Temos, entre as principais dez Upaniṣads, a Māṇḍukya, que pertence ao Athārvaveda. Ela segue um prakriyā, um método de investigação que inclui um modo de resolver um problema que em verdade não existe. Na visão da Upaniṣad, não há problema. Quando se diz que você já é aquilo que quer ser, é porque não há problema algum para ser resolvido.
Para qualquer criação, deve haver um artífice capacitado com o conhecimento e a habilidade para executar essa criação. No caso da natureza, Īśvara é esse artífice.
Se me privar de algo que gosto, o desejo não desaparece simplesmente. Desejos não saciados podem desvanecer-se com o tempo, mas às vezes isto não acontece. Tentar livrar-se deles pela mera repressão parece inútil porque eles podem permanecer por anos.
O mestre aceita o menino sem reservas, e lhe propõe uma provação: ficar morando no mato sozinho por um tempo, cuidando do gado. Nesse período, ele será instruído pelos animais selvagens, bem como pelo próprio fogo sagrado, Agni. Finda essa provação, ele recebe a instrução da boca do próprio mestre.
Vedānta não é um sistema filosófico. Tampouco uma religião. Vedānta é uma tradição de ensinamento transmitido de mestre a discípulo num fluxo perene desde tempos imemoriais.
Havia uma vez um guru chamado Paramānanda. Ele tinha dez estudantes que eram chamados conjuntamente Paramānandaśiṣyaḥ, estudantes de Paramānanda. Um dia, aconteceu uma festividade numa aldeia próxima à floresta onde ficava o Āśram e os jovens resolveram comparecer. O professor não ia poder acompanhá-los e então pediu para o maior deles se ocupar de cuidar dos outros nove no caminho até a aldeia.
Há temor legítimo, raiva legítima, tristeza legítima: "legítimos", porque a sociedade os aceita como tais. A psicologia moderna diz que a raiva é normal e que se deve ficar zangado quando uma situação em particular pede. Da mesma forma, existe um ciúme "normal" e uma tristeza "normal" e porque eles são "normais", não há nada de errado com eles. Estes, então, nós resolvemos espiritualmente.
A palavra saṃsāra até serve de nome para um perfume francês. Esta palavra define a sede por, ou a caçada de, experiências. Define a ideia de ir atrás de uma experiência, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma, e mais uma... Buscar experiências nesta vida, buscar experiências depois da morte, buscar experiências noutras dimensões, onde for. Buscar experiências.
Você precisa, primeiramente, compreender Īśvara. Bhakti é descobrir que tudo o que está aqui é Īśvara. Toda a realidade é Īśvara. Īśvara não é um objeto de crença. Īśvara precisa ser compreendido. Īśvara é todo o conhecimento. Se há um processo de conhecimento, também deve haver um grau de ignorância incluído nesse processo. Devoção é descobrir que Īśvara é a única realidade.
Tudo o que está aqui é Īśvara. Você não pode negar a realidade de Īśvara se quiser compreender o Vedānta. Vedānta sem Īśvara não existe. Quando dizemos tudo é Īśvara, isso é conhecimento; não é crença. A aversão a Īśvara nasce numa crença do passado. Īśvara é igualmente símbolo do pai. Se eu tiver algum problema com o meu, vou tender a negar Īśvara, pois nego o meu próprio pai. Se você tem um problema com seu pai, resolva com ele. Īśvara não tem nada a ver com isso.
A visão védica de Deus é única. Embora o tema Deus não esteja aberto a ideias ou especulação, achamos que o conceito de Deus difere de pessoa para pessoa e de religião para religião. Se existe um Deus, por que há tanta diferença nas maneiras em que as pessoas vêem esse Deus? A resposta é muito clara. Deus é um Ser a quem não se conhece. No entanto, não se pode deixar de dizer alguma coisa sobre ele.
Bhagavān é um dos nomes dados à manifestação. É uma palavra sânscrita que aponta para o cosmos, o Absoluto. Ela aparece na Bhagavadgītā, que é um capítulo do Mahābhārata, o grande épico Indiano compilado pelo sábio Vedavyāsa.
Às vezes, a nossa maneira de definir certos padrões da conduta humana nos faz usar a palavra inumano. Porém, a bem da verdade, todas as condutas humanas são humanas, valha a redundância. Dizemos isto, pois é um fato e acabamos qualificando como não humanas algumas atitudes que são tipicamente humanas.
O conceito de sucesso humano é um tema muito antigo. De cultura para cultura o conceito de sucesso pode ser diferente, mas graças à velocidade na comunicação e ao tráfego global de ideias, o conceito de sucesso é aparentemente algo quase que universal. As diferenças culturais parecem não existir, salvo talvez em alguma sociedade tribal remota onde não se tem contato com as pessoas em geral.
A palavra "anubhava” é traduzida como "experiência" por muitas pessoas que escrevem sobre Vedanta. A palavra em Inglês deixa muito a desejar, pois a palavra "anubhava” significa conhecimento direto em determinados contextos. A palavra "experiência" não transmite o mesmo sentido, porque qualquer experiência é inconclusiva em termos de conhecimento. Pode-se obter a certeza do conhecimento a partir da experiência, mas a experiência por si só não constitui o conhecimento.
Categorias