Não há um "fim" no caminho do Yoga, como pode haver, por exemplo, quando você se dedica à tarefa de construir uma casa. Você começa pelo alicerce, segue pelas paredes, termina com o telhado e a pintura e depois pode descansar. Não acontece exatamente desse jeito com o Yoga. Olhar para o Yoga como uma meta a ser atingida pode criar um estado de ansiedade. Já vi pessoas permanentemente tensas por acharem que o Yoga iria lhes dar uma certa experiência de êxtase ou paz, mas isso é uma ilusão.
A palavra saṃsāra até serve de nome para um perfume francês. Esta palavra define a sede por, ou a caçada de, experiências. Define a ideia de ir atrás de uma experiência, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma... Buscar experiências nesta vida, buscar experiências depois da morte, buscar experiências noutras dimensões, onde for. Buscar experiências.
Diferentes pessoas buscam o Hatha Yoga por razões diversas. Algumas querem um corpo mais sarado, outras querem melhorar o seu rendimento no esporte, umas tantas querem evitar as rugas, e muitas querem se conhecer melhor, querem buscar uma explicação para a vida e para o viver. Todos estão em busca da felicidade. E essa busca é genuína, pois a busca pela felicidade é uma necessidade humana.
Tudo o que está aqui é Īśvara. Você não pode negar a realidade de Īśvara se quiser compreender o Vedānta. Vedānta sem Īśvara não existe. Quando dizemos tudo é Īśvara, isso é conhecimento; não é crença. A aversão a Īśvara nasce numa crença do passado. Īśvara é igualmente símbolo do pai. Se eu tiver algum problema com o meu, vou tender a negar Īśvara, pois nego o meu próprio pai. Se você tem um problema com seu pai, resolva com ele. Īśvara não tem nada a ver com isso.
Você precisa, primeiramente, compreender Īśvara. Bhakti é descobrir que tudo o que está aqui é Īśvara. Toda a realidade é Īśvara. Īśvara não é um objeto de crença. Īśvara precisa ser compreendido. Īśvara é todo o conhecimento. Se há um processo de conhecimento, também deve haver um grau de ignorância incluído nesse processo. Devoção é descobrir que Īśvara é a única realidade.
A visão védica de Deus é única. Embora o tema Deus não esteja aberto a ideias ou especulação, achamos que o conceito de Deus difere de pessoa para pessoa e de religião para religião. Se existe um Deus, por que há tanta diferença nas maneiras em que as pessoas vêem esse Deus? A resposta é muito clara. Deus é um Ser a quem não se conhece. No entanto, não se pode deixar de dizer alguma coisa sobre ele.
Os Vedas dizem que você é a fonte de toda a paz. Porém, se eu experiencio apenas ansiedade e turbulência, como devo entender essa afirmação? Certamente acharei que esse ensinamento não funciona. Então, é necessária uma aceitação de mim mesmo para compreendê-la.
Em qualquer observação e reflexão é necessário um observador e um objeto observado. Um sujeito e um objeto. Seja esta uma observação de um fenômeno natural ou uma observação de si mesmo, a relação entre sujeito e objeto está envolvida no processo. É comum em nossas vidas transformarmos coisas exteriores a nós em objetos para analisá-las, conhecê-las e explorá-las, porém a observação de si e a reflexão pessoal é menos estimulada.
"Saúdo Ādi Śaṅkarāchārya, o repositório do Śrutiḥ, o Smṛtiḥ e as Purāṇas, aquele que é o lar da compaixão, que traz felicidade ao mundo e que é digno de reverência".
Para ver, meus olhos são o sādhana. Para ouvir, meus ouvidos são o sādhana. E, para a iluminação, qual é o sādhana? Iluminação quer dizer autoconhecimento. Qual é o sādhana para o conhecimento? O sādhana para o conhecimento é aquilo que nos traz esse conhecimento.
A meditação não deve estar separada de uma vida meditativa. No capítulo seis da Bhagavad Gita Krishna apresenta o Yoga como um meio de preparação da mente, como um estilo de vida que conduz ao autoconhecimento. E a meditação faz parte desse estilo de vida. Este artigo pretende refletir sobre o objetivo da meditação e sobre a diferença entre a meditação sentada, como uma ação isolada, e a atitude meditativa, que é uma postura que engloba toda uma vida de Yoga.
Contemplar é ver o que está latente e intocável no contemplado. É ver nele o que percebo e sinto que também está em mim. É aceitar como o visto está envolto e não deixar que o invólucro cegue a visão. O que contemplo vai além do que apenas meus olhos seriam capazes de enxergar. Nas palavras de São Tomás de Aquino: “onde está o amor, aí está o olhar”...
O Yoga é muito mais do que uma prática corporal, é um estilo de vida. E como um estilo de vida, abarca não apenas o âmbito individual, mas o coletivo. Um indivíduo que tenha um comprometimento com uma vida de Yoga tem influência nas pessoas ao seu redor e no ambiente em que está inserido. Vejamos então como a prática de Yoga está vinculada a uma atitude ecologicamente ética e a uma aproximação da natureza.
Muito se fala sobre a importância do Yoga para a manutenção da saúde e especialmente para a cura de doenças. Neste artigo irei um pouco além desse discurso. Não falarei dos benefícios específicos do Yoga para a cura de doenças. O desafio deste artigo é mostrar que o Yoga e suas disciplinas afins dão conta de “cuidar do indivíduo” em todos seus aspectos.
Todos possuímos desejos. Os desejos não surgem em nós misteriosamente, eles são cultivados. Primeiro surge um pensamento que é desenvolvido, alimentado e, como consequência, torna-se um desejo. Nós cultivamos desejos assim como cultivamos nossas plantas.
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