o que deveria ter feito, ou seja, noticiou o fato, sem macular o yoga. Denunciou um mau caráter que, ao meu ver, deverá fazer saudação ao sol na cadeia.
    Minhas palavras podem parecer agressivas, mas o que dizer às alunas que foram molestadas sexualmente e aos alunos que foram parar no CTI? O que dizer às suas famílias?
    Neste site há vários artigos que falam sobre os cuidados que os iniciantes devem ter ao escolher um bom professor; Só o Pedro tem um montão: ?Granadas nas mãos de crianças? é um deles. A Imprensa acaba de noticiar o fato e este site lança um texto sobre a imprensa? Me desculpe Humberto, mas está parecendo que alguém quer proteger o ?cara de índio malvado?. Se este fórum se omitir dessa discussão, é porque não querem botar o dedo na ferida. Imagine se a imprensa não noticiasse o fato? Como ficaríamos sabendo do caso se neste site não saiu nenhuma nota a respeito?

  11. Obrigado pelos comentários. O artigo supra não tem por foco principal criticar arduamente o ocorrido, nem abordar possíveis riscos decorrentes da prática do Yoga e nem se tais riscos possam ser de caráter objetivo/subjetivo. Sim. O artigo fala da imprensa, dos reflexos junto à comunidade e sobretudo convida os instrutores e alunos comprometidos com a prática que defendam a imagem da Yoga, da mesma forma que a lama após uma enchente é removida da cidade para que os habitantes se recuperem e a vida volte ao normal.

  12. É isso aí Ricardo! Você resgatou o foco principal. A questão em voga não é a imprensa, mas sim um professor de yoga que se aproveitou sexualmente de alunas e que praticou medicina de forma ilegal e irresponsável. Pelo menos foi isso que a imprensa noticiou e que eu considero grave. Dizer que em todo ramo tem profissionais ruins é querer tapar o sol com a peneira. É não querer encarar de frente o problema da facilidade em dar aulas de yoga. Já existe curso de yoga a distância. Dá certificado e te permite dar aulas. Os alunos … Ah! os alunos que se danem. São ingênuos e pedindo para serem enganados. Para isso existem outros profissionais para cuidar deles, tais como ortopedistas e psiquiatras, os quais têm muito que estudar. Até gostei do seu jeito de se referir à yoga e não ao yoga. É porque conheci a palavra yoga na forma feminina e com o o aberto. Na década de 70 e acho que também na de 80 era assim. Depois que entramos para o mundo da yoga, aprendemos essa forma erudita que o De Rose faz questão de dizer: “Yôga”. Com o surf aconteceu o contrário. Antigamente todo mundo falava surf na forma inglesa. Depois abrasileiraram a palavra e ficou até mais fácil de se falar. Senti firmeza no teu argumento. Agora resta saber se a comunidade da yoga vai deixar do jeito que está ou vai buscar uma regulamentação. Me parece que o De Rose tentou fazer isso há uns tempos atrás e foi crucificado. E agora, como é que fica? Alguém me explica?

  13. Não acho que a questão aqui deva ser direcionada a “Imprensa”, ela fez o papel dela. Afinal o ocorrido é notícia de importância para a comunidade!

    Acho que o artigo NÃO ABORDA a questão principal: há riscos na prática da Yoga?
    Como a comunidade pode avaliar e minimizar estes riscos? Como avaliar os riscos inerentes a Yoga e ao Instrutor? Os riscos são de caráter objetivo ou subjetivo? Como medí-los e minimizá-los? Quais as precauções que a comunidade e o praticante devem tomar para minimizar estes riscos? E o instrutor/estúdio? Que responsabilidades eles têm? Há contrato formal entre alunos e estúdio? Está claro que é o aluno que deve definir qual é o seu limite? Ou o limite é definido em conjunto? De quem é a responsabilidade?

    O artigo apenas fala da Imprensa ! E pede que os instrutores e alunos defendam a imagem da Yoga, sorry, mas acho que falta análise crítica ao artigo.

    O incidente infelizmente poderá ter diversas sequelas, entre elas, a discussão da regulamentação, auto-gerenciada ou não, da Yoga. Na minha opinião, acho que é fácil defender a não-regulamentação, por outro lado, é difícil administrar seu “custo”… Taí a sugestão para uma futura discussão. Namastê.

  14. Hari Om amigos! Fico contente em ver que o assunto exposto na mídia está sendo dialogado por nós, pois assim exercemos em conjunto uma reflexão madura e construtiva. Todos sabemos que a mídia exerce uma grande influência na vida das pessoas, assim como o poder político, religioso. Infelizmente tais meios e instituições que poderiam servir de exemplo, prestando auxilio aos necessitados e dando-lhes condições para que vivam com decência, estão mais preocupados em encher os bolsos e manipular a vida das pessoas para adquirir um poder ilusório e ganancioso. Vivemos numa época no qual somos bombardeados de informação, e se não houver da nossa parte um mínimo de equilíbrio e bom senso, somos literalmente engolidos pelo mundo ao nosso redor, que a todo custo tenta botar na nossa cabeça uma maneira de ser, de pensar e agir. A questão é que ainda existe mta ignorância por parte da população, que age de modo massificado, lapidado pela sociedade e pelos dogmas modernos. E isso gera uma mente estreita que passa a acreditar naquilo que ouve, lê ou escuta. Não é de se estranhar a reação das pessoas e até mesmo da mídia, pois tais comportamentos e reações já são esperadas nas pessoas cujo intelecto ainda esta nebuloso. Não sabemos a fundo a veracidade dos fatos e acontecimentos, a não ser que mtas pessoas foram hospitalizadas após passarem por purificações no retiro. E diante do quadro, nós, yoguis, sendo professores ou não, temos que ter firmeza e flexibilidade para lidar com isso, orientando e compartilhando com outros o ensinamento do yoga, que serve para nos fazer crescer como seres humanos, e não o contrário. Se cada um fizer sua parte, agindo com mais coerência e melhorando em seu ambiente familiar, profissional e social, vai estar contribuindo para modificar o modo de vida do mundo e da sociedade, que carece urgentemente de alegria, de harmonia, de bondade, de paz. O yoga esta dentro de nós, faz parte de nós, é a nossa essência. Ficamos ressentidos pela imagem do yoga perante a sociedade? Acredito que não haja razões, pois as coisas são transitórias, não duram pra sempre, principalmente numa sociedade hipócrita que julga os outros, mas que ainda não percebeu que os seus próprios alicerces estão ruindo! O yoga não esta sujeito à transitoriedade, ele é Eterno. Devemos sim pegar o fato, a experiência e aprender com ela, tirar uma lição de tudo isso, que felizmente ou infelizmente, ocorreu. Humberto, valeu pela iniciativa e pelo texto! Namastê!

  15. Querido Humberto,
    Finalmente alguém se manifestou sobre o episódio. Estava mesmo querendo que isso viesse à tona para podermos discutir. Quando comecei a praticar Ashtanga, há 1,5 anos, li uma matéria sobre esse instrutor. Na época ele era cabeludo, com cara de índio, e famoso por suas aulas vigorosas.
    Meu próprio professor de Ashtanga disse-me que, certa vez, esse instrutor fez-lhe um ajuste tão violento que, se ele não fosse tão flexível, teria se machucado.
    Será que antes do triste episódio no retiro da serra, ninguém sabia de nada? Me parece que o cara era bem quisto no meio yogi e tudo bem. Ele devia ter amigos, não? Onde estão eles agora? E os alunos? Onde estão? Apareçam! Manifestem-se, por favor!

  16. Caro Humberto, gostei muito do artigo, é isso mesmo, a tendência da imprensa em fazer sensacionalismo é enorme isso gera um turbilhão de fantasias, medos e preconceitos principalmente nas pessoas que não estão diretamente em contato com Yoga.
    Ao mesmo tempo, não podemos deixar que este fato lamentável seja considerado apenas um “acidente” ou um pequeno episódio infeliz. Considero que este fato tenha sido realmente muito grave e revoltante por 3 motivos: primeiro pela saúde dos envolvidos, que foi gravemente posta em risco; segundo, pelo distorção que este que se auto-intitula “guru”, causou às técnicas e à filosofia milenar do Yoga, em que tanto confiamos e respeitamos e que nos empenhamos em cultivar e dividir com o próximo. E finalmente, pela constatação da total falta de discernimento, tanto dos alunos que por algum motivo optaram este tipo de prática, quanto do seu próprio ?guru?, que em apenas uma conversa já deixava evidente a sua própria falta de viveka. Um guru sem viveka: era só o que faltava! Namaste! Silvia.

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