O poder do livre arbítrio sempre é justo e adequado para nós. Só precisamos assumir a responsabilidade por ele. Dotar o ser humano de livre arbítrio não é como dar um carro sem freios para um adolescente rebelde. Nesse sentido, Īśvara, a inteligência universal, não joga aos dados, como disse Einstein uma vez. O poder do humano pode criar ou destruir.
Os caminhos do karma podem parecer complexos, mas uma coisa é certa: cada fruto de cada ação é entregue pelas leis de Īśvara, que são sempre justas e adequadas. Assim, quando penso nos meios que escolho usar para conquistar os fins que me proponho, preciso levar em consideração o bem comum. Pensar que o fim justifica os meios é a pior maneira possível de olhar para as coisas no caminho da espiritualidade.
O grande segredo, se há um neste jogo, é reconhecer que as mudanças fazem parte da própria dança da vida, mas nenhuma delas poderá trazer para nós felicidade, pois felicidade é o que já somos. Seria sábio lembrarmos disso a cada momento.
Fazer o que amamos ou amar o que fazemos? O Karma Yoga nos ajuda a compreender prós e contras dessas possibilidades. Olhando para estas duas palavras, prazer e felicidade, podemos ter a impressão de que ambas estão conectadas, ou de que a realização da segunda depende de conquistarmos a primeira.
Libertar-se quer dizer ver-se livre de condicionamentos sociais, psicológicos, fisiológicos, alimentares, familiares, religiosos e nos coloca em condição de observadores presentes, dando-nos a oportunidade de reverenciar a tudo exatamente como é e não sob uma perspectiva pré-definida pelas experiências passadas. Do passado, retemos somente maturidade. Com os fatos presentes, damos respostas presentes.
A nossa civilização emocionaliza excessivamente a felicidade. Felicidade é o que você é. Swāmi Dayānanda, meu mestre, sempre evitou traduzir ānanda como felicidade para nos mostrar que isso que chamamos ānanda e traduzimos como felicidade, não é um sentimento que vem e que vai, mas a nossa própria natureza.
O desapego é algo totalmente natural no homem. Todos queremos viver com o mínimo. Ninguém, a menos que tenha alguma compulsão por acumular ou algum outro problema psicológico, tem prazer em acumular coisas que não têm valor
É muito interessante pensar que um tema tão atual já era alvo de reflexões pelo menos 200 anos antes da nossa era. Trata-se então de uma questão atemporal, que faz parte do caminho humano em direção ao seu autoconhecimento. Através da reflexão sobre os sūtras citados, concluí que para alcançarmos uma mente estável e equilibrada, Patañjali nos diz que o primeiro passo é nos darmos conta de que temos uma mente, mas não somos a mente. A partir daí podemos observá-la e fazer os ajustes necessários para que esta possa manifestar mais apropriadamente o nosso Ser.
Aceitar situações das quais gostamos, ou aquelas que nos surpreendem agradavelmente é muito fácil. Aceitar coisas que nos são indiferentes tampouco implica algum desafio especial. A palavra aceitação serve para nos lembrar de como lidar de maneira equânime com os obstáculos.
Antes do Yoga, precisamos viver todas as experiências possíveis? Algumas pessoas pensam que é preciso viver todos os prazeres possíveis antes de dedicar-se à espiritualidade. Essa é uma crença bastante espalhada e comum. Isso acontece porque algumas pessoas que começam essa caminhada acabam fazendo exatamente o contrário do que pregam: deixam-se levar pelas paixões exacerbadas quando supostamente deveriam ser contidos, acumulam imensas fortunas quando deveriam cultivar a simplicidade e coisas do gênero.
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