Sempre é possível enxergar em nós mesmos a forma em que percebemos a realidade, e a maneira em que nos relacionamos eticamente com o mundo e com nós mesmos. Nosso olhar ético é um espelho do que somos por dentro.
Hoje, após a aula semanal que ministro no presídio masculino de Florianópolis, tive uma conversação interessante com o traficante que trabalhava aqui na praia onde eu moro. O rapaz só vendia coisa fina: skunk (maconha híbrida do Afeganistão), LSD e ecstasy holandês. Com estes materiais importados, ele tinha uma seleta clientela entre a burguesia da ilha de Florianópolis. Ele me contou, em meio a uma série da anecdotas, que a filha do juiz que o condenou era sua cliente. Uma dessas 'coincidências' kármicas que a malandragem gosta de contar, quiçá para mitigar a dor da condenação.
Estamos rodeados por mentiras, mergulhados na mentira. Das promessas dos políticos à publicidade, tudo é mentira. Mas há uma que é a maior, e que ninguém questiona. É a grande mentira.
Não obstante parecer repetitivo, trato aqui com maior profundidade do pré-requisito ético do Yoga de Pátañjali. Ahimsá é colocado à frente de todos os yamas e niyamas, não só como sendo o mais importante, mas por ser o objetivo de todas as abstinências e preceitos éticos estabelecidos por Pátañjali. Todas as virtudes conduzem a ahimsá.
Quando os Mestres sugerem Īshvarapranidhāna, querem dizer ao caminhante: 'entregue-se a Deus'
Se o caminhante tem as pernas frágeis para tão longo e duro caminho, deve fortalecê-las antes de começar a andar. Quanto os Mestres aconselham ? pratiquem tapas ? estão querendo salvar os caminhantes de uma provável derrota
Quem sou eu? Que sou eu? Todas as respostas, baseadas na lógica ou num autodiagnóstico comprometido, seja por autopiedade, auto-severidade, autocomplacência, ou seja por racionalização, são incapazes, e não válidas.
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