O brahmacharya, voto de continência, é inevitável para se obter instrução sobre qualquer disciplina. A busca do conhecimento do Vedanta é diferente das outras disciplinas. As qualificações do estudante, como disposição para o conhecimento, bom-senso, discernimento, etc., devem ser cultivadas por aquele que faz o voto do brahmacharya. A capacidade de lidar com todas essas variáveis ao mesmo, igual ao palhaço que faz jogos malabares, qualifica o estudante para compreender o ensinamento. Quando há um professor, o processo do brahmacharya faz sentido. Fazer o apenas por fazer o voto, sem a presença do professor, não funciona.
O voto de brahmacharya é quádruplo. Esse ensinamento já aparece nas Upanishads. Esse voto não é exclusivo para o mumukshu, aquele que procura a libertação, mas para qualquer pessoa que deseje qualquer tipo de conhecimento, seja Vedanta, Yoga, arte dramática, música, etc. O voto tem quatro partes, quatro padas:
1) O primeiro passo, e o mais importante, é a limpeza, interna e externa. O discípulo, aquele que está qualificado para receber o ensinamento, deve ser limpo, por dentro e por fora. Deve cultivar esses dois tipos de limpeza. Por um lado, a externa: o corpo, a roupa, o lugar onde se mora e se trabalha. Por outro, a interna: pensamentos e sentimentos devem ser puros e elevados. Você não pode limpar a sua mente com água e sabão. A maneira de purificar a mente é através da prece, do nidhidhyasana, neutralizando as imperfeições do carácter. Sem ser obsessivo, o estudante deve levar muito a sério essa questão da pureza e da higiene, nesses dois sentidos. O estudante deve cultivar a disciplina e o estilo de vida do mumukshu. O discípulo se aproxima do mestre pedindo o conhecimento. Isso deve ser acompanhado de uma atitude de shraddha, de confiança em relação ao mestre e ao ensinamento. Deve igualmente realizar guruseva, serviço ao mestre.
2) A segunda parte do voto tem a ver com a convivência, com a conduta no cotidiano. O gurukula? é a casa do mestre. Os discípulos, uma vez aceitos, mudam-se para a casa do mestre e vivem com ele enquanto estiverem nessa fase de aprendizado. Gurukulam significa ‘família do guru’. Como deve o estudante se relacionar com essa família. Pois, a esposa e os filhos do mestre estarão morando nessa casa. A mesma conduta de reverência e respeito que o estudante dirige ao mestre, deve ser igualmente dirigida à esposa (gurupatnih) e aos filhos (guruputrah) dele.
3) O terceiro passo do brahmacharyavrata, o voto de brahmacharya, é o estudante deixar o professor feliz ao fazer o que se espera dele. Motivação, interesse e dedicação são muito importantes para a realização de qualquer objetivo. O estudante precisa manter-se focado no conhecimento. Pelo benefício de todos, ele deve manter o foco no que lhe foi ensinado, e aplicá-lo no cotidiano. Não apenas repete o que o professor lhe falou, mas compreende intimamente o ensinamento e consegue ensiná-lo e passá-lo adiante com precisão e clareza. No caso do Vedanta, o estudante deve viver em consciência de aham Brahma’smi, ‘eu sou Brahman’. O brahmacharya deve demonstrar para o professor que o esforço que fez na educação dele não foi em vão. ‘Eu sou realmente abençoado por ter este professor’, deve pensar o estudante. Assim, ele cultiva o contentamento.
4) A última parte do voto é chamada upachara. Existem diferentes tipos de ação. A boca é um órgão de ação, pois articula a palavra. Essa palavra pode ser um mantra, uma recitação, um shtotram, uma prece. Até mesmo quando você faz um mantra mentalmente, isso é considerado uma ação. Kamika karma é uma ação ritual para ganhar uma graça, ou para conseguir-se um resultado. Um exemplo desse tipo de karma é a puja, oferenda ritual. Nesse sentido, cabe lembrar que testemunhar uma puja é tão bom quanto fazé-la pessoalmente.
Quando um jovem estuda num gurukulam, aproximadamente dos 12 aos 24 anos de idade, e completa esse processo, abandona essa fase da vida (ashrama), estando preparado para a próxima, que é o casamento (grihasta). Obtendo a autorização e a bênção do seu mestre, ele deixa o gurukulam e retorna para a casa dos pais, para posteriormente casar, trabalhar e formar sua própria família. Durante toda a vida, no entanto, ele continuará vinculado ao gurukulam, a casa do seu mestre, que continuará visitando e apoiando. Ele sempre irá pensar no acharya, e sempre fará algum gesto para o bem-estar do guru. Essa é a última parte do voto do estuante.
Swāmi Dayānanda Saraswatī (1930-2015) ensinou a sabedoria tradicional do Vedanta por cinco décadas, na Índia e em todo o mundo. Seu sucesso como professor é evidente no sucesso dos seus alunos: mais de 100 deles são agora Swāmis, altamente respeitados como estudiosos e professores.
Dentro da comunidade hindu, ele trabalhou para criar harmonia, fundando o Hindu Dharma Acharya Sabha, onde chefes de diferentes seitas podem se reunir para aprender uns com os outros.
Na comunidade religiosa maior, ele também fez grandes progressos em direção à cooperação, convocando o primeiro Congresso Mundial para a Preservação da Diversidade Religiosa.
No entanto, o trabalho de Swāmi Dayānanda não se limitou à comunidade religiosa. Ele é o fundador e um membro executivo ativo doAll India Movement (AIM) for Seva.
Desde 2000, a AIM vem trazendo assistência médica, educação, alimentação e infraestrutura para as pessoas que vivem nas áreas mais remotas da Índia.
Havendo crescido em uma pequena vila rural, ele próprio entendeu os desafios particulares de acessar a ajuda enfrentada por pessoas de fora das cidades. Hoje, o AIM for Sevaestima ter ajudado mais de dois milhões de pessoas necessitadas em todo o território indiano.
Namaste gratidão
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