O que há em comum no ser humano, seja ele de qualquer parte do mundo, dentro de qualquer cultura, é a busca pela felicidade. Todos nós buscamos a felicidade. Essa é uma fórmula essencial para a compreensão da conduta humana. As nossas ações são direcionadas a esse fim.
Eu amo meu ego. Esta frase pode soar bem estranha quando a dizemos no meio do Yoga, já que alguns praticantes parecem ter um preconceito muito forte em relação a ele. A verdade é que é graças ao ego que estou aqui. Foi através dele que fiz minhas escolhas ao longo da vida. Foi através dele que criei minha identidade enquanto indivíduo e é através dele que posso ser quem sou na sociedade. Portanto, preciso compreender (e gostar!) do meu ego.
O presente texto, baseado numa série de aulas de Swāmi Dayānanda sobre a grande afirmação védica ayamātmā brahma, “este Ātma é Brahman”, da Bṛhadāraṇyakopaniṣad, versa sobre a constatação de que a felicidade não depende de estudar, praticar, fazer ações de algum tipo, acumular informação ou satisfazer desejos.
Bhagavān é um dos nomes dados à manifestação. É uma palavra sânscrita que aponta para o cosmos, o Absoluto. Ela aparece na Bhagavadgītā, que é um capítulo do Mahābhārata, o grande épico Indiano compilado pelo sábio Vedavyāsa.
A visão equivocada que a sociedade tem do Yoga é fruto da confusão entre meios e fins que acontece em alguns círculos dentro do próprio mundo do Yoga. Muitos instrutores desconsideram a visão da vida e o ensinamento sobre si mesmo, julgando serem mera teoria, e acabam se centrando nas técnicas, que passam a ser vistas como objetivos a serem atingidos.
O setor de emergências de um hospital público de Portugal não parece o melhor lugar para escrever um texto sobre rejuvenescimento. Mas é justamente nesse lugar que comecei a pensar neste artigo, hoje de manhã, enquanto tentava me curar de uma gastroenterite, produto de comer fruta mal lavada. À minha volta, uma série de velhinhas portuguesas, todas vestidas de preto, que certamente haviam sobrevivido aos seus maridos e aguardavam pacientemente comigo para ser atendidas.
O leitor atento deve ter percebido que a intenção deste colunista é trazer a atenção da nossa comunidade para os contextos culturais e filosóficos onde o Yoga acontece e aconteceu. É sabido que uma parte da nossa comunidade sempre manifestou uma tendência a se focar quase que exclusivamente nos aspectos corporais e superficiais da prática de Yoga, em detrimento da apreciação do Yoga como a visão libertadora que ele é.
O Tattvabodhaḥ de Śri Śaṅkarācārya é uma obra interessante para aqueles que desejam aprofundar seus estudos. O texto é bem simples, na forma de um diálogo entre um professor e seu discípulo que busca o entendimento sobre si próprio. O grande ganho que temos ao estudá-lo é a familiarização que passamos a ter com palavras carregadas de significados que serão posteriormente vistas em praticamente todas as Upaniṣads.
Era uma vez um músico muito bom mas muito ciumento, que ensinava seus discípulos menos do que sabia por que não queria concorrência. Ensinava apenas o básico para que os demais pudessem cantar, mas sem lhes mostrar os segredos fundamentais. Um bom dia, morreu de um ataque cardíaco fulminante e se tornou um fantasma, um Brahmarakshasa.
Às vezes, a nossa maneira de definir certos padrões da conduta humana nos faz usar a palavra inumano. Porém, a bem da verdade, todas as condutas humanas são humanas, valha a redundância. Dizemos isto, pois é um fato e acabamos qualificando como não humanas algumas atitudes que são tipicamente humanas.
Vemos com alguma freqüência entrepreneurs que, olhando para a popularidade que o Yoga está vivendo atualmente, decidem abrir seus próprios “negócios” vinculados a ele. Coloco a palavra negócio entre aspas, pois até hoje me choca essa associação do Yoga com uma empresa que objetiva apenas o lucro.
Quando pensamos em certos tipo de prática de Haṭha Yoga que estão em voga, vêm à mente a coisas como esforço excessivo, copiosa transpiração, respiração pesada e, em alguns casos, tensão e lesões. Vemos, com alguma frequência, pessoas se esforçando muito além da conta, praticando como se não houvesse amanhã, com atitudes de fanatismo e irresponsabilidade.
Há muitos anos já vivo fascinado por uma lista de valores que Krishna ensina para Arjuna naquele diálogo essencial sobre Yoga que é a Bhagavadgītā. Essa parte da instrução sobre como aplicar o Yoga na vida através das atitudes ocupa as estrofes oito a 12 do capítulo XIII desse importante texto. Cultivar valores no cotidiano é essencial para se ter uma vida tranquila e feliz.
O conceito de sucesso humano é um tema muito antigo. De cultura para cultura o conceito de sucesso pode ser diferente, mas graças à velocidade na comunicação e ao tráfego global de ideias, o conceito de sucesso é aparentemente algo quase que universal. As diferenças culturais parecem não existir, salvo talvez em alguma sociedade tribal remota onde não se tem contato com as pessoas em geral.
A palavra "anubhava” é traduzida como "experiência" por muitas pessoas que escrevem sobre Vedanta. A palavra em Inglês deixa muito a desejar, pois a palavra "anubhava” significa conhecimento direto em determinados contextos. A palavra "experiência" não transmite o mesmo sentido, porque qualquer experiência é inconclusiva em termos de conhecimento. Pode-se obter a certeza do conhecimento a partir da experiência, mas a experiência por si só não constitui o conhecimento.
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