Diferentemente do que possa parecer à primeira vista, este mantra não é precisamente um agradecimento, mas uma maneira de tomar consciência do significado do ato de nutrir-se. Consiste em levar a mesma consciência da unidade que permeia todas as coisas para o nosso prato. Podemos fazer ele mentalmente com os olhos fechados, o que irá nos levar apenas algumas respirações profundas à beira da mesa, ou ainda verbalizá-lo em voz alta se preferirmos.
O sânscrito tem 54 letras. Ascendendo e descendendo temos 108. A é a primeira letra, o primeiro som. Ha é a última. Cada um deles é um nome de Īśvara. Assim, você escolhe um nome e o repete 108 vezes, simbolizando que você repetiu todos os nomes de Īśvara, do primeiro ao último.
Os mantras são “traduções” da inteligência criativa, Īśvara. Nas Upaniṣads, o próprio mantra Oṁ, por exemplo, é considerado uma espécie de símbolo sonoro, de “corpo” em forma de som, de Īśvara, a Criação.
O ensinamento do Yoga considera que a natureza inteira seja um grande templo. A criação não é matéria inerte. Īśvara, o Criador, não está separado nem é diferente dela. Īśvara é a natureza, aliás. Esse modelo é a antítese do modelo cartesiano, pelo que alguém que olhe para o mundo através desse modelo, terá dificuldades em compreender a visão védica.
Que Ele [o Ilimitado], proteja nós dois. Que Ele esteja feliz conosco. Que trabalhaemos juntos com vigor. Que o conhecimento nos ilumine. Que nunca confundamos o que somos com o que fazemos.
Oṁ. Que a prosperidade e o bem-estar sejam glorificados. Que os governantes nos governem com retidão e justiça. Que a sabedoria e o conhecimento sejam protegidos. Que todos os seres, em todos os lugares, sejam felizes.
Você pode ter um belo corpo, um belo cônjuge, fama, objetos excelentes e variados e tanta abundância como o Monte Meru. Mas, se a sua mente não estiver entregue aos pés de lótus do Mestre, para que?
Que todos os valores e atitudes expostos nas Upaniṣads estejam comigo. Estou comprometido na busca do conhecimento de Brahman. Que os valores e atitudes vivam em mim.
A palavra mantra significa em sânscrito "instrumento para o pensamento [adequado]" ( man = pensamento, mente; tra = instrumento). Basicamente, um mantra é uma fórmula sonora que tem um significado, uma vibração e o objetivo de lembrar algo importante para o praticante.
Lakṣmī está em tudo o belo, tudo o que cresce, tudo o que se manifesta como crescimento, prosperidade ou beleza. Lakṣmī é o dinheiro, em todas suas formas. Está nas frutas carnudas, nos jardins floridos, nas águas, rios, mares e matas tropicais. Está nos dias de verão em que o sol brilha, no canto das cigarras após a chuva. Também, nos elementos decorativos feitos com capricho e cuidado, na elegância, nas roupas, na simetria, na combinação equilibrada de cores, texturas ou tecidos e em tudo o que for harmonioso.
Este é um stotram que não se encaixa exatamente dentro da definição de stotram como mantra de louvor, pois não louva ninguém. É mais um nidhidhyāsana um texto que expõe o ensinamento como tema para a meditação, usando a forma de stotram. Trata sobre a natureza de Ātma, sobre a identidade entre jīva e Brahman, o indivíduo e o Todo.
Que haja felicidade na terra. Que haja felicidade nas águas. Que haja felicidade no fogo. Que haja felicidade no ar. Que haja felicidade no espaço. Que haja felicidade no sol. Que haja felicidade na lua. Que haja felicidade no mundo. Que haja felicidade para todos os que estão vivos. Que haja felicidade nos corpos. Que haja felicidade nas mentes.
Se você for à Índia, verá o mantra Oṁ por todas partes: em todas as casas e comércios, pintado nos muros e carros, onipresente na paisagem. Hindus de todas as etnias, castas e idades conhecem perfeitamente seu significado. Ele ecoa desde a noite das idades em todos os templos e comunidades ao longo do subcontinente.
Não sou humano, nem anjo nem demônio. Não sou brâmane nem guerreiro, nem comerciante nem artesão. Não sou brahmacari nem casado (gṛhasta), nem aposentado nem renunciante. Na forma de bodha, a consciência, sou Åtma, cuja natureza é a consciência ilimitada.
Este ensinamento não é uma filosofia nem uma teologia, mas uma forma de resolver um problema aparente mas que em verdade não existe. É muito importante reconhecer que este é um método de ensinamento que requer a presença de um professor, da mesma maneira que você não pode se tornar um psicoterapeuta apenas lendo livros sobre terapia.
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