Yoga para a psiquê, versos para a visão e medicina para a pureza do corpo. Ao mais excelente dos munīs (mestres), minha reverência em añjali a Patañjali.
“O Alimento que chega para aquele que não o compartilha é de fato um desperdício. Essa é a verdade. Eu, o sábio, declaro isto. O Alimento que alguém consome desta maneira não é apenas desperdiçado. De fato, provoca a própria morte da pessoa. Ele não alimenta nem os devas nem os homens que chegam à sua porta como hóspedes, esperados ou não, ou amigos. Comendo sozinho, ele torna-se o parceiro do erro e mais nada”.
Este é um verso [aparentemente] inócuo. Examinando-o, temos o seguinte: um substantivo, dois pronomes, três verbos e uma partícula de ênfase. No entanto, alguém já disse: "Não me importo se todas as Upaniṣads desaparecerem da face da terra, desde que esta estrofe permaneça".Pode um verso pequeno ser tão profundo? "Claro que não. Isso é um total absurdo!” Esta teria sido a resposta de um certo inglês, que não percebeu ser o verso valioso, e muito menos, profundo.
Que tenhamos a benção de Indra [a força]. Que tenhamos a benção de Bṛhaspati [o mestre]. Que tenhamos a benção de Viṣṇu, o dos Longos Passos [a Consciência, a sustentação].
Diferentemente do que possa parecer à primeira vista, este mantra não é precisamente um agradecimento, mas uma maneira de tomar consciência do significado do ato de nutrir-se. Consiste em levar a mesma consciência da unidade que permeia todas as coisas para o nosso prato. Podemos fazer ele mentalmente com os olhos fechados, o que irá nos levar apenas algumas respirações profundas à beira da mesa, ou ainda verbalizá-lo em voz alta se preferirmos.
O sânscrito tem 54 letras. Ascendendo e descendendo temos 108. A é a primeira letra, o primeiro som. Ha é a última. Cada um deles é um nome de Īśvara. Assim, você escolhe um nome e o repete 108 vezes, simbolizando que você repetiu todos os nomes de Īśvara, do primeiro ao último.
Os mantras são “traduções” da inteligência criativa, Īśvara. Nas Upaniṣads, o próprio mantra Oṁ, por exemplo, é considerado uma espécie de símbolo sonoro, de “corpo” em forma de som, de Īśvara, a Criação.
O ensinamento do Yoga considera que a natureza inteira seja um grande templo. A criação não é matéria inerte. Īśvara, o Criador, não está separado nem é diferente dela. Īśvara é a natureza, aliás. Esse modelo é a antítese do modelo cartesiano, pelo que alguém que olhe para o mundo através desse modelo, terá dificuldades em compreender a visão védica.
Que Ele [o Ilimitado], proteja nós dois. Que Ele esteja feliz conosco. Que trabalhaemos juntos com vigor. Que o conhecimento nos ilumine. Que nunca confundamos o que somos com o que fazemos.
Oṁ. Que a prosperidade e o bem-estar sejam glorificados. Que os governantes nos governem com retidão e justiça. Que a sabedoria e o conhecimento sejam protegidos. Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.
Categorias