Este é o segundo de uma série de três textos que tem como objetivo desvendar os detalhes do virabhadrásana, a postura do guerreiro. Independentemente de ter ou não executado a outras duas variações, o praticante pode fazer o virabhadrásana II. Para compor este ásana destacamos as ações relativas ao posicionamento e alinhamento de pés, pernas, joelhos, quadris, braços, cabeça e tronco.
PÉS E PERNAS.
Ao se colocar em Virabhadrásana II, o praticante pode alinhar os calcanhares entre si e elevar os arcos dos pés. O pé de trás irá girar para frente e formar um ângulo de 45 graus em relação ao pé que está à frente. Por sua vez, este mesmo pé, que está à frente, se encontra na linha da perna flexionada, ao passo que a coxa da perna que o acompanha permanece paralela ao solo.
No entanto, em relação ao correto posicionamento das pernas, vale lembrar a mesma recomendação adotada na construção do Virabhadrásana I e do Trikonasana, qual seja: as pessoas cujas pernas são mais compridas, usando o bom senso, precisam separar mais os pés, ao passo que as pessoas de menor estatura devem aproximá-los.
Ainda, em relação à posição dos pés e considerando a mobilidade do quadril de cada praticante, há quatro opções para o praticante investigar o ângulo entre os pés para melhor se estabilizar no ásana. Quais sejam:
1) ambos os calcanhares podem estar na mesma linha, ou
2) o calcanhar do pé da frente pode ficar alinhado com o arco do pé de trás, ou
3) o calcanhar do pé da frente pode ficar alinhado com o dedo maior do pé de trás, ou ainda
4) o calcanhar do pé da frente pode ficar aberto em relação ao pé de trás (i.e., se o pé da frente for o direito, a planta desse pé fica mais para a direita).
JOELHOS E QUADRIL.
Examinando o Guerreiro II nos quesitos joelhos e quadril, notamos que a base desta postura é aberta e similar à do parsvakonásana. O joelho da perna da frente fica flexionado, no entanto, o praticante deve observar as mesmas indicações adotadas no Guerreiro I, ou seja, joelho da perna da frente deve estar confortavelmente flexionado e corretamente alinhado ao calcanhar da mesma perna.
Uma dica é visualizar uma linha imaginária descendo pelo meio do joelho até o espaço entre o primeiro e segundo dedos do pé que está à frente. No entanto, deve o praticante evitar pender a perna e o joelho da frente tanto para o lado de dentro quanto para o lado de fora, pois irá criar uma compressão desnecessária nas articulações sacroilíacas e na região lombar. Por sua vez, o quadril permanece alinhado com ambas as pernas e paralelo ao chão.
BRACOS, CABEÇA E TRONCO.
Em relação aos braços, ao iniciar a posição, o praticante deve relaxar os ombros, os músculos do dorso e as escápulas, enquanto os estende paralelos ao chão. Em seguida, volta as palmas para cima e respira por algumas vezes, para depois virá-las para baixo.
A cabeça se volta em direção à mão que está à frente. Os olhos se fecham e o praticante irá, em um primeiro momento, abrir o olho do lado oposto ao braço estendido a sua frente e focalizar o dedo médio dessa mão e, depois, irá abrir o outro olho. Esta ação tem por finalidade ajudar o praticante a se concentrar na composição do ásana.
Uma vez que tronco se mantém na posição vertical, o esterno se eleva à frente e o pescoço, se alonga e se mantém relaxado. Os ombros, por sua vez, ficam para trás, para baixo e abertos, enquanto as axilas estão afastadas entre si.
Por fim, os bandhas surgem na base do tronco, ao mesmo tempo em que a coluna também está verticalizada e o cóccix aponta para baixo. E, em posição neutra, o praticante se entrega às sensações que sente na região do coração, até que esteja pronto para executa-lo do outro lado. Harih Om!
Humberto é professor de Yoga em Campinas.
Mantém o excelente blog Yoga em Voga.
Gostei muito das explicações da postura, adorei os detalhes da colocação das mãos, pés quadris, tronco, mas gostaria saber bem OS BENEFICIOS de permanecer na postura e a respiração.
Obrigado.