Tempos atrás, escrevi um texto cujo título era “Yoga para que?” Agora, depois de ter respondido algumas vezes para amigos praticantes o que há no Vedānta que fascina tantos yogis, e que nos leva ano após ano de volta para a Índia para continuar estudando, escrevo este outro texto, complementar àquele, para tentar responder a essa questão.
O nome Nirvāṇa Ṣaṭkaṁ significa em sânscrito “Seis Estrofes do Nirvāṇa”. Em apenas 24 versos, o autor resume de maneira magistral todas as dúvidas existenciais, todas as identificações com os papéis desempenhados na vida de um ser humano, bem como oferece as soluções para cada uma das charadas que surgem naturalmente no cotidiano.
Primeiro cuide-se e então você entenderá a si mesmo. O autocuidado é igual ao amor próprio. Amor próprio é tão bom quanto o amor que você tem pelos outros. Fugir do mundo não vai adiantar. Quanto mais você foge do mundo, mais você foge de si mesmo. Swami Chinmayanandaji uma vez disse: "Quanto mais você quer fugir, mais você precisa ficar aqui."
A palavra sânscrita kṣānti freqüentemente é traduzida como "tolerância" ou "capacidade de suportar". Mas essas duas expressões portuguesas trazem um sabor negativo de "sofrimento resignado", quando, ao contrário, kṣānti é uma atitude positiva - não uma resignação dolorosa. Uma tradução melhor seria "acomodação".
Sivaprakasam Pillai foi o afortunado devoto de Śrī Rāmaṇa que, em 1902, postulou a pergunta “Quem sou Eu?” junto com outras igualmente importantes para o mestre, e preservou e contemplou a vida inteira sobre as suas respostas. Esse tesouro de Sabedoria guia e inspira hoje em dia inúmeros buscadores do mundo inteiro.
Temos, entre as principais dez Upaniṣads, a Māṇḍukya, que pertence ao Athārvaveda. Ela segue um prakriyā, um método de investigação que inclui um modo de resolver um problema que em verdade não existe. Na visão da Upaniṣad, não há problema. Quando se diz que você já é aquilo que quer ser, é porque não há problema algum para ser resolvido.
Para qualquer criação, deve haver um artífice capacitado com o conhecimento e a habilidade para executar essa criação. No caso da natureza, Īśvara é esse artífice.
Assumindo que é claro que Ātmā não pode ser experimentado num momento específico, algumas pessoas dizem "eu não conheço ātmā, eu ainda não experimentei Ātmā.". Quando digo que ainda não fiz alguma coisa, estamos a falar de alguma coisa que tem de ser feita mais tarde, que pode ser feita mais tarde.
Se me privar de algo que gosto, o desejo não desaparece simplesmente. Desejos não saciados podem desvanecer-se com o tempo, mas às vezes isto não acontece. Tentar livrar-se deles pela mera repressão parece inútil porque eles podem permanecer por anos.
O mestre aceita o menino sem reservas, e lhe propõe uma provação: ficar morando no mato sozinho por um tempo, cuidando do gado. Nesse período, ele será instruído pelos animais selvagens, bem como pelo próprio fogo sagrado, Agni. Finda essa provação, ele recebe a instrução da boca do próprio mestre.
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