Pratique, Yoga na Vida

O bom exemplo do Yoga nos presídios da Índia

A prática do Yoga, além de contribuir para a diminuição da violência e os índices de agressão dos prisioneiros, também permite que os praticantes desenvolvam maior autocontrole. Isto, por sua vez, lhes traz uma nova perspectiva de vida e uma boa oportunidade para se redimirem dos erros do passado, agregado ao benefício de redução da pena.

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Cometer um delito, ser julgado e condenado a vários anos de prisão é a conseqüência para aqueles que não agiram de acordo com o dharma social. Ao serem encarcerados em prisões superlotadas, a vida dos presidiários parece seguir a mesma rotina. No entanto, algumas casas de detenção, em especial na Índia, oferecerem práticas de Yoga aos prisioneiros,que possibilitam a redução da pena. Nas prisões do estado de Madhya Pradesh, a cada trimestre de práticas de Yoga, os detentos têm o tempo da pena reduzido em quinze dias.

Como ilustra esta matéria, http://news.bbc.co.uk/2/hi/south_asia/8472762.stm, a prática do Yoga, além de contribuir para a diminuição da violência e os índices de agressão dos prisioneiros, também permite que os praticantes desenvolvam maior autocontrole. Isto, por sua vez, lhes traz uma nova perspectiva de vida e uma boa oportunidade para se redimirem dos erros do passado, agregado ao benefício de redução da pena.

Embora este projeto possa trazer benefícios aos que cumprem pena e à sociedade, sabemos que a prática do Yoga não basta para reinserir o detento na sociedade. Dentro das providências que permitem a readaptação do preso, há ainda englobados vários aspectos, tais como o procedimento processual, o bom comportamento, bem como exames psicológicos e psiquiátricos realizados por peritos.

No entanto, se formos analisar o papel do Yoga, neste contexto, chegamos à conclusão que a prática direcionada a estes presidiários servirá para, de uma forma ou outra, reformar internamente a conduta e o comportamento de alguns dos praticantes, promovendo o início de uma limpeza psicofísica e mental, colocando-os na trilha da verdadeira libertação, moksha, que os conduz, conseqüentemente, a liberdade penal de erros e crimes que foram cometidos. Consta que alguns dos condenados, logo após se livrarem da prisão, se tornam instrutores de Yoga. Neste novo patamar, os que agora conquistam a liberdade do cárcere têm a grata e feliz oportunidade de continuarem estudando e apreendendo mais sobre a filosofia, funcionando como divulgadores do Yoga e contribuindo positivamente para a sociedade.

A prática consciente do Yoga não apenas possibilita a prisioneiros, no sentido literal da palavra, se libertarem de suas prisões internas e externas, mas permite também libertar a todos aqueles que, mesmo não encarcerados, sentem-se presos a situações criadas por eles mesmos. Para estes felizardos, a prática consciente e o estudo constante do Yoga, só vem lhes trazer a tão almejada liberdade de suas prisões mentais mais íntimas. Harih Om!

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Humberto é professor de Yoga em Campinas.
Mantém o excelente blog Yoga em Voga.

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5 respostas para “O bom exemplo do Yoga nos presídios da Índia”

  1. Vou ter a minha primeira experiencia amanha dando aula de yoga para detentos, um pouco ansiosa, mas de coraçao aberto!

  2. Namastê…
    É Muito positiva a prática da Yoga dentro do sistema prisional pois esta prática milenar é na verdade uma poderosa ferramenta de auto-conhecimento,bem-estar e re-ligação com o divino, ferramenta então indispensável neste ambiente !
    Dou aulas de aulas de Yoga no sistema prisional do meu estado a já um tempo e vejo no dia a dia estas modificações no comportamento dos re-educandos e dos servidores públicos!
    Alegre e satisfeito me contentarei com aqueles que me enviarem suas experiencias com esta milenar prática dentro das prisões!
    OM SHANTI,OM SHANTI,OM SHANTI…
     
    ===
    Oi Anthony! Entao, acho muito louvável sua disposição para dar aulas numa casa de detencao. Fiz essa atividade durante 5 anos e parei ano passado quando me mudei para Bombinhas. 
    Esse trabalho nao é para qualquer pessoa pois exige uma certa temperança, Ishvara pranidhana e capacidade de adaptacao.
    O medo nao pode fazer parte de um projeto desses. ou vc relaxa, ou nunca conseguira fazer as pessoas, os detentos, compreenderem o porque de vc estar ensinando yoga para eles. Essa é uma condicao essencial.
    Outra é um interesse genuino em ajudar e servir. Lembre que você nao pode ser um extra-terrestre dentro do presidio. os detentos precisam ver vc como um humano que está ai para ajudar, para apoiar, e para oferecer solucoes praticas e simples para os problemas deles: como lidar com a violencia, como lidar com a limitacao/falta de liberdade para se mover, etc.
    Namaste e boa sorte!
    Pedro Kupfer.
     

  3. Muito interessante inserir a pratica de Yoga em presidios. Essas pessoas necessitam de um instrumento para o auto conhecimento e analise dos atos que os levaram para la.
    E assim, fazer com que esta experiencia possa trazer um beneficio, caso contrario seria so mais um evento ruim no caminho dessas pessoas.
    Assisti um documentario chamado ” Doing time, doing vipassana” sobre a pratica desta meditacao em presidios na India. Tocante perceber o resultado de experiencias assim.

  4. Literalmente eles irão alcançar moksha mais rápido rsrsrsrs Trabalho muito interessante, desde que feito de maneira pessoal e não massiva, aliás, já existem casos semelhantes em alguns presidios do Brasil.
    Agora, não concordo que uma massa de instrutores saia de dentro dos presídios, o yoga se constrói em cima de valores. Claro que é possivel qualquer ser humano reinserir valores perdidos em seu modo de ser, redimindo-se de seus atos adharmicos perante a sociedade, mas isso é bem diferente de oferecer uma “profissão” tão nobre a pessoas que tiveram sua conduta contra o dharma social.
    O que também difere de grandes homens que tiveram passagem pelas prisões o que só os fortaleceram ainda mais para reinvidicarem suas causas, uma delas é um dos responsáveis pelo “sucesso” do yoga aqui no ocidente e primeiro ocidental a se dizer um yogue, seu nome, Henry David Therau, autor do clássico Desobediencia civil que foi escrito dentro de sua cela. E que foi o livro que inspirou Gandhi a buscar a não violência como forma de atuação na luta, ou melhor na “não-luta” pela independencia da ìndia.
    Uma professora minha uma vez comentou sobre a profissão de instrutor de yoga: – Se nada der certo pra mim, eu viro professora de yoga. Acho que ela só pulou uma etapa no processo rsrsrsrs ” se nada der certo pra mim, eu viro um criminoso e depois ainda saio da cadeia como professor de yoga”.
    Ps. No Brasil, cada presidiário tem direito ao bolsa reclusão, uma ajuda de R$798,30 por filho, caso o detento ao ser preso tiver um trabalho.

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