Temos, entre as principais dez Upaniṣads, a Māṇḍukya, que pertence ao Athārvaveda. Ela segue um prakriyā, um método de investigação que inclui um modo de resolver um problema que em verdade não existe. Na visão da Upaniṣad, não há problema. Quando se diz que você já é aquilo que quer ser, é porque não há problema algum para ser resolvido.
Para qualquer criação, deve haver um artífice capacitado com o conhecimento e a habilidade para executar essa criação. No caso da natureza, Īśvara é esse artífice.
Assumindo que é claro que Ātmā não pode ser experimentado num momento específico, algumas pessoas dizem "eu não conheço ātmā, eu ainda não experimentei Ātmā.". Quando digo que ainda não fiz alguma coisa, estamos a falar de alguma coisa que tem de ser feita mais tarde, que pode ser feita mais tarde.
É importante reconhecer que aquilo que sou verdadeiramente não vai chegar numa experiência e ir embora noutra. É que eu não chego, nem vou embora. Eu estava antes de qualquer específica, estive durante e estarei depois, sou sempre o mesmo. Ātmā não chegará numa experiência especial mas será a testemunha de todas as experiências.
Se me privar de algo que gosto, o desejo não desaparece simplesmente. Desejos não saciados podem desvanecer-se com o tempo, mas às vezes isto não acontece. Tentar livrar-se deles pela mera repressão parece inútil porque eles podem permanecer por anos.
O mestre aceita o menino sem reservas, e lhe propõe uma provação: ficar morando no mato sozinho por um tempo, cuidando do gado. Nesse período, ele será instruído pelos animais selvagens, bem como pelo próprio fogo sagrado, Agni. Finda essa provação, ele recebe a instrução da boca do próprio mestre.
Vedānta não é um sistema filosófico. Tampouco uma religião. Vedānta é uma tradição de ensinamento transmitido de mestre a discípulo num fluxo perene desde tempos imemoriais.
Havia uma vez um guru chamado Paramānanda. Ele tinha dez estudantes que eram chamados conjuntamente Paramānandaśiṣyaḥ, estudantes de Paramānanda. Um dia, aconteceu uma festividade numa aldeia próxima à floresta onde ficava o Āśram e os jovens resolveram comparecer. O professor não ia poder acompanhá-los e então pediu para o maior deles se ocupar de cuidar dos outros nove no caminho até a aldeia.
Daqui podemos constatar que esta avidya não é simples ignorância. Avidya é capaz de produzir, de criar. Assim, dizemos que avidya tem dois poderes, avarana sakti e vikshepa sakti. Um poder que encobre e outro que projecta. É um poder e por isso não podemos reduzir ao significado comum da palavra ignorância.
O mundo é palavra e significado. Namarūpaḥ. O que é um carro? A borracha? O ar? O aço? A gasolina? O plástico? Não, não e não. O que é o carro? Tudo isto junto? Então, se esses objetos são não-carros, como é que, quando os coloco juntos, o carro se forma? Como é que todos esses componentes, que são não-carros, formam o carro?
Categorias